Categoria: Sem categoria

Julián Alvárez se aproxima de marca histórica de Pelé – 14/12/2022 – Esporte

O atacante da Argentina Julián Alvárez se tornou o jogador mais jovem a fazer dois gols em uma semifinal de Copa do Mundo desde Pelé em 58. Aos 22 anos, o camisa 9 foi uma das peças importantes na vitória por 3 a 0 contra a Croácia, que também contou com uma grande atuação de Lionel Messi.

A informação foi divulgada pelo portal especializado em estatísticas Opta. Pelé, na Copa de 58, fez três gols contra a França aos 17 anos e 249 dias. Álvarez estava com 22 anos e 316 dias quando chegou à marca.

A partida de Alvárez, que joga no Manchester City, foi a sua melhor nesta Copa do Mundo. Além dos dois gols, ele sofreu o pênalti que abriu o placar, com Messi.

O argentino estava no River Plate até a metade deste ano, quando se apresentou ao Manchester City.

O jovem atacante chegou ao Mundial com três gols pela seleção principal da Argentina. Passados cinco jogos, mais que dobrou o número: já são sete.

“Ele tem feito partidas extraordinárias, jogando por todos, lutando. Foi uma aparição extraordinária para a gente. E ele merece, porque é um garoto estupendo. Que desfrute de tudo isso”, afirmou Messi após a partida.

É difícil crer que ele pudesse imaginar, antes do começo do Mundial, a situação em que se encontra agora, sendo o segundo melhor jogador da seleção, atrás apenas do supercraque Lionel Messi.

Os números e a atuação no Qatar deverão mudar o seu patamar no retorno ao Manchester City e comprovar que o aval do técnico Pep Guardiola para o investimento de 21 milhões de euros (R$ 117,6 milhões) na sua contratação.

A Argentina joga no domingo (18), novamente em Lusail, contra França ou Marrocos, em busca do título.

link

Copa em dezembro transforma camisas em presente de Natal – 14/12/2022 – Esporte

A Holanda sai da Copa invicta, mas demonstrou um futebol tão pálido quanto a camisa usada neste ano, avaliou um comentarista —esportivo, não de moda— durante a semana passada. Seu colega no programa gostou da provocação e respondeu que a camisa podia não ser a melhor, mas que o agasalho na entrada em campo para o hino era o mais garboso. O primeiro concordou.

Os gols, jogadas, craques e tragédias ainda vão reverberar durante algum tempo mesmo após o torneio. E com um Mundial em dezembro, de repente a Qatar Fashion Month (ou Copa do Mundo mesmo) pode ter virado uma boa vitrine para um presente natalino.

Sair um dia na rua e não cruzar com ninguém com uma camisa do Real Madrid, do Barcelona, do Paris Saint-Germain ou de algum time inglês é quase um desafio. Mas em tempos de Mundial, essas equipes ganham a concorrência de várias seleções —e nem precisa ser um torcedor.

As fornecedora dos quatro semifinalistas do Mundial do Qatar provavelmente já estão cantando vitória. Isso porque o fato de ter chegado à semifinal garantiu dois desfiles extras para o top 4 —mesmo os perdedores da semifinal voltam a campo para a disputa do terceiro lugar. No total, o quarteto garantiu sete desfiles nas passarelas qatarianas, com transmissões que ficam entre as maiores audiências do planeta —de acordo com a Fifa, só a final de 2018 teve audiência média de 517 milhões de pessoas no globo.

Mesmo eliminada, a Holanda com sua camisa laranja nunca passa despercebida. E neste ano foi tema de debate nas redes sociais, com muitos internautas reclamando da peça que parecia um “tie-dye monocromático”. “Parece tie-dye, mas não é, tentaram imitar a pele de um leão. Ficou mais amarelada, mas ficou bonita”, diz Cláudia Garcia Vicentini, professora do bacharelado de têxtil e moda da USP.

Mas nem tudo que é visto pela televisão nos jogos está à venda por aqui, como os belos agasalhos das seleções internacionais, incluindo o holandês.

