A polícia da França se preparou para a semifinal da Copa do Mundo contra Marrocos nesta quarta-feira (14), depois de brigas que se seguiram à vitória do Marrocos sobre Portugal nas quartas de final, na semana passada.
Cerca de 10.000 policiais serão mobilizados em todo o país, dos quais 5.000 serão colocados na região de Ile-de-France, perto de Paris, e cerca de 2.200 na capital, o dobro do pessoal de segurança acionado nas partidas anteriores da Copa do Mundo, disse o ministro do Interior, Gerald Darmanin, à TV France 2.
“Nossos amigos marroquinos, assim como os torcedores franceses, são bem-vindos para organizar uma festa, e nosso trabalho não é impedi-los de festejar... Mas isso terá que ser feito sob boas condições de segurança”, disse Darmanin.
Os confrontos eclodiram em Paris em 10 de dezembro, depois que Marrocos derrotou Portugal, e as comemorações da vitória com bandeiras e buzinas logo se transformaram em violência nas ruas, enquanto os manifestantes atacavam as vitrines das lojas, forçando a tropa de choque a usar gás lacrimogêneo.
A França é um ex-governante colonial do Marrocos e tem uma grande diáspora marroquina, concentrada principalmente em torno de Paris e da costa do Mediterrâneo.
Embora não existam números de etnia na França, as estimativas colocam o número de franco-marroquinos e marroquinos vivendo na França em cerca de 1 milhão.
Darmanin disse que a Champs Élysées de Paris —uma avenida de 70 metros de largura que costuma ser o ponto focal para celebrações esportivas espontâneas, bem como manifestações— não será fechada.
Ele disse que pode ser fechada na noite de domingo (18) após a final da Copa do Mundo.
A prefeitura de polícia de Paris disse que as forças de segurança se concentrarão na Champs Élysées para impedir vandalismo e agressão.
Para evitar engarrafamentos no centro da cidade, várias saídas do anel viário da periferia de Paris serão fechadas à noite, e o acesso a algumas estações de metrô será limitado.
Cerca de duas horas antes do início da partida, cerca de 500 postos de controle serão colocados em Paris e outras áreas. Os torcedores serão revistados em busca de fogos de artifício e bombas de fumaça.
Darmanin disse que muito pode depender do clima, já que a França está passando por um período de frio incomum, com temperaturas abaixo de zero e neve esperada em uma grande faixa do norte do país.
“O clima não é muito adequado para reuniões ao ar livre, mas de qualquer forma as pessoas vão querer expressar sua felicidade, o que é legítimo”, disse Darmanin.