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Copa do Mundo 2022: brasileiros ainda lamentam queda – 13/12/2022 – #Hashtag

Enquanto a Croácia encarava a Argentina pela semifinal da Copa do Qatar nesta terça (13), muitos brasileiros lamentavam, nas redes, a eliminação do Brasil. Quatro dias depois da derrota nos pênaltis para a seleção croata, o clima ainda é inconsolável entre internautas, que não se conformam com o adiamento do hexa e o fim do sonho de clássico sul-americano no torneio.

“Hoje teria Brasil…. todo mundo ia ta acordando feliz…. era só 4 minutos….”, afirma um internauta, se referindo ao tempo que faltava para o Brasil segurar o resultado. “Uma hora dessas estava todo mundo largando [o trabalho] e indo para o bar ou para casa assistir Brasil x Argentina”, conta outro.

Até o Galvão concorda.

No momento do gol de empate, o Brasil tinha seis jogadores no ataque e se deixou vulnerável. Vai demorar para que o erro seja esquecido ou perdoado.


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França x Marrocos: relação entre países tem tensão e afeto – 13/12/2022 – Esporte

França e Marrocos têm uma relação pós-colonial relativamente relaxada, mas não isenta de tensões, que corre o risco de vir à tona quando suas seleções se enfrentarem na semifinal da Copa do Mundo do Qatar, na quarta-feira (14).

“A relação é muito mais tranquila” do que entre França e Argélia, apesar das inevitáveis tensões pontuais e zonas obscuras, disse à AFP o intelectual marroquino Hassan Aourid, às vésperas desse esperado encontro.

Para Auorid, “há, sem dúvida, segmentos da sociedade marroquina que têm uma relação muito afetuosa com a França, como a burguesia, a tecnoestrutura, o círculo dos dirigentes políticos, etc”.

O Marrocos proclamou sua independência em 1956, pondo fim a quatro décadas de protetorado francês e espanhol.

Desde então, apesar da concorrência espanhola, a França tem sido o principal parceiro econômico do país e, de longe, o principal investidor estrangeiro. A cultura francesa também continua a ser muito popular entre as elites do reino alauíta, com muitos de seus membros formados em escolas francesas.

Quase 54 mil franceses vivem nesse país do Norte da África, e um milhão de marroquinos estão instalados na segunda maior economia da União Europeia (UE).

Novos rivais

No Marrocos, assim como no restante do continente africano, a influência da França tem sido desafiada por novos rivais nos últimos anos, como mostra o auge das escolas americanas, canadenses e até belgas.

As gerações mais jovens, em particular, preferem o inglês, “porque é a língua das novas tecnologias e das redes sociais” e “porque o francês é percebido como a língua das elites”, explica o escritor franco-marroquino Hajar Azell, que vive entre Paris e Rabat.

O Instituto Confúcio, equivalente em chinês do Instituto Cervantes, em língua espanhola, também avança no Marrocos, assim como os conteúdos das emissoras de televisão dos países do Golfo, especialmente entre as classes mais populares.

“Existem segmentos [da sociedade] influenciados pelo pan-arabismo, pelo islamismo, para quem a França não é apenas um país ocidental, mas também o inimigo que controlou e colonizou o Marrocos. Há uma mudança”, diz Aourid.

Para Béatrice Hibou, do centro de pesquisa científica francês CNRS, “o surgimento de outras relações diferentes da francesa é inevitável e constitui um reequilíbrio, também pela perda de influência, sobretudo, econômica e política, da França”.

Essa perda de influência se explica, principalmente, pelo declínio da política cultural e educacional francesa no Marrocos nas últimas décadas, segundo observadores.

“As escolas e liceus franceses, onde os franceses eram admitidos de graça e onde os marroquinos pagavam um pouco, são agora pagos e de maneira absolutamente delirante para os não franceses”, acrescentou Hibou.

Segundo a pesquisadora, as pessoas dizem para si mesmas: “Já que tem que pagar, por que não mando meu filho para uma escola de inglês onde, do jeito que o mundo está, ele vai ter mais oportunidades?”.

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Brasil imola ou santifica seu técnico a cada quatro anos – 13/12/2022 – Marcelo Damato

Enxovalhar o técnico quando a seleção perde a Copa é do jogo. Faz parte da cultura nacional espancar o treinador fracassado como se fosse um falso messias, o traidor da nossa autoimagem de povo escolhido pelo deus do futebol.