Olhando os uniformes das seleções em sites, a professora avalia que as camisas número 2 (o segundo uniforme) sempre são as mais criativas. “As opções número 1 são mais sóbrias e têm mais as cores das bandeiras mais fortes, uma forma de fácil identificação. As camisas número 2 dão mais liberdade para as marcas criarem um pouco mais, mas não muito. O futebol é um esporte bem tradicional.”

O Brasil foi uma das poucas seleções a ter a chance de usar os dois uniformes. Mesmo presente na derrota contra Camarões, a camisa azul agradou. “Do ponto de vista de estampa e de design, é mais bonita que a camisa número 1. Você vê mais a estampa da onça nas mangas. Na 1 não se vê muito bem a estampa”, avalia Cláudia.

Para Grazi Cavalcanti, professora do projeto social Ponto da Moda, parceria com a Faculdade Santa Marcelina, os elementos gráficos na estamparia foram a tendência no desfile do Qatar, com destaque também para o Brasil. “No uniforme 2 há uma complexidade de design de superfície, a mistura de motivos gráficos com o animal print e o degradê produzido com cores diferentes. Um uniforme com propósito e complexidade nas técnicas têxteis.”

Quem causou uma certa estranheza com o figurino reserva foi a também eliminada Espanha com sua camisa azul-clara com uma estampa meio ondulada (batizada de calçadão do Rio na internet). “Acho que o padrão ficou meio apagadinho, o contraste poderia ter sido mais bem explorado”, diz Claudia, que gostou da camisa pré-jogo e da jaqueta corta-vento usada no hino (nenhuma delas está à venda no site da Adidas, fornecedora do time).

Vestir a camisa da seleção, ou dar de presente, neste fim de ano requer um certo investimento. As camisas da seleção brasileira têm duas versões na loja online da Nike. A jogador, com o mesmo tecido tecnológico usado por Neymar, Vinícius Junior e cia., sai por R$ 699,99. A torcedor, com design idêntico, mas sem os avanços têxteis, por R$ 349,99.

Camisas de outras seleções da fornecedora americana, que teve 13 esquadrões no Qatar, estão por R$ 399,99, incluindo Holanda e França —depois dos uniformes do Brasil, de acordo com a assessoria da Nike, as camisas de Holanda, Inglaterra, Portugal e Croácia são as mais procuradas pelos consumidores.

A marca alemã Adidas vende em seu site camisas de sete seleções no Mundial, como a da Alemanha, da Argentina (ambas por R$ 349,99) ou da Espanha (um pouco mais barata, por R$ 299,99, incluindo a azul-clara).

Outra fornecedora alemã, a Puma tem camisas da semifinalista Marrocos, a queridinha do Qatar, e de seleções como Uruguai e Gana, todas no mesmo valor, R$ 369,90.

link

Messi exalta personalidade do jovem Julián Álvarez – 13/12/2022 – Esporte

A partida derradeira de Lionel Messi em uma Copa do Mundo será uma final. E será ao lado de um jovem de 22 anos que o veterano de 35 tentará uma última vez alcançar o que persegue ao longo de toda a carreira: o título mais importante do futebol.

A Argentina obteve sua classificação nesta terça-feira (13), com uma vitória por 3 a 0 sobre a Croácia, em Lusail. Messi abriu de pênalti o placar do estádio Lusail, fechado com dois gols de Julián Álvarez.

“Ele tem feito partidas extraordinárias, jogando por todos, lutando. Foi uma aparição extraordinária para a gente. E ele merece, porque é um garoto estupendo. Que desfrute de tudo isso”, afirmou o camisa 10.

O jovem do Manchester City teve participação nos três gols. No primeiro, tirou a bola do goleiro Livakovic e sofreu pênalti. No segundo, foi trombando da intermediária até o gol. No terceiro, apenas rolou a bola para a rede após grande jogada de Messi pela direita.

“É incrível o que faz o Leo. Você tem que estar preparado para qualquer passe, porque ele pode fazer qualquer coisa com a bola. Estava esperando na área, sabia que ele podia fazer algo. Foi um lindo gol”, disse Álvarez, que chamou de “sonho” a jornada que tem vivido no Qatar.

