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Agrado a uns e não a outros, afirma Tite sobre a escalação

Na véspera da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo do Qatar, nesta quinta-feira (24), às 16h (de Brasília), contra a Sérvia, o técnico Tite falou sobre a escalação do time e declarou que em sua função é preciso tomar decisões que podem não ser do agrado de todos.

“Faço escolhas e agrado a uns e não agrado a outros. Isso é da função do técnico. Mas os atletas do meio para a frente se escolheram”, declarou o treinador em entrevista coletiva em Doha, onde a seleção se prepara para o jogo em Lusail.

Tite, apesar de mencionar o setor ofensivo, não informou quais atletas serão escalados ali. Nem nos outros setores, para que os sérvios não saibam como a equipe jogará.

Há a possibilidade de a seleção atuar com uma formação com um único volante (Casemiro). Fred sairia para a entrada do ponta esquerda Vinicius Junior.

O treinador também falou sobre estar em sua segunda Copa, o que é raro na história da seleção para um técnico, sentir a “pressão de um país apaixonado” por futebol, o sonho de ser campeão mundial e até as dancinhas ensaiadas que os jogadores fazem na comemoração dos gols.

Leia os principais trechos da entrevista de Tite em Doha.

Duas Copas na carreira

É uma quebra de paradigma. O Brasil tem uma tradição muito forte de gosto pelo futebol. Tenho consciência exata de que é uma quebra de paradigma que me dá paz de fazer um trabalho com início bem feito.

Todo meu histórico foi embasado dessa forma. Quando há início, meio e fim, a chance de sucesso é maior. Talvez eu seja privilegiado porque estou onde grandes técnicos poderiam estar. O primeiro trabalho [quando substituiu Dunga] foi de recuperação [antes do Mundial de 2018].

A equipe não vou definir ainda. Por uma questão própria, de não dar ao adversário se [o Brasil] vai jogar com um ou com outro.

Escalação da equipe

[Há a] adaptação às características dos atletas. Mais do que isso, faço escolhas e agrado a uns e não agrado a outros. Isso é da função do técnico. Mas os atletas do meio para a frente se escolheram. Eles estão com protagonismo e qualidade excepcionais.

É um desempenho que estamos acompanhando. A ideia é fazer uma equipe equilibrada. Tem um percentual de gols altíssimo. Não tomou gols em 22 de 29 jogos. Não acredito em nenhum ponto em encher de defensores ou de atacantes. Não enxergo isso.

Intervalo curto dos jogos

[Jogar] de três em três dias, o desgaste é muito grande. Vai acontecer de o atleta jogar o tempo inteiro num jogo e depois [não]… Há também o aspecto físico a ser levado em consideração.

Os jogos têm um componente emocional muito forte e, quando tem estreia, mais ainda. Ela é normal, é humana, faz parte e talvez possa interferir nessas expectativas. Tem de acompanhar esse aspecto emocional.

Estamos no maior torneio do mundo, com os maiores atletas do mundo, mas nessa pressão temos de ter a naturalidade e manter a característica da nossa essência.

Pressão e sonho

É uma história muito linda [a da seleção brasileira], mas ela traz uma pressão de um país apaixonado. Está nas ruas. Principalmente para a garotada, o futebol é uma ferramenta de educação.

Dessa pressão tem também a tranquilidade, que as oportunidades surgem na vida e sonhar faz parte.

O Tostão [campeão na Copa de 1970 e colunista da Folha] fala isso, né? Faz bem sonhar, faz parte do ser humano. Ser campeão…

Mas se não for, fazer o seu melhor porque só um vai ser campeão. Mas também tem a sensatez e a naturalidade em grandes seleções que também almejam esse mesmo patamar.

Dancinhas ensaiadas nos gols

Naturalizada, respeito ao jeito de ser, e não é pejorativa ao jeito de ser. É uma característica nossa. Assim como a gente respeita a cultura árabe. É alegria? É. O gol é o momento maior de vibração.

Derrota da Argentina

É [para] reflexão, sim. É de respeito porque todas as seleções são fortes. Serve como análise e reflexão. Não há facilidade maior ou menor. Esse talvez seja o grande aspecto. Não tem grife. Tem o orgulho de cada país fazer o seu melhor.

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