Escolhemos o treinador da seleção como a um profeta. Esperamos que ele seja o nosso messias, um Jesus moderno.

Se ganha a Copa, o técnico é santificado. Mesmo que boa parte dos brasileiros não gostem de Felipão, de Parreira e de Zagallo, nós temos que engoli-los e, mais do que isso, cultuá-los por toda a eternidade, pois trouxeram o fogo sagrado do futebol para casa (vai dizer que você não sabia que dentro da taça há uma chama que nunca se apaga?).

Se perde, o treinador é crucificado. Nós, o povo eleito do futebol, recusamos o perdão àquele que nos fez sonhar que iríamos receber a taça, que significa a bênção de Deus, e depois não realizou essa esperança.

Assim, mandamos ele para a cruz. Toleramos o Barrabás do presidente da CBF, mas o treinador, não.

Quando o técnico é imolado, vale dizer qualquer besteira para condenar naquele que ousou nos negar o prêmio que é brasileiro por direito divino.

Não bastou Tite ter montado uma das maiores defesas da seleção em todos os tempos, de ter mantido a seleção sem crises internas por seis anos, por ter tentado enfrentado suas próprias convicções. Não bastou ter sido reconduzido com apoio quase unânime.

Se perdeu, ainda mais com essa equipe, se nos deu esperanças concretas, ele precisa ser imolado.

E na narrativa para imolar ou adular o falso profeta, a história é reescrita de frente para trás, jogo após jogo.

Quando o Brasil empatava o primeiro tempo com a Croácia, o clima era de apreensão, pequenas críticas. Após os dois gols de Richarlison, foi decretado: o Brasil fez uma grande partida do começo ao fim.

Após a vitória magra sobre a Suíça, faz-se pouco caso dos defeitos.

Mas, quando uma equipe só de reservas perdeu para Camarões por um gol nos acréscimos finais, comentaristas disseram que o Brasil estava sem rumo e que não havia feito nenhum jogo bom até ali.

Após a goelada sobre a Coreia do Sul, o clima inverteu. Tiago Leifert decretou que o Brasil só havia feito partidas boas, mesmo na derrota para Camarões.

Aí veio a Croácia. Depois de controlar o jogo, finalizar 22 vezes a gol, o Brasil permitiu um chute, levou o empate e caiu nos pênaltis. Imediatamente, tudo o que havia de bom no trabalho da seleção, e em particular de Tite, foi apagado de uma forma que nem Stálin, o ditador soviético, conseguia fazer. Só faltou reexibir a foto oficial da seleção na campanha de 2022 com um espaço vazio no lugar do técnico.

Se ainda tem dúvida, compare os jogos que foram para os pênaltis. A Argentina sofreu empate no último lance do jogo. Ganhou nos pênaltis, que não são loteria, mas nada têm a ver com o jogo. Como a Argentina venceu, todas as suas qualidades a respeito do jogo foram realçadas.

E o mesmo aconteceu com o Marrocos e um pouco com a Croácia (não muito, para que seus méritos não amenizem a situação do Brasil).

Imolar o técnico derrotado parece ser uma diversão nacional, como já se fez com bruxas e médicos charlatães.

Só que isso não ajuda nada a recuperar a Copa do Mundo.


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Por que o hino da Argentina ‘mudou’ na Copa do Mundo? – 13/12/2022 – Esporte

“O juremos con gloria morir! O juremos con gloria morir! O juremos con gloria morir!”. Os segundos finais do hino da Argentina, antes da partida contra a Croácia, às 16h de hoje, serão épicos. Dezenas de milhares de torcedores estarão cantando a frase derradeira – que é repetida três vezes – juntos, abraçados, talvez até chorando, nas arquibancadas do estádio Lusail. Para eles, nada estranho estará ocorrendo. Afinal, é o hino do país.

Mas os veteranos de Copas do Mundo, ouvidos mais atentos ou simplesmente interessados em hinos nacionais já terão notado uma grande diferença. O hino da Argentina “mudou” no Qatar. A realidade é que, ao contrário das outras Copas do Mundo, em que era tocado o minuto inicial do hino, uma melodia introdutória e sem letra, agora, a pedido da AFA (a CBF argentina), é tocado o minuto final do hino argentino. A Fifa, é bom lembrar, limita em até 90 segundos o trecho dos hinos nacionais tocados nos estádios.

