O primeiro tempo terminou com um magro 1 a 0, gol marcado perto do apito do árbitro que levaria os dois times para o descanso do intervalo.
No segundo tempo, o inesperado ocorreu: o Liverpool desandou a fazer gols diante de sua torcida, no estádio de Anfield, e o Manchester United, rendido aos poucos, amargou um 7 a 0.
Nem o mais otimista torcedor dos Reds poderia esperar tamanha vantagem no maior clássico do futebol inglês. Deve ter se beliscado para descobrir que era real o que seria tão somente um sonho empolgante. Descobriu, feliz, que sonhava acordado.
Quanto ao torcedor dos Red Devils, viu-se na situação oposta. Beliscava-se para acordar do pior pesadelo possível, mas a agonia só crescia e o despertar não vinha, já que desperto ele já estava.
Os gols de Salah (2), Darwin Núnez (2), Gakpo (2) e Roberto Firmino resultaram no placar mais dilatado na história de quase 130 anos de duelos entre Liverpool e Man United.
Em 1895, justamente no primeiro encontro entre os clubes, o Liverpool atropelou o visitante por 7 a 1. A maior goleada do time de Manchester no confronto foi em 1928, um 6 a 1.
Imagina a alegria que o fã do Liverpool deve estar sentindo agora, assim como a dor da humilhação do fã do Man United.
A rivalidade é enorme, e eu pude comprová-la ao assistir, em 2010, no estádio Old Trafford lotado, a um Manchester United x Liverpool.
O time da casa começou ganhando por 2 a 0, dois gols do búlgaro Berbatov (o segundo em uma meia-bicicleta), mas o Liverpool correu atrás, fazendo um gol de pênalti e outro de falta.
Ambos os gols foram do ídolo Steven Gerrard, que, ao empatar, disparou na direção da pequena porém animada torcida do Liverpool, mostrando os cinco dedos da mão direita aberta, referência ao número de títulos que à época o Liverpool tinha na Champions League, contra os três do adversário.
Era uma clara provocação aos donos da casa. A mensagem foi passada, porém naquele dia Gerrard e companhia voltaram cabisbaixos para Liverpool, pois Berbatov anotou mais um para cravar seu hat-trick e a vitória do Man United por 3 a 2.
A goleada surpreendente e monstruosa do Liverpool neste domingo (5) traz a curiosidade acerca dos placares mais dilatados em outros clássicos de extrema rivalidade no mundo.
Veja o levantamento de alguns, exposto a seguir (teve 12 a 2, 11 a 1 e 10 a 0).
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- Barcelona x Real Madrid (Espanha)
Maior goleada do Barcelona: 7 a 2 (1950)
Maior goleada do Real: 11 a 1 (1943)
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- Boca Juniors x River Plate (Argentina)
Maior goleada do Boca: 5 a 0 (2015)
Maior goleada do River: 5 a 1 (1941)
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- Inter de Milão x Milan (Itália)
Maior goleada da Inter: 5 a 0 (1910)
Maior goleada do Milan: 6 a 0 (2001)
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- Benfica x Porto (Portugal)
Maior goleada do Benfica: 12 a 2 (1943)
Maior goleada do Porto: 8 a 0 (1933)
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- Celtic x Rangers (Escócia)
Maior goleada do Celtic: 7 a 1 (1957)
Maior goleada do Rangers: 5 a 0 (1893 e 1894)
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- Nacional x Peñarol (Uruguai)
Maior goleada do Nacional: 6 a 0 (1941)
Maior goleada do Peñarol: 5 a 0 (1953 e 2014)
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- Galatasaray x Fernerbahce (Turquia)
Maior goleada do Galatasaray: 7 a 0 (1911)
Maior goleada do Fenerbahce: 6 a 0 (2002)
Maior goleada do Corinthians: 5 a 1 (1952 e 1982)
Maior goleada do Palmeiras: 8 a 0 (1933)
Maior goleada do Corinthians: 6 a 1 (2015)
Maior goleada do São Paulo: 6 a 1 (1933)
Maior goleada do Palmeiras: 5 a 0 (1965)
Maior goleada do São Paulo: 6 a 0 (1939)
Maior goleada do Flamengo: 6 a 2 (1943)
Maior goleada do Vasco: 7 a 0 (1951)
Maior goleada do Flamengo: 7 a 0 (1945)
Maior goleada do Fluminense: 5 a 1 (1943)
Maior goleada do Grêmio: 10 a 0 (1909)
Maior goleada do Inter: 7 a 0 (1948)
Maior goleada do Atlético: 9 a 2 (1927)
Maior goleada do Cruzeiro: 6 a 1 (2011)
Maior goleada do Bahia: 10 a 1 (1939)
Maior goleada do Vitória: 7 a 1 (1948)