A expectativa dos torcedores alvicelestes é que a parceria volte a funcionar no domingo (18), novamente em Lusail, contra França ou Marrocos. Vencer significaria o ápice para Messi em sua quinta Copa.

“Estamos desfrutando. É um processo impressionante. Ganhamos a Copa América [em 2021] e chegamos a este Mundial com 36 partidas sem perder. Agora, chegamos à final. Claro que queremos levantar a taça. Vamos fazer o melhor possível”, afirmou o craque.

“É muita felicidade poder terminar minha trajetória no Mundial jogando minha última partida em uma final. É muito emocionante o que estou vivendo nesta competição, é emocionante ver a reação das pessoas, aqui e na Argentina”, acrescentou.

Para Messi, a equipe mostrou força depois de ter perdido sua longa invencibilidade. Derrotados pela Arábia Saudita na primeira rodada, os comandados de Lionel Scaloni precisaram passar por duelos tensos com México e Polônia para avançar ao mata-mata, no qual derrubaram Austrália, Holanda e Croácia.

“Começamos perdendo, o que ninguém esperava, mas falamos para a gente confiar na gente mesmo, porque acreditamos na força do grupo. Fomos crescendo. Tivemos que jogar cinco finais. E jogamos como deveríamos. É um desgaste mental grande, e este grupo soube superar isso”, afirmou.

O volante De Paul adotou a mesma linha. “Foi uma pancada dura que recebemos. Mas seguramente serviu. Tínhamos que obrigatoriamente ganhar todas as partidas, não tinha como relaxar. Foi uma mostra de caráter do grupo”, declarou.

Resta uma final, a final. E De Paul sabe em quem jogará suas fichas, aquele que veste a camisa 10: “É o melhor de todos”.

link

Estou no lugar dos sonhos dos argentinos, diz Scaloni – 13/12/2022 – Esporte

O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, admitiu que se esforçou para não se emocionar depois da classificação de sua equipe, nesta terça-feira (13), para a final da Copa do Mundo e lembrou que “falta um passo” para o título.

“Tento não me emocionar. É muito difícil. Estou no lugar dos sonhos de todo argentino. Todos agiriam como eu. Quando você joga pela seleção e representa seu país, é impossível não fazer o que fazem esses garotos. É emocionante”, afirmou Scaloni em entrevista coletiva após a vitória sobre a Croácia nas semifinais do Mundial por 3 a 0.

“Quando perdemos para a Arábia (no jogo de estreia no Qatar), sentimos o apoio do povo e isso é inigualável. Não há torcedores de clube, somos todos torcedores da ‘albiceleste’. É um momento único. A Argentina está no pedestal do futebol e isso tem que nos deixar felizes”, acrescentou.

O treinador elogiou mais uma vez o trabalho de Lionel Messi, autor de um gol e uma assistência contra a Croácia e artilheiro da equipe no Mundial.

“Se Messi é o maior da história, às vezes parece que é, porque somos argentinos e dizemos isso. Eu tenho o privilégio de treiná-lo e vê-lo, é algo emocionante. Cada vez que gera algo para seus companheiros. Não só aos argentinos. Não há muito mais a acrescentar. É uma sorte e um privilégio”, disse.

Scaloni também fez elogios a outro protagonista do jogo, o atacante Julián Álvarez, autor de dois gols.

“A partida de Julián é muito boa. Não só pelos dois gols, mas porque deu uma contribuição bárbara aos três volantes. Com a idade que tem, é normal que queira conquistar o mundo. É um garoto que, o que você disser, ele faz. Estamos felizes porque pôde fazer gols e isso é bom para um atacante”, afirmou.

Sobre o adversário da final, Scaloni preferiu não escolher entre França ou Marrocos, que se enfrentam quarta-feira na segunda semifinal.