O UOL apurou que a mudança ocorreu a pedido de Lionel Scaloni, técnico, e Pablo Aimar, assistente, dois ex-atletas da seleção argentina e que já disputaram Copas como jogadores. Eles pediram aos dirigentes da AFA que fosse feita a alteração, para “as pessoas poderem cantar uma parte do hino e que não seja só uma música”.

O pedido veio em 2018, depois da Copa do Mundo da Rússia e da saída de Sampaoli, quando Scaloni assumiu o comando técnico de forma interina. A ocasião foi um torneio sub-20, disputado em Valência, Espanha. A primeira vez em que o hino foi tocado de forma modificada com a seleção principal perfilada foi na Copa América de 2019, no Brasil. Assim se seguiu na seguinte Copa América, a de 2021, eliminatórias e, agora, na Copa do Mundo.

Quem vê muitas partidas da Argentina já está acostumado com o “novo hino”. Quem só vê a Argentina em Copas do Mundo, de quatro em quatro anos, notou a diferença.

Importante ressaltar que os jogadores de “Los Pumas”, a seleção nacional de rugby, costumam emocionar o país cantando o hino aos prantos, como se viu nas Copas do Mundo de 2015 e de 2019. No caso do rugby, o hino tocado é uma edição que mescla a introdução (que sempre ouvimos nas Copas do Mundo de futebol) com a parte final, com letra, que é a que tem sido tocada no Qatar.

Em 2019, na Copa América, houve questionamentos sobre “por que Messi não cantava o hino da Argentina” antes das partidas, mas poucos haviam notado que era o primeiro torneio da seleção absoluta com o hino “novo”. “Cada um vive o hino de uma forma”, se limitou a responder Messi, na ocasião.

“O que fizeram agora é o mais lógico. O hino é muito longo, então tem sentido que peguem uma parte que as pessoas possam cantar”, falou o jornalista argentino Martín Ainstein, repórter e documentarista da ESPN. “Carlos Billardo (técnico da seleção argentina campeã em 1986) dizia que é nos pequenos detalhes que se ganham os títulos. Prestava atenção em tudo, absolutamente tudo. Isso que fez Scaloni é algo muito ‘billardista’, tudo tem uma consequência, tudo soma na hora de construir um time campeão”, opina.

O hino nacional da Argentina foi escrito em 1812 por Alejandro Vicente López y Planes e composto por Blas Parera no ano seguinte. A versão original, enorme, foi reduzida a 3min34s a partir de 1900. A introdução, de 1 minuto, não tem letra e era a única parte tocada nas últimas Copas, desde que a Fifa limitou o tempo de execução.

Na final do Mundial de 1990, uma banda tocou no gramado do estádio Olímpico de Roma um trecho maior do hino argentino, além da introdução. Sob vaias dos italianos, Diego Maradona esperou a câmera chegar perto do rosto dele para mandar o recado ao público: “filhos da p…, filhos da p…”, repetiu, duas vezes.

Na Copa do Qatar, tem sido tocada e cantada a parte final. “Sean eternos los laureles, que supimos conseguir. Coronados de gloria vivamos, o juremos con gloria morir!”. Messi, diga-se, agora já canta o hino a todo pulmão, assim como o restante dos jogadores.

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Ibrahimovic diz que Messi vai vencer a Copa do Mundo – 13/12/2022 – Esporte

O atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, 41, acredita que os astros estão alinhados para que Lionel Messi finalmente conquiste a tão sonhada Copa do Mundo, disse o jogador do Milan à mídia de Dubai, na segunda-feira (12).

Em busca desse objetivo, Messi, que disputa sua quinta Copa do Mundo, no Qatar, fará nesta terça-feira (13) o duelo da semifinal entre Argentina e Croácia. O jogador do Paris Saint-Germain, de 35 anos, disputa aquele que muito provavelmente pode ser o último Mundial de sua carreira.

Ao lado de Croácia, França e Marrocos, a albiceleste sonha com o título, que não conquista desde 1986.

Ibrahimovic, que continua seu processo de reabilitação de uma lesão no joelho, disse que só vê uma equipe erguendo o troféu.

“Acho que já está escrito quem vai ganhar, e vocês sabem a quem me refiro. Acho que Messi vai levantar o troféu, já está escrito”, disse o veterano Ibra, que participou com a Suécia de duas Copas do Mundo, em 2002 e 2006.

Ibrahimovic descreveu os outros dois semifinalistas, França e Croácia, como “nações fortes”, mas acredita que o triunfo de Messi é inevitável. Questionado sobre o Marrocos, a primeira seleção africana a chegar às semifinais de uma Copa do Mundo, Ibrahimovic respondeu:

“Não acho que seja uma surpresa porque sabia que eles eram bons antes da Copa do Mundo. Depois, obviamente, na Copa tudo pode acontecer”.

