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Julián Alvárez se aproxima de marca histórica de Pelé – 14/12/2022 – Esporte

O atacante da Argentina Julián Alvárez se tornou o jogador mais jovem a fazer dois gols em uma semifinal de Copa do Mundo desde Pelé em 58. Aos 22 anos, o camisa 9 foi uma das peças importantes na vitória por 3 a 0 contra a Croácia, que também contou com uma grande atuação de Lionel Messi.

A informação foi divulgada pelo portal especializado em estatísticas Opta. Pelé, na Copa de 58, fez três gols contra a França aos 17 anos e 249 dias. Álvarez estava com 22 anos e 316 dias quando chegou à marca.

A partida de Alvárez, que joga no Manchester City, foi a sua melhor nesta Copa do Mundo. Além dos dois gols, ele sofreu o pênalti que abriu o placar, com Messi.

O argentino estava no River Plate até a metade deste ano, quando se apresentou ao Manchester City.

O jovem atacante chegou ao Mundial com três gols pela seleção principal da Argentina. Passados cinco jogos, mais que dobrou o número: já são sete.

“Ele tem feito partidas extraordinárias, jogando por todos, lutando. Foi uma aparição extraordinária para a gente. E ele merece, porque é um garoto estupendo. Que desfrute de tudo isso”, afirmou Messi após a partida.

É difícil crer que ele pudesse imaginar, antes do começo do Mundial, a situação em que se encontra agora, sendo o segundo melhor jogador da seleção, atrás apenas do supercraque Lionel Messi.

Os números e a atuação no Qatar deverão mudar o seu patamar no retorno ao Manchester City e comprovar que o aval do técnico Pep Guardiola para o investimento de 21 milhões de euros (R$ 117,6 milhões) na sua contratação.

A Argentina joga no domingo (18), novamente em Lusail, contra França ou Marrocos, em busca do título.

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Por que o hino da Argentina ‘mudou’ na Copa do Mundo? – 13/12/2022 – Esporte

“O juremos con gloria morir! O juremos con gloria morir! O juremos con gloria morir!”. Os segundos finais do hino da Argentina, antes da partida contra a Croácia, às 16h de hoje, serão épicos. Dezenas de milhares de torcedores estarão cantando a frase derradeira – que é repetida três vezes – juntos, abraçados, talvez até chorando, nas arquibancadas do estádio Lusail. Para eles, nada estranho estará ocorrendo. Afinal, é o hino do país.

Mas os veteranos de Copas do Mundo, ouvidos mais atentos ou simplesmente interessados em hinos nacionais já terão notado uma grande diferença. O hino da Argentina “mudou” no Qatar. A realidade é que, ao contrário das outras Copas do Mundo, em que era tocado o minuto inicial do hino, uma melodia introdutória e sem letra, agora, a pedido da AFA (a CBF argentina), é tocado o minuto final do hino argentino. A Fifa, é bom lembrar, limita em até 90 segundos o trecho dos hinos nacionais tocados nos estádios.

O UOL apurou que a mudança ocorreu a pedido de Lionel Scaloni, técnico, e Pablo Aimar, assistente, dois ex-atletas da seleção argentina e que já disputaram Copas como jogadores. Eles pediram aos dirigentes da AFA que fosse feita a alteração, para “as pessoas poderem cantar uma parte do hino e que não seja só uma música”.

O pedido veio em 2018, depois da Copa do Mundo da Rússia e da saída de Sampaoli, quando Scaloni assumiu o comando técnico de forma interina. A ocasião foi um torneio sub-20, disputado em Valência, Espanha. A primeira vez em que o hino foi tocado de forma modificada com a seleção principal perfilada foi na Copa América de 2019, no Brasil. Assim se seguiu na seguinte Copa América, a de 2021, eliminatórias e, agora, na Copa do Mundo.

Quem vê muitas partidas da Argentina já está acostumado com o “novo hino”. Quem só vê a Argentina em Copas do Mundo, de quatro em quatro anos, notou a diferença.