“Nunca fui de buscar adversário. O que vier, virá. Os dois merecem estar aqui, são duas grandes seleções”, concluiu.

link

Copa: arco-íris vira ponto de tensão no Qatar – 13/12/2022 – Esporte

Para receber turistas de diversas nacionalidades, o Qatar decidiu arrefecer seu regime. Fez vista grossa, por exemplo, às recomendações de que os visitantes deveriam vestir roupas que evitassem ombros à mostra e estivessem acima dos joelhos. Não impediu que casais fora do matrimônio reservassem quartos juntos, embora sexo antes do casamento possa render sete anos de prisão.

E apesar de sua legislação considerar a homossexualidade crime passível de morte, o emir Tamim bin Hamad Al Thani disse que a comunidade seria bem-vinda. O arco-íris, porém, segue como ponto de tensão na Copa do Mundo do Qatar.

A proibitiva legislação contra o grupo LGBTQIA+ no país tem restringido a combinação de cores em diversos itens, independentemente de sua finalidade. As forças de segurança qatarianas têm confiscado objetos e reprimido torcedores independentemente de se relacionarem com a causa.

Em meados de novembro, por exemplo, a bandeira de Pernambuco foi confundida com o símbolo LGBTQIA+ nos arredores do estádio de Lusail. Victor Pereira, 28, costumava andar com a flâmula na mochila a fim de tirar fotos com conterrâneos.

Em uma das ocasiões, um homem viu a pernambucana com quem o brasileiro havia acabado de fazer o registro com a bandeira nas mãos, tomou o tecido dela e pisoteou a flâmula. Pereira já havia se afastado e, ao ver a agressão, começou a filmar. Quando o homem percebeu, tomou o celular de suas mãos e ameaçou quebrá-lo. Ao notar a movimentação, um policial se aproximou e, ao invés de proteger os brasileiros, apagou o vídeo do celular de Victor.

“Me perguntaram se eu imaginava que a bandeira de Pernambuco poderia dar problema. Não. A bandeira de Pernambuco não é nem um arco-íris, é um arco com três cores”, diz.

Situação semelhante aconteceu com o cinegrafista que acompanhava a jornalista da BBC, Natalie Pirks, A profissional conta em uma postagem em suas redes sociais que estava chegando na partida da Inglaterra contra os Estados Unidos e o cinegrafista foi inicialmente impedido de entrar no estádio Al Bayt, em Al Khor, pois usava uma pulseira de relógio com as cores do arco-íris.

“Acabei de chegar ao estádio Al Bayt para o jogo da Inglaterra e meu cinegrafista, usando a pulseira de relógio colorida que seu filho lhe deu, foi parado pela segurança e impedido de entrar. Claramente, a mensagem da Fifa ainda não está sendo transmitida”, escreveu Pirks.

Na postagem seguinte, sem dar muitos detalhes, a jornalista informa que conseguiu entrar no estádio.

O mesmo ocorre se o arco-íris é usado em favor dos direitos da comunidade LGBTQIA+. O professor Justin Martin, que leciona no Doha Institute for Graduate Studies, contou em uma publicação no seu Twitter que um homem o empurrou contra a porta do metrô da cidade por ele carregar uma pequena bandeira com as cores do arco-íris. Outro ainda teria o chamado de “nojento”.

“Um torcedor polonês disse que aquele homem havia dito que iria me matar”, escreveu.

Na partida do País de Gales contra os Estados Unidos, no estádio Ahmad bin Ali, torcedoras tiveram seus chapéus do time europeu confiscados pelos arco-íris presentes em torno do item.

“Nenhum homem, só mulheres?”, afirma a conta The Rainbow Wall, de torcedores LGBTQIA+ do país.

Cerca de uma semana após a partida, um posicionamento oficial da Fifa indicou que itens com as cores do arco-íris seriam permitidos nas arenas do Mundial. A Fifa dizia que estava ciente de incidentes em que itens liberados estavam sendo barrados nos estádios e que recebeu garantias das autoridades locais em relação ao cumprimento dessas regras.