Os marroquinos chegaram às semifinais depois de eliminar Espanha e Portugal. As imagens de Cristiano Ronaldo andando de cabeça baixa para o vestiário após a eliminação dos portugueses correram o mundo, num triste epílogo para o craque de 37 anos.

Pressionado a enviar uma mensagem a ‘CR7’, Ibrahimovic afirmou: “Não acho que seja importante o que eu possa dizer. Quero dizer, todo mundo quer ganhar o Mundial, nem todo mundo consegue”.

Ibrahimovic disse ainda que a história real por trás da saída de Cristiano Ronaldo do Manchester United nunca virá a público, e por isso é difícil para o sueco opinar sobre o assunto.

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Neymar é absolvido de acusações de fraude na Espanha – 13/12/2022 – Esporte

A justiça espanhola absolveu Neymar, 30, e o restante dos processados por supostas irregularidades cometidas em sua transferência ao Barcelona, em 2013.

A decisão está alinhada com o critério do fisco espanhol, que já havia retirado suas acusações na reta final do julgamento realizado em outubro.

“A Audiência absolve Neymar e o resto dos processados por corrupção privada”, indicou o tribunal da Audiência de Barcelona, em um comunicado sobre a sentença publicada nesta terça-feira (13), que inocenta todos os indiciados pela empresa brasileira DIS, de Delcir e Idi Sonda.

O julgamento, iniciado um mês antes do início da Copa do Mundo, é uma boa notícia para Neymar, poucos dias depois da dolorosa eliminação da seleção brasileira contra a Croácia, nas quartas de final da Copa do Qatar.

A expectativa já era de alívio para o jogador desde que o Ministério Público —que inicialmente pediu a ele dois anos de prisão e multa de 10 milhões de euros (56 milhões de reais)— surpreendeu no penúltimo dia de audiências, retirando todas as acusações contra os réus.

Opinião que os magistrados também compartilharam, segundo o acórdão.

“Das provas realizadas, não há indícios de que o jogador tenha recebido suborno e/ou que o tenha exigido para assinar pelo Fútbol Club Barcelona. A promotoria faz deduções que não passam de mera suspeita. Não são indícios de criminalidade”, afirmam.

Além de Neymar e seus pais, também foram exonerados dois ex-presidentes do Barça —Sandro Rosell e Josep María Bartomeu— e o ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho, assim como o próprio FC Barcelona, o Santos e a empresa que administra a carreira de Neymar neste longo processo iniciado há sete anos pela DIS.

A empresa brasileira, detentora de 40% dos direitos federativos de Neymar quando ainda era uma promessa do Santos, havia recorrido à Justiça espanhola em 2015 acusando o Barça, o jogador e sua família —e posteriormente também o clube paulista— de terem enganado a esconder o valor real da transferência milionária.

O DIS também os repreendeu por não tê-lo informado sobre um suposto contrato de exclusividade assinado em 2011 com o Barça, e que teria adulterado a livre concorrência para assumir o promissor atacante.

Mas o Ministério Público, que inicialmente partilhou parte das acusações do DIS, acabou por considerar que as denúncias não se baseavam em provas “nem mesmo circunstanciais”, mas em “suposições”, e que era mais do que um caso civil do que criminal.

Com sua reviravolta inesperada, o procurador de Barcelona contrariou a visão de seus colegas de Madri, onde havia começado a jornada deste complexo caso, que acabou sendo encaminhado ao Tribunal de Barcelona.

Apesar de a mudança no Ministério Público não ter determinado a decisão final, desferiu um duro golpe na acusação, que ficou apenas nas mãos do DIS, graças ao fato de o ordenamento jurídico espanhol permitir à suposta vítima de um crime figurar como o acusador em um processo.

Por fim, o fundo brasileiro acabou derrubando também seu pedido para dois anos e seis meses de prisão a Neymar, dos cinco que pedia inicialmente.

O julgamento trouxe o atacante de volta ao Barcelona, de onde saiu abruptamente em 2017 para o Paris Saint-Germain.

No seu breve depoimento perante o tribunal, um sereno “Ney” assegurou que apenas assinou os documentos que lhe foram indicados pelo pai, em quem confia plenamente.

