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Corinthians bate Flamengo e leva bi da Supercopa feminina

O time feminino do Corinthians tem mais títulos da Supercopa do Brasil do que o masculino. A segunda taça conquistada pelo clube alvinegro em duas edições da competição em sua versão para mulheres foi obtida na manhã de domingo (12), com uma goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo, no estádio de Itaquera, em São Paulo.

Os dois gols de Tamires e os dois de Millene –Daiane Santos descontou– construíram o placar, retrato da ampla superioridade da formação preta e branca, que mantém sua rotina de levantar troféus. Se a equipe de homens da agremiação do Parque São Jorge não ergue um desde 2019, aquelas chamadas de “Brabas” não param de comemorar.

O Corinthians reativou o futebol feminino em 2016 e já naquele ano levou a Copa do Brasil. Depois disso, triunfou 3 vezes no Campeonato Paulista. (2019, 2020 e 2022), quatro

no Brasileiro (2018, 2020, 2021 e 2022) e três na Copa Libertadores (2017, 2019 e 2021), sempre sob comando de Arthur Elias.

 

Agora, veio o bi da Supercopa do Brasil (2022 e 2023), competição vencida pelo time masculino em 1991, também em confronto com o Flamengo. Na ocasião, o torneio ainda era pouco prestigiado. Neto marcou o gol que definiu o triunfo por 1 a 0, acompanhado por 2.706 pagantes no Morumbi.

A partida deste domingo teve 25.779 espectadores na Neo Química Arena. Um público de ampla maioria corintiana que não precisou esperar nem um minuto para comemorar. Bárbara fez ótima defesa em chute de Gabi Portilho, mas Belinha pegou o rebote e deixou Tamires em ótima posição para marcar.

O Flamengo tentou reagir e teve momentos de perigo, mas viu sua situação se complicar em pênalti cometido por Bárbara em Vic Albuquerque. Millene converteu, aos 36. Ainda no primeiro tempo, aos 49, Vic Albuquerque ficou com sobra na meia-lua e tocou para Millene, que, na cara de Bárbara, concluiu com precisão.

A partida praticamente se resolveu antes do intervalo. Na volta, aos 12 minutos da etapa final, Gabi Portilho fez boa jogada pela direita e cruzou para Tamires concluir de pé direito. Ficou estabelecida a goleada, que não foi ameaçada pelo gol solitário rubro-negro, em cabeceio de Daiane Santos, aos 24.

Foi o jogo mais fácil do Corinthians na Supercopa, que, em sua versão feminina, reúne em mata-mata os quatro melhores de cada uma das duas divisões do Campeonato Brasileiro. A equipe alvinegra venceu o Atlético Mineiro por 1 a 0 e derrotou o Grêmio por 2 a 1 antes de se impor sobre o Flamengo, que só mais recentemente passou a fazer maiores investimentos na modalidade.

Corinthians celebra dez anos do bi mundial com amor a Tite – 15/12/2022 – Esporte

A Argentina buscará, no próximo domingo (18), ser o primeiro time sul-americano campeão mundial de futebol em dez anos. O último foi o Corinthians.

Lionel Messi conduz sua seleção na tentativa de interromper o domínio estabelecido pelos europeus nas últimas quatro edições da quadrienal Copa do Mundo. No anual Mundial de Clubes, já são nove triunfos seguidos dos representantes do velho continente.

A mais recente vitória de uma equipe da América do Sul no torneio completa uma década nesta sexta-feira. Em 16 de dezembro de 2012, o Corinthians, arquitetado por Tite, fez 1 a 0 no Chelsea, gol marcado pelo peruano Paolo Guerrero, e foi bi.

O técnico ainda é amado por quase toda a torcida alvinegra. Quem pôs a bola na rede, não.

Se não conseguiu repetir um sucesso do tamanho do obtido há dez anos, o treinador estreitou seus laços com o clube e conquistou novos títulos em preto e branco. Contratado pela seleção brasileira em 2016, passou desde então a ouvir o recorrente apelo “volta, Tite“.

Recentemente, escutou esse pedido do próprio presidente da agremiação, Duilio Monteiro Alves. Após a saída de Vítor Pereira, o dirigente checou a disponibilidade do gaúcho, que, já havia anunciado, deixaria a formação nacional independentemente do resultado na Copa do Mundo.