Para a antropóloga Francirosy Campos Barbosa, docente da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora do coordenadora do Gracias (Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes), a vigilância repressiva em torno do arco-íris LGBTQIA+, mas arrefecida para outras questões sensíveis para o regime, ocorre pois a família composta por homem e mulher é fundamental no islamismo.

A legislação qatariana tem como base a “sharia”, a lei islâmica tradicional.

“A religião tem uma coisa em que você não apresenta o seu pecado”, pontua. “Então a partir do momento em que você coloca uma camisa, que você expressa, você está expondo o seu pecado.”

O Qatar é conhecido por suas restritivas leis em relação aos direitos humanos. Desde que foi anunciado como sede da Copa, ativistas têm incentivado o boicote ao evento.

Meses antes do início do campeonato, a organização Human Rights Watch emitiu nota afirmando que forças de segurança qatarianas arbitrariamente prenderam gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.

Em novembro, o ex-jogador da seleção do Qatar e embaixador da Copa Khalid Salman chamou a homossexualidade de “dano mental”. Ele acrescentou que ser gay é um “haram”, pecado proibido no islã.

link

Bar argentino tem comemoração com clima de arquibancada – 13/12/2022 – Esporte

Quando o árbitro apitou o fim do jogo, eles tomaram a rua. Pouco importavam os carros passando ou a pressa das pessoas, manifestada em buzinas ou motoqueiros rabiscando pelo trânsito. O que importava era a vitória da Argentina e o “fechamento perfeito” para Lionel Messi na Copa do Mundo.

As músicas em homenagem a Maradona tomaram a rua da Mooca, no bairro de mesmo nome (zona leste de São Paulo). A via abriga o bar Moocaires, em alusão à capital Buenos Aires, cujo dono é argentino.

Em um posto próximo, outros torcedores comemoravam, dançavam e jogavam cerveja para cima, praticamente tranquilos com o resultado conquistado no primeiro tempo contra a Croácia. A partida terminou com vitória alviceleste por 3 a 0.

No Moocaires o clima era de arquibancada, e a maioria, brasileiros. Não havia mesas, só cadeiras distribuídas no andar mais alto do bar. A maioria dos torcedores assistia em pé.

Foi onde médico veterinário Fábio Boccia, 34, e seu filho Gael, 4, assistiram ao jogo, que terminou em vitória da Argentina por 3 a 0.

“Eu queria que ele sentisse esse clima. Essa garra da Argentina, que perdeu algumas vezes, mas continuou perseverando, guerreando, como poucas seleções fazem. É a despedida do Messi, a chance de coroar uma carreira perfeita”, disse ele, empolgado.

“Eu não sou descendente de argentino, mas torço para eles desde que entendo de futebol. É a paixão de uma vida. E digo mais: venha França, venha Marrocos, quem vier. Quero ver quem é Mbappé perto de Lionel Messi”, concluiu.

Gael sorria com as manifestações dos outros torcedores, que fecharam a rua por quase todo o intervalo do jogo. Quando um carro com a bandeira do Brasil passou à frente do bar, logo foi parado e cercado.

Os torcedores, rindo, colocaram a bandeira da Argentina em cima do capô, cobrindo a brasileira, e brincaram com o motorista, que levou tudo numa boa.

A maioria das homenagens era a Maradona, com camisas estampadas com o apelido do craque, El Pibe, ou santinhos de Dios.

O supervisor de estacionamento Marcelo França, 47, estava a caráter, de chapéu, flâmula e desenho no rosto. Ele chamava atenção entre muitos, caminhando e comemorando de um lado a outro.

“Meu amigo, o que eu estou sentindo aqui é inexplicável. É um sentimento muito forte, uma alegria que a gente conhece bem. Foram muitos anos sem ter uma conquista importante para comemorar, mas as coisas vem melhorando e uma Copa do Mundo pode coroar isso muito bem. Domingo estou aqui de novo”, contou.

Após o jogo, o argentino Damian, 40, de Buenos Aires, provocou a seleção brasileira, que foi eliminada pela Croácia. “Avise para o Brasil que a Croácia estava difícil.”