O atacante disse não ter participado de nenhuma negociação, mas que sua vontade sempre foi clara: realizar seu sonho e assinar pelo Barça, descartando ofertas como a do Real Madrid.

Essa operação acabaria se tornando, porém, uma saga jurídica mista que já dura quase uma década.

Apesar de o Barça ter estimado inicialmente a sua contratação em 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família e 17,1 para o Santos), a justiça espanhola estimou que atingiu pelo menos 83 milhões.

Para o DIS, que recebeu 6,8 milhões do valor oficial pago pelo clube brasileiro, a equipa catalã, Neymar e posteriormente o Santos esconderam-lhes através de vários contratos camuflados cerca de 35 milhões de euros que agora reclamavam em tribunal.

A polêmica operação já rendeu ao Barça uma multa de 5,5 milhões de euros por irregularidades fiscais, além de várias demandas cruzadas com Neymar após sua marcha de destaque para o PSG.

Por fim, a entidade e o 10 da seleção chegaram a um acordo “de forma amigável” no ano passado para encerrar todos os processos pendentes.

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Modric, Perisic: por que nomes da Croácia terminam em ‘ic’ – 12/12/2022 – Esporte

As escalações de países como a Croácia e Sérvia, que faziam parte da antiga Iugoslávia, são recheadas por sobrenomes com o sufixo “ic”. É o caso de Modric, Perisic, Milinkovic-Savic, Tadic, Kovacic, e da maioria dos jogadores das equipes eslavas meridionais —de países que compõem os Balcãs, região no leste europeu.

Na língua servo-croata, o sufixo significa “filho de”. Assim, Modric significa “filho de Modar”. Isso não significa que seu pai se chame assim, mas que, em sua família, um de seus ancestrais ficou conhecido por ser o filho de Modar.

Estes sobrenomes, conhecidos como patronímicos, definidos pelo nome de um ancestral da família, estão presentes em diversas línguas, incluindo o português.

É o caso de “Fernandes”, que significa “filho de Fernando”. O mesmo acontece na língua inglesa: o capitão do English Team se chama Jordan Henderson. O sufixo “son” atribui ao sobrenome o significado de “filho de Henry”.

Ainda no Reino Unido, outra forma de patronímico é definida pelo prefixo “Mc”, como no caso do meio-campista escocês James McArthur. E não para por aí: o prefixo “O'” também é um patronímico, como em “O’Connor”.

Na Polônia, sobrenomes assim terminam em “iak”, como no caso do meia Grzegorz Krychowiak, em “ski”, como em Lewandowski, ou em “wicz”, como para o zagueiro Sebastian Walukiewicz.

Assim, a maioria dos jogadores croatas carrega o nome de seus ancestrais no sobrenome. Veja a lista de jogadores da equipe xadrez cujo sobrenome termina com “ic”:

  • Dominik Livakovic (Dinamo de Zagreb)
  • Ivica Ivusic (Osijek)
  • Ivo Grbic (Atlético de Madrid)
  • Borna Barisic (Rangers)
  • Josip Juranovic (Celtic)
  • Josip Stanisic (Bayern de Munique)
  • Martin Erlic (Sassuolo)
  • Mateo Kovacic (Chelsea)
  • Luka Modric (Real Madrid)
  • Mario Pasalic (Atalanta)
  • Marcelo Brozovic (Inter de Milão)
  • Nikola Vlasic (Torino)
  • Kristijan Jakic (Eintracht Frankfurt)
  • Luka Sucic (RB Salzburg)
  • Ivan Perisic (Tottenham)
  • Andrej Kramaric (Hoffenheim)
  • Mislav Orsic (Dínamo de Zagreb)
  • Bruno Petkovic (Dinamo de Zagreb)

A Croácia enfrenta a Argentina pelas semifinais da Copa do Mundo, nesta terça-feira (10).

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Scaloni flerta com glória da Argentina no presente – 12/12/2022 – Esporte

Na manhã de 25 de junho de 2018, Lionel Scaloni desceu à recepção do hotel em que estava a seleção argentina em São Petersburgo. Em poucas horas, a equipe enfrentaria a Nigéria em confronto decisivo do Mundial da Rússia.

Um grupo de torcedores o viu e se aproximou. Ele era na época auxiliar do treinador Jorge Sampaoli.

“Como está o neném?”, foi a questão que ouviu.

“Bem. Pronto para o jogo”, respondeu.

O “neném” era Lionel Messi. A ansiedade era porque dependia do camisa 10 a classificação na fase de grupos. A Argentina venceu por 2 a 1.