Importante ressaltar que os jogadores de “Los Pumas”, a seleção nacional de rugby, costumam emocionar o país cantando o hino aos prantos, como se viu nas Copas do Mundo de 2015 e de 2019. No caso do rugby, o hino tocado é uma edição que mescla a introdução (que sempre ouvimos nas Copas do Mundo de futebol) com a parte final, com letra, que é a que tem sido tocada no Qatar.

Em 2019, na Copa América, houve questionamentos sobre “por que Messi não cantava o hino da Argentina” antes das partidas, mas poucos haviam notado que era o primeiro torneio da seleção absoluta com o hino “novo”. “Cada um vive o hino de uma forma”, se limitou a responder Messi, na ocasião.

“O que fizeram agora é o mais lógico. O hino é muito longo, então tem sentido que peguem uma parte que as pessoas possam cantar”, falou o jornalista argentino Martín Ainstein, repórter e documentarista da ESPN. “Carlos Billardo (técnico da seleção argentina campeã em 1986) dizia que é nos pequenos detalhes que se ganham os títulos. Prestava atenção em tudo, absolutamente tudo. Isso que fez Scaloni é algo muito ‘billardista’, tudo tem uma consequência, tudo soma na hora de construir um time campeão”, opina.

O hino nacional da Argentina foi escrito em 1812 por Alejandro Vicente López y Planes e composto por Blas Parera no ano seguinte. A versão original, enorme, foi reduzida a 3min34s a partir de 1900. A introdução, de 1 minuto, não tem letra e era a única parte tocada nas últimas Copas, desde que a Fifa limitou o tempo de execução.

Na final do Mundial de 1990, uma banda tocou no gramado do estádio Olímpico de Roma um trecho maior do hino argentino, além da introdução. Sob vaias dos italianos, Diego Maradona esperou a câmera chegar perto do rosto dele para mandar o recado ao público: “filhos da p…, filhos da p…”, repetiu, duas vezes.

Na Copa do Qatar, tem sido tocada e cantada a parte final. “Sean eternos los laureles, que supimos conseguir. Coronados de gloria vivamos, o juremos con gloria morir!”. Messi, diga-se, agora já canta o hino a todo pulmão, assim como o restante dos jogadores.

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Scaloni flerta com glória da Argentina no presente – 12/12/2022 – Esporte

Na manhã de 25 de junho de 2018, Lionel Scaloni desceu à recepção do hotel em que estava a seleção argentina em São Petersburgo. Em poucas horas, a equipe enfrentaria a Nigéria em confronto decisivo do Mundial da Rússia.

Um grupo de torcedores o viu e se aproximou. Ele era na época auxiliar do treinador Jorge Sampaoli.

“Como está o neném?”, foi a questão que ouviu.

“Bem. Pronto para o jogo”, respondeu.

O “neném” era Lionel Messi. A ansiedade era porque dependia do camisa 10 a classificação na fase de grupos. A Argentina venceu por 2 a 1.

Já naquela época, Scaloni, ex-lateral que teve suas passagens mais marcantes por La Coruña (ESP) e Lazio (ITA), era o integrante mais acessível em uma comissão técnica rachada por causa de uma briga entre Sampaoli e seu assistente Sebastián Beccacece.

Após a decepção de 2018, ele foi escolhido para assumir o cargo principal. Parecia estranho. Era um prêmio para quem jamais havia dirigido clube nenhum, quanto mais uma seleção. Parecia ser mero interino, um tapa-buraco antes da chegada de nome de mais peso.

“Há outras grandíssimas seleções no Mundial, mas nós conseguimos fazer com que Lionel Messi e seus companheiros se sintam cômodos em campo”, disse ele nesta segunda-feira (12), um dia antes da partida mais importante de sua vida.

Nesta terça-feira (13), às 16 horas (de Brasília), a Argentina enfrenta a Croácia no estádio Lusail pela semifinal da Copa do Mundo do Qatar.

Visto no passado com desconfiança por imprensa e torcedores, ele depois se tornaria o criador da “Scaloneta” (apelido pelo qual sua seleção ficaria conhecida), a liderança calma que conseguiu acabar com o jejum de títulos da alviceleste e deixou Messi contente. E se Messi está feliz, a Argentina está feliz.