“Eu não nego para ninguém que tem um cara com quem gostaria de trabalhar, com quem trabalhei, que é o Tite. Mas ele deixou muito claro que não está pensando em trabalhar no Brasil agora”, afirmou o cartola, na última quarta (14).

Duilio está certo de que a justificativa seja verdadeira. A de Pereira, não era.

O português tinha proposta para renovar seu contrato com o Corinthians até o fim de 2023. Recusou, dizendo que precisava retornar a seu país e dar atenção à sogra, enferma. Em seguida, acertou com o Flamengo –que até a publicação deste texto tinha sua sede no Rio de Janeiro, não em Lisboa.

“O cara mentiu. Mas o Corinthians é muito maior do que todos e segue sua vida”, declarou o presidente.

Algo parecido com o que foi dito em 2015, quando Guerrero trocou justamente o Corinthians pelo Flamengo. O peruano não citou nenhum parente doente, mas quebrou a promessa feita repetidas vezes de que jamais defenderia outro clube brasileiro.

A garantia foi dada inicialmente em uma entrevista à Gazeta Esportiva, em janeiro de 2013, ainda no calor da então recente conquista do Mundial. Depois, até que partisse rumo ao Rio dois anos e meio mais tarde, tornou a dizer, em múltiplas ocasiões: “No Brasil só tenho um time”.

“E ele cumpriu a promessa! Não jogou em mais nenhum time do Brasil”, diverte-se o alvinegro Mauricio Poyatos, 45. “Não jogou nada no Flamengo, não jogou nada no Inter. E não jogou nada no Avaí”, gargalha o balconista.

Paolo defendeu o Flamengo de 2015 a 2018 e esteve no Internacional de 2019 a 2021. Em 2022, aos 38 anos, vestiu a camisa do Avaí, rebaixado no Campeonato Brasileiro. Participou de dez partidas, quatro como titular, sem nenhum gol.

“O Corinthians acreditou no Guerrero, que nem era tão conhecido no Brasil e tinha potencial para crescer aqui. Mas ele se vendeu e hoje em dia nem é mais lembrado”, afirma a tesoureira Priscila Clementino de Almeida, 35.

“Falar que o Guerrero não foi peça importante na conquista do título seria mentira, mas ele não foi para o Japão sozinho. Isso ficou claro principalmente pelo trabalho que o Tite fez com o elenco, motivou todos ali”, acrescenta a torcedora.

O centroavante marcou os dois gols do Corinthians no campeonato. De cabeça, definiu a difícil vitória por 1 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito, nas semifinais, em Toyota. Também de cabeça, de maneira chorada, suada e alvinegríssima, estabeleceu o placar do triunfo sobre o inglês Chelsea, na decisão, em Yokohama, outro 1 a 0.

Idolatrado pela Fiel até o meio de 2015, ele não foi bem recebido nas visitas que fez ao estádio de Itaquera depois disso. Em 2016, em vitória preta e branca por 4 a 0, com dois gols de Ángel Romero, a torcida cantou: “Doutor, eu não me engano, o paraguaio é melhor que o peruano”.

O clube tem adotado a praxe de desejar feliz aniversário ao velho camisa 9, em suas páginas na internet, a cada 1º de janeiro. Há os que aplaudem, mas a reação mais comum são xingamentos como “Guerrero mercenário” e perguntas como “ídolo de quem?”.

O ódio até arrefeceu com o tempo –e com a cada vez menor relevância do atacante. Hoje, o sentimento está mais perto de um desdém. Existe uma parcela da torcida que aposta em um reconhecimento maior ao jogador quando ele estiver aposentado.

Mas a celebração dos dez anos do bi não se dá em um clima de amor ao artilheiro. O carinho é dedicado especialmente a Cássio, eleito o melhor atleta do Mundial de 2012. O goleiro continua vestindo a camisa do Corinthians, assim como Fábio Santos e Paulinho.

Outros dos campeões mantiveram relação próxima com o clube. Alessandro é dirigente. Danilo é técnico dos juniores. Emerson já teve um cargo no departamento de futebol. E Tite, pedem os corintianos, ainda terá de novo.

“Se o Corinthians tivesse uma cara naquela era de ouro do time, seria o Tite. Prezava o coletivo, nunca era por um só. A jogada do gol contra o Chelsea passa por todos os jogadores, incluindo o Cássio, até terminar na cabeçada do Guerrero”, lembra o publicitário Ronaldo Lopes Junior, 27.

“Volta, Tite”, clamam Priscila, Duilio e tantos outros.

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