Já naquela época, Scaloni, ex-lateral que teve suas passagens mais marcantes por La Coruña (ESP) e Lazio (ITA), era o integrante mais acessível em uma comissão técnica rachada por causa de uma briga entre Sampaoli e seu assistente Sebastián Beccacece.

Após a decepção de 2018, ele foi escolhido para assumir o cargo principal. Parecia estranho. Era um prêmio para quem jamais havia dirigido clube nenhum, quanto mais uma seleção. Parecia ser mero interino, um tapa-buraco antes da chegada de nome de mais peso.

“Há outras grandíssimas seleções no Mundial, mas nós conseguimos fazer com que Lionel Messi e seus companheiros se sintam cômodos em campo”, disse ele nesta segunda-feira (12), um dia antes da partida mais importante de sua vida.

Nesta terça-feira (13), às 16 horas (de Brasília), a Argentina enfrenta a Croácia no estádio Lusail pela semifinal da Copa do Mundo do Qatar.

Visto no passado com desconfiança por imprensa e torcedores, ele depois se tornaria o criador da “Scaloneta” (apelido pelo qual sua seleção ficaria conhecida), a liderança calma que conseguiu acabar com o jejum de títulos da alviceleste e deixou Messi contente. E se Messi está feliz, a Argentina está feliz.

“Vou dizer o quê? Ele é o melhor de todos os tempos”, opinou Scaloni após a vitória nas quartas de final sobre a Holanda, quando o camisa 10 deu passe mágico para Molina abrir o placar e anotou o segundo gol, de pênalti.

Nos elogios rasgados ao seu capitão ele imita seu antecessor. Em alguns momentos durante o Mundial da Rússia, parecia que Messi era o treinador. Nos minutos finais da vitória sobre a Nigéria, Sampaoli chegou a avisar, com tom de consulta, que iria colocar Kun Aguero em campo.

Scaloni não tem o jeito explosivo e difícil do atual técnico do Sevilla (ESP). Um dia antes de enfrentar a Holanda, lembrou-se do aniversário de dois anos da morte de Alejandro Sabella, outra de suas influências.

Os dois compartilham a maneira ponderada diante dos jornalistas e a calma em situações difíceis. Minutos após ter perdido a final do Mundial de 2014 para a Alemanha no Maracanã, Sabella foi confrontado por pergunta provocativa de um programa humorístico brasileiro, já extinto.

Em vez de se enervar ou provocar polêmica, deu resposta tranquila e sem alterar o tom de voz.

Scaloni já afirmou, durante o Qatar, que não se pode viver o futebol como algo mais do que um jogo. E tem feito de tudo para tirar a tensão remanescente do confronto contra a Holanda.

Messi provocou o técnico Louis van Gaal, o goleiro Emiliano Martínez chamou o árbitro espanhol Mateu Lahoz de “inútil”. Houve seguidas trocas de ofensas e empurrões entre atletas das duas seleções.

Não é do perfil do atual treinador argentino, como não foi o de Sabella, inflamar as tensões.

“Esta partida se jogou como teria de se jogar. O futebol é isso. Há momentos em que o jogo pode ficar difícil, com discussões. Há um árbitro para colocar justiça. Nós sabemos perder e ganhar. Perdemos a primeira partida contra a Arábia Saudita e fomos caladinhos para o hotel. Ganhamos a Copa América do Brasil e se deu a imagem mais bonita de desportividade que se pode ver. Não compro essa história de que não sabemos ganhar. Deve-se acabar com isso porque temos orgulho”, afirmou nesta segunda.

Por causa de imagem captada no momento do encerramento da disputa de pênaltis, em que jogadores sul-americanos comemoram olhando para os holandeses, parte da imprensa europeia os acusou de soberbos e de não saberem vencer.

Após o título da seleção na Copa América de 2021, fotografia mostra Neymar ao lado de Messi no vestiário do Maracanã. Os dois riem e conversam.

Scaloni tem como um de seus gurus e conselheiros Cesar Luis Menotti, treinador campeão mundial de 1978 e diretor de seleções da AFA (Associação de Futebol Argentino). Foi quem, no auge das críticas em 2019, quando o time iniciou a Copa América jogando mal e perdendo para a Colômbia, assegurou a permanência do novato.