A Argentina enfrenta o vencedor de França e Marrocos no próximo domingo (18), às 12h. Se há algo a se dizer da despedida de Messi é que será celebrada em todo o mundo. Até no Brasil.

link

Copa do Mundo 2022: brasileiros ainda lamentam queda – 13/12/2022 – #Hashtag

Enquanto a Croácia encarava a Argentina pela semifinal da Copa do Qatar nesta terça (13), muitos brasileiros lamentavam, nas redes, a eliminação do Brasil. Quatro dias depois da derrota nos pênaltis para a seleção croata, o clima ainda é inconsolável entre internautas, que não se conformam com o adiamento do hexa e o fim do sonho de clássico sul-americano no torneio.

“Hoje teria Brasil…. todo mundo ia ta acordando feliz…. era só 4 minutos….”, afirma um internauta, se referindo ao tempo que faltava para o Brasil segurar o resultado. “Uma hora dessas estava todo mundo largando [o trabalho] e indo para o bar ou para casa assistir Brasil x Argentina”, conta outro.

Até o Galvão concorda.

No momento do gol de empate, o Brasil tinha seis jogadores no ataque e se deixou vulnerável. Vai demorar para que o erro seja esquecido ou perdoado.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

link

França x Marrocos: relação entre países tem tensão e afeto – 13/12/2022 – Esporte

França e Marrocos têm uma relação pós-colonial relativamente relaxada, mas não isenta de tensões, que corre o risco de vir à tona quando suas seleções se enfrentarem na semifinal da Copa do Mundo do Qatar, na quarta-feira (14).

“A relação é muito mais tranquila” do que entre França e Argélia, apesar das inevitáveis tensões pontuais e zonas obscuras, disse à AFP o intelectual marroquino Hassan Aourid, às vésperas desse esperado encontro.

Para Auorid, “há, sem dúvida, segmentos da sociedade marroquina que têm uma relação muito afetuosa com a França, como a burguesia, a tecnoestrutura, o círculo dos dirigentes políticos, etc”.

O Marrocos proclamou sua independência em 1956, pondo fim a quatro décadas de protetorado francês e espanhol.

Desde então, apesar da concorrência espanhola, a França tem sido o principal parceiro econômico do país e, de longe, o principal investidor estrangeiro. A cultura francesa também continua a ser muito popular entre as elites do reino alauíta, com muitos de seus membros formados em escolas francesas.

Quase 54 mil franceses vivem nesse país do Norte da África, e um milhão de marroquinos estão instalados na segunda maior economia da União Europeia (UE).

Novos rivais

No Marrocos, assim como no restante do continente africano, a influência da França tem sido desafiada por novos rivais nos últimos anos, como mostra o auge das escolas americanas, canadenses e até belgas.

As gerações mais jovens, em particular, preferem o inglês, “porque é a língua das novas tecnologias e das redes sociais” e “porque o francês é percebido como a língua das elites”, explica o escritor franco-marroquino Hajar Azell, que vive entre Paris e Rabat.

O Instituto Confúcio, equivalente em chinês do Instituto Cervantes, em língua espanhola, também avança no Marrocos, assim como os conteúdos das emissoras de televisão dos países do Golfo, especialmente entre as classes mais populares.

“Existem segmentos [da sociedade] influenciados pelo pan-arabismo, pelo islamismo, para quem a França não é apenas um país ocidental, mas também o inimigo que controlou e colonizou o Marrocos. Há uma mudança”, diz Aourid.

Para Béatrice Hibou, do centro de pesquisa científica francês CNRS, “o surgimento de outras relações diferentes da francesa é inevitável e constitui um reequilíbrio, também pela perda de influência, sobretudo, econômica e política, da França”.

Essa perda de influência se explica, principalmente, pelo declínio da política cultural e educacional francesa no Marrocos nas últimas décadas, segundo observadores.

“As escolas e liceus franceses, onde os franceses eram admitidos de graça e onde os marroquinos pagavam um pouco, são agora pagos e de maneira absolutamente delirante para os não franceses”, acrescentou Hibou.

