Desde que o sorteio dos grupos e chaves da Copa do Mundo do Qatar de 2022 foi realizado, uma eventual semifinal entre Brasil e Argentina foi o prognóstico mais constante entre analistas e torcedores e nos bolões. Talvez um misto de favoritismo das duas seleções e da expectativa para que o jogo ocorresse.
Juntas, as duas seleções têm sete títulos mundiais. Delas surgiram Pelé e Maradona e tantos outros grandes craques. Nos atuais elencos, Messi e Neymar. Dois países de muita tradição e paixão pelo futebol.
A semifinal seria épica. Por tudo que representam para o futebol mundial, mas também pela sonhada final que teima em não acontecer. Uma decisão de Copa desejada por muitos, eu entre estes tantos.
Mas o chaveamento do torneio de 2022 deixou bastante improvável que as seleções brasileira e argentina se encontrassem na última partida da competição. Por isso, a semifinal era cantada com antecedência.
Os dois times já se enfrentaram em Copas, mas não em uma partida com este peso. No primeiro duelo, em 1974, Brasil venceu por 2 a 1. No torneio de 1978, Brasil e Argentina ficaram no 0 a 0. Em 1982, o Brasil derrotou os argentinos por 3 a 1. No último encontro, a Argentina eliminou o Brasil do Mundial de 1990, nas oitavas.
No Qatar, seria uma semifinal de Copa. Depois de longos anos sem título as duas potências do futebol ficariam frente a frente, neste ano. Quem passasse estaria na grande final. Mas não veremos este jogo. Pelo caminho a Croácia. E um gol de contra-ataque.
Faltavam nem quatro minutos para o fim do segundo tempo da prorrogação. O Brasil estava na frente. “Vai subir para quê?”, é possível entender Neymar questionando após o gol dos croatas.
A eliminação nos pênaltis que chegou para o Brasil, quase chegou para os argentinos, que também tomaram o empate no finzinho do jogo. Mas o time de Messi passou. Cumpriu sua parte para a aguardada semifinal.
Esta é a segunda vez que o Brasil descumpre o “trato” de disputar uma decisão contra a seleção argentina, em Copas recentes. No Mundial de 2014, realizado por aqui, o chaveamento permitia que as duas seleções se encontrassem em uma final.
Na decisão, nossos vizinhos estavam lá, aguardando. O Brasil, no caminho, encontrou com a Alemanha… Bem, não precisamos lembrar do que ocorreu.
Depois de um pesadelo como a eliminação brasileira é natural a busca por culpados ou, ao menos, tentar entender o que aconteceu, já que o país era tido como um dos favoritos.
E, sobre isso, muito ainda vai ser dito nos próximos meses. Um dos pontos, certamente, é que faltavam só quatro minutos. Quatro minutos. “Vai subir para quê?”
Pós fato consumado, cabe olhar o que resta. E não vejo terra arrasada.
Diferentemente de outras eliminações, estamos diante de uma geração em começo de ciclo, e não no final. Paquetá, Vinicius Júnior, Anthony, Rodrigo e Raphinha são ainda novos. Existe uma geração mais jovem e bastante promissora. Alguns de 16, 17 anos. Jovens demais para 2022, mas em boa idade em 2026.
Não sabemos como estarão na próxima Copa. Nem os que disputaram o torneio do Qatar e nem as promessas que ainda precisam se concretizar. Mas, eliminado, só resta ao Brasil imaginar cenários com esses jogadores e se preparar para a próxima Copa.
E, quem sabe, nos EUA, no México e no Canadá a seleção consiga realizar o tão sonhado jogo contra a Argentina.
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