A base da Argentina semifinalista do Mundial foi montada por Scaloni. É dele a responsabilidade pela presença de Dibu Martínez no gol, Cuti Romero na zaga, Rodrigo De Paul como incansável nome no meio-campo, o surgimento de Enzo Fernández e Julián Álvarez, a escalação de Alexis MacAllister quando se reclamava que o técnico convocava um atleta do pequeno Brighton, da Inglaterra.

Mas nenhum é um fiador tão grande do seu trabalho quanto Lionel Messi. O treinador até deu de ombros quanto aos seus méritos em tornar o seu capitão que, ao intimidar adversários e reclamar de árbitros, uma versão mais próxima de Maradona.

“Isso não surpreende porque o conheço. Sempre foi assim. Não é mérito desta comissão técnica. Sempre foi igual, um ganhador. E tem um orgulho e uma vontade de continuar jogando que atrai inveja”, finalizou.

Conhece desde 2018, quando ouvia as perguntas de como o “neném” estava.

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Fiquei deprimido com a nossa derrota, afirma Ronaldo – 12/12/2022 – Esporte

Ronaldo Nazário, maior artilheiro brasileiro em Copas do Mundo (15 gols), disse que a eliminação da equipe no Qatar o abalou tanto que cancelou compromissos. Ele defendeu o acompanhamento da saúde mental dos atletas. Principalmente Neymar.

“Cancelei compromissos. Fiquei deprimido com a nossa derrota”, declarou jornalistas em evento realizado em Doha nesta segunda-feira (12).

Na última sexta-feira (9), o Brasil caiu nas quartas de final no Mundial ao ser derrotado, nos pênaltis, pela Croácia. Após 120 minutos de tempo regulamentar e prorrogação, o placar foi de 1 a 1.

Campeão mundial em 1994 e astro do título de 2002, Ronaldo também participou de duas campanhas que acabaram frustradas: a de 1998, na França, e a de 2006, na Alemanha.

Ele diz ter ficado triste ao ler a postagem de Neymar nas redes sociais. O principal jogador brasileiro da atualidade escreveu estar destruído psicologicamente depois da eliminação.

“Aquilo partiu meu coração de uma maneira que eu também fiquei destruído psicologicamente e queria encontrar alguma forma de poder ajudá-lo” completou.

Atual dono de dois clubes de futebol (Cruzeiro e Valladolid-ESP), Ronaldo passou pela mesma pressão que vive atualmente o camisa 10. Depois da derrota na final de 1998 para a França, ouviu várias teorias sobre a convulsão que teve horas antes do jogo. Foi duramente criticado também pela sua forma física e excesso de peso quando a seleção foi derrotada mais uma vez pelos franceses, nas quartas de final de 2006.

Neymar disse não saber se continua na seleção e participa do ciclo até o torneio de 2026, a ser sediado por Canadá, Estados Unidos e México. Antes da viagem ao Qatar, o atacante já havia sinalizado que o Mundial deste ano poderia ser o último da sua carreira.

Ronaldo acredita que o craque do Paris Saint-Germain vai voltar a vestir a camisa amarela.

“Entendo o momento que todos estão passando, principalmente o Neymar. A carga é muito maior em cima dele. É normal estar deprimido, triste, talvez até sem vontade de jogar e sem planejar nada para o futuro. Mas isso vai passar. Essa decepção há de ser temporária. Ele vai voltar com o tesão de sempre e com a vontade de sempre”, garantiu.

O pentacampeão também comentou a falta de apoio psicológico aos jogadores durante o Mundial, tratamento que deve ser feito, segundo ele, de forma contínua, não apenas durante o campeonato.

“Eu não acho que esse tratamento seja curto, seja especificamente para competição. O que eu indicaria para os atletas, é ter esse acompanhamento na sua vida”, diz.

Ronaldo afirma que faz tratamento com psicoterapia há quase três anos devido ao acúmulo de funções no trabalho.

“Então eu indicaria assim, para você ter na vida um psicólogo com quem você possa abrir as coisas, suas necessidades, dúvidas, pode te esclarecer muito, te ajudar muito. Não um psicólogo do futebol que está ali um mês. Isso eu não sei se pode ajudar muito.”

O técnico Tite foi criticado por não incluir psicólogos em sua delegação rumo ao Qatar desde antes do início do Mundial. Após a derrota no jogo contra a Croácia nas quartas de final, houve ainda mais contestação em cima de sua decisão —a mesma tomada em 2018, na Copa do Mundo da Rússia.

