Um dos destaques do ataque brasileiro, com um gol e duas assistências, Vinícius Júnior chega às quartas de final da Copa do Mundo com 247 minutos somados em campo nesta edição do torneio.
No duelo contra a Croácia, nesta sexta-feira (9), o responsável por marcar o atacante do Real Madrid deverá ser o lateral direito Juranovic. Ele é um dos cinco atletas da equipe adversária que ainda não sentaram no banco e já atuaram por 425 minutos, cada um.
A comparação ilustra bem a vantagem da seleção brasileira para esta partida quando o assunto é o desgaste dos atletas.
Considerando os 16 jogadores mais atuantes dos dois times (11 titulares mais 5 reservas), os croatas têm em média 66 minutos a mais em campo no Mundial.
São 221 no cronômetro dos brasileiros, a menor média entre as oito equipes classificadas para esta fase. No outro extremo desse ranking, os croatas registram 287.
Com a classificação garantida de forma antecipada, o técnico Tite poupou os titulares na derrota por 1 a 0 para Camarões, pela terceira e última rodada da fase de grupos. Já a Croácia lutou até o fim para assegurar uma vaga contra a favorita Bélgica.
Nas oitavas de final, o Brasil construiu uma vantagem confortável no primeiro tempo contra a Coreia do Sul, com vitória parcial por 4 a 0. Deu-se ao luxo de “tirar o pé” na etapa complementar, além de acionar os reservas mais cedo.
Sob menos riscos, Tite foi o único treinador dos oito classificados a ter utilizado todos os 26 jogadores convocados, inclusive o terceiro goleiro Weverton.
Os europeus, por sua vez, ainda enfrentaram 30 minutos de prorrogação antes de superar o Japão na decisão por pênaltis, após empate em 1 a 1.
Além de Juranovic, não tiveram descanso o goleiro Livakovic, os zagueiros Gvardiol e Lovren e o volante Brozovic.
O nível técnico do banco croata pode ter pesado. Até agora, o técnico Zlatko Dalic utilizou apenas 18 dos 26 que levou para o Qatar.
“Talvez nos minutos finais isso [diferença física] pese um pouco. Mas é Copa do Mundo”, resumiu o zagueiro Thiago Silva, capitão do Brasil.
Se um time tem histórico de superação em Copas, é a própria Croácia. “Talvez esteja escrito no céu que precisamos vencer assim”, afirmou Lovren.
Em 2018, a equipe passou por prorrogações em todas as fases eliminatórias até encarar a França na grande final. Venceu Dinamarca e Rússia nos pênaltis, nas oitavas e quartas de final, respectivamente. Na semifinal, superou a Inglaterra no tempo extra.
“Se fosse preciso, jogaríamos mais uma [prorrogação] agora”, afirmou o atacante Ivan Perisic após a classificação sobre os britânicos na última edição do Mundial.
Situação parecida vive Marrocos diante de Portugal. A equipe africana também superou o tempo extra para eliminar a favorita Espanha na fase anterior, depois de uma etapa classificatória igualmente exigente para seus jogadores.
Os 16 marroquinos mais acionados têm em média 280 minutos disputados até o momento, contra 235 dos principais jogadores de Portugal. O zagueiro Romain Saiss e o meia Sofyan Amrabat ficaram em campo durante todos os 423 minutos da seleção africana no Mundial.
Assim como o Brasil, a equipe lusitana se classificou antecipadamente na primeira fase e passou com tranquilidade pelas oitavas de final, com goleada por 6 a 1 sobre a Suíça.