Segundo a pesquisadora, as pessoas dizem para si mesmas: “Já que tem que pagar, por que não mando meu filho para uma escola de inglês onde, do jeito que o mundo está, ele vai ter mais oportunidades?”.

link

Brasil imola ou santifica seu técnico a cada quatro anos – 13/12/2022 – Marcelo Damato

Enxovalhar o técnico quando a seleção perde a Copa é do jogo. Faz parte da cultura nacional espancar o treinador fracassado como se fosse um falso messias, o traidor da nossa autoimagem de povo escolhido pelo deus do futebol.

Escolhemos o treinador da seleção como a um profeta. Esperamos que ele seja o nosso messias, um Jesus moderno.

Se ganha a Copa, o técnico é santificado. Mesmo que boa parte dos brasileiros não gostem de Felipão, de Parreira e de Zagallo, nós temos que engoli-los e, mais do que isso, cultuá-los por toda a eternidade, pois trouxeram o fogo sagrado do futebol para casa (vai dizer que você não sabia que dentro da taça há uma chama que nunca se apaga?).

Se perde, o treinador é crucificado. Nós, o povo eleito do futebol, recusamos o perdão àquele que nos fez sonhar que iríamos receber a taça, que significa a bênção de Deus, e depois não realizou essa esperança.

Assim, mandamos ele para a cruz. Toleramos o Barrabás do presidente da CBF, mas o treinador, não.

Quando o técnico é imolado, vale dizer qualquer besteira para condenar naquele que ousou nos negar o prêmio que é brasileiro por direito divino.

Não bastou Tite ter montado uma das maiores defesas da seleção em todos os tempos, de ter mantido a seleção sem crises internas por seis anos, por ter tentado enfrentado suas próprias convicções. Não bastou ter sido reconduzido com apoio quase unânime.

Se perdeu, ainda mais com essa equipe, se nos deu esperanças concretas, ele precisa ser imolado.

E na narrativa para imolar ou adular o falso profeta, a história é reescrita de frente para trás, jogo após jogo.

Quando o Brasil empatava o primeiro tempo com a Croácia, o clima era de apreensão, pequenas críticas. Após os dois gols de Richarlison, foi decretado: o Brasil fez uma grande partida do começo ao fim.

Após a vitória magra sobre a Suíça, faz-se pouco caso dos defeitos.

Mas, quando uma equipe só de reservas perdeu para Camarões por um gol nos acréscimos finais, comentaristas disseram que o Brasil estava sem rumo e que não havia feito nenhum jogo bom até ali.

Após a goelada sobre a Coreia do Sul, o clima inverteu. Tiago Leifert decretou que o Brasil só havia feito partidas boas, mesmo na derrota para Camarões.

Aí veio a Croácia. Depois de controlar o jogo, finalizar 22 vezes a gol, o Brasil permitiu um chute, levou o empate e caiu nos pênaltis. Imediatamente, tudo o que havia de bom no trabalho da seleção, e em particular de Tite, foi apagado de uma forma que nem Stálin, o ditador soviético, conseguia fazer. Só faltou reexibir a foto oficial da seleção na campanha de 2022 com um espaço vazio no lugar do técnico.

Se ainda tem dúvida, compare os jogos que foram para os pênaltis. A Argentina sofreu empate no último lance do jogo. Ganhou nos pênaltis, que não são loteria, mas nada têm a ver com o jogo. Como a Argentina venceu, todas as suas qualidades a respeito do jogo foram realçadas.

E o mesmo aconteceu com o Marrocos e um pouco com a Croácia (não muito, para que seus méritos não amenizem a situação do Brasil).

Imolar o técnico derrotado parece ser uma diversão nacional, como já se fez com bruxas e médicos charlatães.

Só que isso não ajuda nada a recuperar a Copa do Mundo.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

link

Por que o hino da Argentina ‘mudou’ na Copa do Mundo? – 13/12/2022 – Esporte

“O juremos con gloria morir! O juremos con gloria morir! O juremos con gloria morir!”. Os segundos finais do hino da Argentina, antes da partida contra a Croácia, às 16h de hoje, serão épicos. Dezenas de milhares de torcedores estarão cantando a frase derradeira – que é repetida três vezes – juntos, abraçados, talvez até chorando, nas arquibancadas do estádio Lusail. Para eles, nada estranho estará ocorrendo. Afinal, é o hino do país.