Ronaldo também comentou a fala de Kaka à BeIN Sports, da Inglaterra, quando disse que o Fenômeno, no Brasil “é só mais um cara gordo andando por aí”. Ele se referia a uma suposta desvalorização dos brasileiros em relação à seleção e seus talentos, enquanto em países estrangeiros os grandes nomes do futebol verde e amarelo são valorizados.

Ronaldo pontuou que assistia o programa ao vivo quando a fala ocorreu e não viu problemas nas declarações do amigo. Além disso, também falou que o inglês e Kaka “não estava grandes coisas” – o que não não teria o ajudado a se expressar adequadamente.

“Talvez ele quisesse se referir a um tratamento que todos nos recebemos enquanto brasileiros bem sucedidos no exterior. Talvez culturalmente nós recebamos um tratamento mais especial fora do Brasil do que no próprio Brasil”, disse. “Ali eu achei que ele estava meio que enrolado na hora de passar essa ideia do que ele estava querendo dizer, mas logicamente a tradução nua e crua ficou uma tradução feia.”

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As origens croatas do ídolo argentino Diego Maradona – 12/12/2022 – Esporte

A Argentina mede forças nesta terça-feira (13) nas semifinais do Mundial do Qatar-2022 contra a Croácia, país que aparece na árvore genealógica do maior mito do futebol alviceleste, Diego Maradona, que teve um bisavô daquela região da Europa.

“Dizem que meus antepassados moravam aqui perto, vim ver se me deixaram alguma herança”, brincou o próprio Maradona durante uma visita a Novi Vinodolski (norte da Croácia) para participar de uma partida beneficente de futebol em 2005 com figuras do tênis, como McEnroe e Goran Ivanisevic, e grandes nomes do futebol do país balcânico, como Davor Suker e Zvonimir Boban.

Para chegar a esses ancestrais, é preciso voltar à figura de Matej Karolic, nascido em 1847 em um local da atual Croácia, então pertencente ao Império Austríaco.

Estima-se que seu local de nascimento poderia ser a ilha de Korcula (sul da Croácia), mas de acordo com um artigo recente da revista Caras, a certidão de batismo de Matej Karolic colocaria sua origem em Praputnjak, perto de Rijeka (norte).

O resto da história leva à Argentina, país para onde Matej Kariolic emigrou aos 25 anos, cujo nome foi mudado nos registros da época para Mateo Cariolich.

Instalado em Corrientes, casou-se com Trinidad Ferreyra em 1875 e dessa união nasceram oito filhos. A mais nova, Salvadora, era avó materna de Diego Maradona.

Salvadora e seu marido, Atanasio, tiveram Dalma Salvadora Franco em 1929, que entrou para a história com o apelido de Doña Tota e que foi mãe de Diego Maradona, nascido em 1960 em Villa Fiorito (Buenos Aires) e falecido em 2020 aos 60 anos.

A partida contra a Croácia é, portanto, de certa forma, mais um aceno à onipresença de Maradona na Copa do Mundo, torneio em que se firmou definitivamente conduzindo sua seleção ao segundo e último título mundial, no México em 1986.

Uma longa história de imigração

O fluxo migratório da Croácia para a Argentina é menos documentado do que a maioria da Itália ou Espanha, mas teve certa relevância.

Os registros e números são difíceis de estabelecer uma vez que a Croácia foi integrada em outras entidades como o Império Austro-Húngaro ou a Iugoslávia, o que dificultou em muitos casos a rastreabilidade dos dados nos registros. No entanto, segundo estimativas do governo croata, poderia existir cerca de 250 mil pessoas de origem croata na Argentina hoje.

Os primórdios do fluxo migratório datam antes mesmo da independência da Coroa espanhola, com chegadas pontuais como a do jesuíta Nikola Plantic (Nicolás Plantich em seu registro ao chegar à Argentina) para lecionar na Universidade de Córdoba em meados do século 18.

Na segunda metade do século 19 e início do século 20, o fluxo migratório aumentou, assim como no período entre as guerras.

Entre os descendentes de croatas na Argentina há nomes de destaque no esporte além de Maradona, como Daniel Orsanic, capitão da seleção alviceleste que conquistou a única Copa Davis da história do tênis argentino, em 2016, justamente contra a Croácia em Zagreb.

Naquele fim de semana de novembro de 2016, em que Juan Martín Del Potro e Federico Delbonis comandavam o Salad Bowl, o próprio Maradona torcia em um camarote da Arena Zagreb, que recebeu a notícia da morte do ex-líder cubano Fidel Castro, a quem o lendário 10 descreveu na época como seu “segundo pai”.

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