“Vou dizer o quê? Ele é o melhor de todos os tempos”, opinou Scaloni após a vitória nas quartas de final sobre a Holanda, quando o camisa 10 deu passe mágico para Molina abrir o placar e anotou o segundo gol, de pênalti.

Nos elogios rasgados ao seu capitão ele imita seu antecessor. Em alguns momentos durante o Mundial da Rússia, parecia que Messi era o treinador. Nos minutos finais da vitória sobre a Nigéria, Sampaoli chegou a avisar, com tom de consulta, que iria colocar Kun Aguero em campo.

Scaloni não tem o jeito explosivo e difícil do atual técnico do Sevilla (ESP). Um dia antes de enfrentar a Holanda, lembrou-se do aniversário de dois anos da morte de Alejandro Sabella, outra de suas influências.

Os dois compartilham a maneira ponderada diante dos jornalistas e a calma em situações difíceis. Minutos após ter perdido a final do Mundial de 2014 para a Alemanha no Maracanã, Sabella foi confrontado por pergunta provocativa de um programa humorístico brasileiro, já extinto.

Em vez de se enervar ou provocar polêmica, deu resposta tranquila e sem alterar o tom de voz.

Scaloni já afirmou, durante o Qatar, que não se pode viver o futebol como algo mais do que um jogo. E tem feito de tudo para tirar a tensão remanescente do confronto contra a Holanda.

Messi provocou o técnico Louis van Gaal, o goleiro Emiliano Martínez chamou o árbitro espanhol Mateu Lahoz de “inútil”. Houve seguidas trocas de ofensas e empurrões entre atletas das duas seleções.

Não é do perfil do atual treinador argentino, como não foi o de Sabella, inflamar as tensões.

“Esta partida se jogou como teria de se jogar. O futebol é isso. Há momentos em que o jogo pode ficar difícil, com discussões. Há um árbitro para colocar justiça. Nós sabemos perder e ganhar. Perdemos a primeira partida contra a Arábia Saudita e fomos caladinhos para o hotel. Ganhamos a Copa América do Brasil e se deu a imagem mais bonita de desportividade que se pode ver. Não compro essa história de que não sabemos ganhar. Deve-se acabar com isso porque temos orgulho”, afirmou nesta segunda.

Por causa de imagem captada no momento do encerramento da disputa de pênaltis, em que jogadores sul-americanos comemoram olhando para os holandeses, parte da imprensa europeia os acusou de soberbos e de não saberem vencer.

Após o título da seleção na Copa América de 2021, fotografia mostra Neymar ao lado de Messi no vestiário do Maracanã. Os dois riem e conversam.

Scaloni tem como um de seus gurus e conselheiros Cesar Luis Menotti, treinador campeão mundial de 1978 e diretor de seleções da AFA (Associação de Futebol Argentino). Foi quem, no auge das críticas em 2019, quando o time iniciou a Copa América jogando mal e perdendo para a Colômbia, assegurou a permanência do novato.

A base da Argentina semifinalista do Mundial foi montada por Scaloni. É dele a responsabilidade pela presença de Dibu Martínez no gol, Cuti Romero na zaga, Rodrigo De Paul como incansável nome no meio-campo, o surgimento de Enzo Fernández e Julián Álvarez, a escalação de Alexis MacAllister quando se reclamava que o técnico convocava um atleta do pequeno Brighton, da Inglaterra.

Mas nenhum é um fiador tão grande do seu trabalho quanto Lionel Messi. O treinador até deu de ombros quanto aos seus méritos em tornar o seu capitão que, ao intimidar adversários e reclamar de árbitros, uma versão mais próxima de Maradona.

“Isso não surpreende porque o conheço. Sempre foi assim. Não é mérito desta comissão técnica. Sempre foi igual, um ganhador. E tem um orgulho e uma vontade de continuar jogando que atrai inveja”, finalizou.

Conhece desde 2018, quando ouvia as perguntas de como o “neném” estava.

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Argentino Otamendi tem sua última chance em Copas – 06/12/2022 – Esporte

Nicolás Otamendi, 34, abre um sorriso quando um jornalista de TV o lembra, na saída do estádio Al Rayyan, que este “pode ser o ano”.

“Oxalá que seja”, diz, antes de seguir sua caminhada para o ônibus após a vitória sobre a Austrália pelas oitavas de final.