Mas os veteranos de Copas do Mundo, ouvidos mais atentos ou simplesmente interessados em hinos nacionais já terão notado uma grande diferença. O hino da Argentina “mudou” no Qatar. A realidade é que, ao contrário das outras Copas do Mundo, em que era tocado o minuto inicial do hino, uma melodia introdutória e sem letra, agora, a pedido da AFA (a CBF argentina), é tocado o minuto final do hino argentino. A Fifa, é bom lembrar, limita em até 90 segundos o trecho dos hinos nacionais tocados nos estádios.

O UOL apurou que a mudança ocorreu a pedido de Lionel Scaloni, técnico, e Pablo Aimar, assistente, dois ex-atletas da seleção argentina e que já disputaram Copas como jogadores. Eles pediram aos dirigentes da AFA que fosse feita a alteração, para “as pessoas poderem cantar uma parte do hino e que não seja só uma música”.

O pedido veio em 2018, depois da Copa do Mundo da Rússia e da saída de Sampaoli, quando Scaloni assumiu o comando técnico de forma interina. A ocasião foi um torneio sub-20, disputado em Valência, Espanha. A primeira vez em que o hino foi tocado de forma modificada com a seleção principal perfilada foi na Copa América de 2019, no Brasil. Assim se seguiu na seguinte Copa América, a de 2021, eliminatórias e, agora, na Copa do Mundo.

Quem vê muitas partidas da Argentina já está acostumado com o “novo hino”. Quem só vê a Argentina em Copas do Mundo, de quatro em quatro anos, notou a diferença.

Importante ressaltar que os jogadores de “Los Pumas”, a seleção nacional de rugby, costumam emocionar o país cantando o hino aos prantos, como se viu nas Copas do Mundo de 2015 e de 2019. No caso do rugby, o hino tocado é uma edição que mescla a introdução (que sempre ouvimos nas Copas do Mundo de futebol) com a parte final, com letra, que é a que tem sido tocada no Qatar.

Em 2019, na Copa América, houve questionamentos sobre “por que Messi não cantava o hino da Argentina” antes das partidas, mas poucos haviam notado que era o primeiro torneio da seleção absoluta com o hino “novo”. “Cada um vive o hino de uma forma”, se limitou a responder Messi, na ocasião.

“O que fizeram agora é o mais lógico. O hino é muito longo, então tem sentido que peguem uma parte que as pessoas possam cantar”, falou o jornalista argentino Martín Ainstein, repórter e documentarista da ESPN. “Carlos Billardo (técnico da seleção argentina campeã em 1986) dizia que é nos pequenos detalhes que se ganham os títulos. Prestava atenção em tudo, absolutamente tudo. Isso que fez Scaloni é algo muito ‘billardista’, tudo tem uma consequência, tudo soma na hora de construir um time campeão”, opina.

O hino nacional da Argentina foi escrito em 1812 por Alejandro Vicente López y Planes e composto por Blas Parera no ano seguinte. A versão original, enorme, foi reduzida a 3min34s a partir de 1900. A introdução, de 1 minuto, não tem letra e era a única parte tocada nas últimas Copas, desde que a Fifa limitou o tempo de execução.

Na final do Mundial de 1990, uma banda tocou no gramado do estádio Olímpico de Roma um trecho maior do hino argentino, além da introdução. Sob vaias dos italianos, Diego Maradona esperou a câmera chegar perto do rosto dele para mandar o recado ao público: “filhos da p…, filhos da p…”, repetiu, duas vezes.

Na Copa do Qatar, tem sido tocada e cantada a parte final. “Sean eternos los laureles, que supimos conseguir. Coronados de gloria vivamos, o juremos con gloria morir!”. Messi, diga-se, agora já canta o hino a todo pulmão, assim como o restante dos jogadores.

link