Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, exibida na noite deste domingo (4), Kely e Flávia, filhas de Pelé, demonstraram otimismo de que o Rei do Futebol voltará para casa após melhorar da infecção respiratória que está sendo tratada no hospital Albert Einstein, no Morumbi, zona sul de São Paulo.
Elas negaram que o pai esteja em tratamento paliativo.
“Não gosto de falar que o tratamento do câncer não está dando certo. Já deu, está dando. Só de ele estar aqui, estar respirando, já está dando supercerto.”
“Não teve a remissão total do câncer no cólon. É muito injusto falar que ele está terminal, em tratamento paliativo. Não é isso, acreditem na gente”, afirmou Flávia, que mora em São Paulo.
Kely, que vive nos Estados Unidos, explica que a internação não é uma despedida do Rei. “Ele está doente, está velhinho, e está internado por causa de uma infecção no pulmão. Quando ele melhorar, ele vai para casa de novo. Ele não está dizendo adeus no hospital no momento”, afirmou.
Cuidados paliativos não significam uma morte iminente, muito menos que a equipe médica desistiu do paciente. Não é infrequente que doentes em cuidados paliativos se estabilizem de quadros agudos e tenham alta hospitalar, por exemplo.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que os cuidados paliativos envolvam equipes multidisciplinares (médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e terapeutas ocupacionais).
A proposta é que, juntos, promovam qualidade de vida, alívio de sintomas da doença e conforto psicológico e espiritual a pacientes com doenças crônicas graves e a seus familiares.
As duas filhas também enfatizaram que estão cansadas de receber os pêsames, como se Pelé estivesse morrendo –que elas negam veementemente.
“A Kely até pontuou que está recebendo os pêsames. A gente está cansado”, disse Flávia. “Ele não está na UTI, está em um quarto normal. Então, ele não está em risco, está em tratamento.”
O neto de Pelé, Arthur, filho de Flávia, falou o que está vendo na internet. “Mexo muito nas redes sociais e muita gente vem falar ‘que ele descanse em paz’. Eu fico com muita vontade de comentar que não é isso. Lógico que um dia vai acontecer, mas não é hoje.”
As filhas também falaram que um dos motivos da internação de Pelé foi que ele contraiu Covid-19, o que provocou a infecção pulmonar. “Umas três semanas atrás ele teve Covid. Ele está vacinado, com todas as vacinas. Mas por causa do medicamento, da quimioterapia, ele está fragilizado e por isso pegou uma infecção no pulmão. Por isso está no hospital”, falou Kely.
Durante a tarde, Edinho, o filho de Pelé que é treinador do Londrina (PR), publicou uma mensagem no Instagram: “Se não foram muitas lições, talvez porque a vida não permitiu… Foram muitos exemplos… Obrigado por tudo… Força, meu pai, meu Rei!”
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O Rei do Futebol, 82, está internado desde terça-feira (29) para o tratamento de um câncer no cólon. Na sexta (2), o hospital divulgou nota informando que Pelé teve diagnosticada uma infecção respiratória, que está sendo tratada com antibióticos.
Em publicação em suas redes sociais no sábado (3), Pelé disse estar “forte, com muita esperança”.
“Meus amigos, eu quero manter todos tranquilos e com o pensamento positivo. Estou forte, com muita esperança e sigo meu tratamento como sempre. Quero agradecer a toda equipe médica e de enfermagem, por todo zelo que tenho recebido. Eu tenho muita fé em Deus e cada mensagem de amor que recebo de vocês, vindas mundo inteiro, me mantém cheio de energias. E assistir o Brasil na Copa do Mundo também! Muito obrigado por tudo”, disse a publicação no Instagram.
No sábado, o hospital divulgou outra nota em que repete o conteúdo do boletim anterior, informando que Pelé segue em tratamento, e o estado de saúde continua estável. “Tem tido boa resposta também aos cuidados na infecção respiratória, não apresentando nenhuma piora no quadro nas últimas 24h”, disse.
Neste domingo, a Torcida Jovem, do Santos, organizou uma vigília na frente do hospital Albert Einstein, para prestar solidariedade e orar pela saúde do maior goleador da história do clube, e que eternizou a camisa 10.