Segundos depois, quando funcionário da Fifa quase o abraçou para que parasse diante de repórteres da imprensa escrita, ele se livrou do pedido sem cerimônia, como se a pessoa à sua frente não existisse. O empregado olhou para assessor da AFA (Associação de Futebol Argentino), que deu de ombros. Era como quem diz ‘Otamendi é assim mesmo’.

Não é o primeiro a constatar isso.

“Em campo, ele é um animal. Fora dele, é um bicho de pelúcia. É uma beleza, desliga o meu iPad, me cobre, é bonito de ver. Depois ele te pega em campo e te assassina”, constatou, com claro divertimento, o meia Rodrigo De Paul, colega de quarto do defensor na concentração da equipe, na Universidade de Qatar.

Outros colegas de Otamendi, no passado, já disseram coisas parecidas. O uruguaio Darwin Sánchez confessou detestar seu novo companheiro ao chegar ao Benfica, de Portugal. Em poucos meses eram melhores amigos.

“É alguém que vai à luta com você em todos os momentos, sem receio. É um guerreiro total”, disse.

Em seu provável último Mundial da carreira (assim como Messi), o zagueiro tem contas a acertar. É o torneio em que já foi massacrado, esquecido de forma surpreendente e tomou parte em um fiasco histórico. Em 2022, no Qatar, tem a esperança que dê enfim tudo certo.

“Estamos vivendo um momento muito feliz, melhorando cada vez mais, passo a passo, mas ainda não é nada. Há muito mais por lutar”, disse após o resultado que definiu confronto contra a Holanda, na próxima sexta-feira (9), pelas quartas de final.

Lutar é um verbo comum para quem praticou boxe na infância, antes de ser descoberto pelas categorias de base do Vélez Sarsfield. Foi pelo time que foi chamado à primeira Copa, na África do Sul, em 2010. Acabou massacrado pela imprensa do seu país após a goleada por 4 a 0 sofrida diante da Alemanha, nas quartas de final.

Pouco importa que o técnico Diego Maradona o tenha escalado como lateral direito, posição em que nunca havia atuado pela seleção.

Guardiola concorda com a visão de que Otamendi vai para a batalha toda vez que pisa no gramado. Definiu-o como o maior competidor que já viu na vida. O treinador o dirigiu no Manchester City entre 2015 e 2020. Diz que o viu atuar com 20 pontos na perna, com tornozelo arrebentado… Chamou-o de super-homem.

Era um nome considerado certo na lista dos 23 convocados por Alejandro Sabella para o Mundial do Brasil, em 2014. Foi deixado de fora, em decisão surpreendente. Não participou da campanha em que a seleção chegou à final e foi derrotada de novo pela Alemanha.

Restabelecido no elenco nacional a partir de 2015, era titular na Rússia-2018, quando o time se esfacelou durante o Mundial, passou no sufoco pela fase de grupos e acabou caindo diante da França nas oitavas de final.

Se o futebol desse um título de Copa do Mundo a Lionel Messi, o zagueiro também espera ter um bom momento no maior palco do esporte.

“Estamos ansiosos pelo que está por vir, mas a Argentina é uma seleção que reage bem sob pressão. Foi isso o que aconteceu contra o México”, observou, sobre o jogo em que a vitória era essencial, após o revés na estreia contra a Arábia Saudita.

Se a Argentina conquistar o título mundial, será mais fácil para ele realizar o sonho de atuar pelo River Plate, seu time de infância.

No momento, o zagueiro, chamado de traidor pela torcida do Porto, por onde atuou entre 2010 e 2014, quando assinou com o Benfica em 2020, tende a renovar o contrato com o clube de Lisboa.

Para que isso aconteça, é possível um histórico jogo contra o Brasil na semifinal. Na última vez em que as duas seleções se enfrentaram, ele mostrou o seu lado não delicado para Raphinha, titular de Tite na Copa. Acertou cotovelada no atacante e não recebeu sequer cartão amarelo, o que gerou reclamação dos dirigentes brasileiros.

“Apenas bola”, escreveu em postagem no Instagram, com ironia, sobre a jogada.

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