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Faltou malandragem à seleção brasileira, diz Ronaldo – 12/12/2022 – Esporte

O pentacampeão Ronaldo Fenômeno, 46, que acompanhou de perto a derrota da seleção brasileira contra a Croácia na última sexta-feira (9), diz que faltou “malandragem” à equipe enquanto estava em campo. A fala ocorreu durante entrevista coletiva no hotel Raffs Doha, onde está hospedado.

De acordo com o jogador aposentado, os atletas deveriam ter “segurado o jogo”, quando o Brasil abriu o placar com um gol de Neymar.

“Eu acho que faltou aquela malandragem que é nossa característica também”, diz. “De alguma maneira a seleção tinha que ter essa malandragem mais de segurar a bola, talvez não arriscar tanto na frente e fazer com que [mais] nada acontecesse naquele jogo”, completou Ronaldo.

O time foi eliminado na disputa de pênaltis nas quartas de final no estádio Cidade da Educação. O Brasil sofreu gol de empate a três minutos do final da prorrogação ao levar um contra-ataque em que mais da metade da equipe não estava na defesa.

O próprio Neymar foi flagrado reclamando da postura da seleção em um momento em que bastava administrar o resultado. O gol de Petkovic foi o primeiro sofrido pela seleção brasileira em tempo suplementar de Copa do Mundo.

Nas quartas de final no Qatar foi a segunda vez que o Brasil perdeu uma disputa de pênaltis de Mundial. Antes disso, havia sido derrotado pela França na mesma fase em 1986. Contra Chile (oitavas de 2014), Holanda (semi de 1998) e Itália (final de 1994) a seleção ganhou.

Após a derrota, Tite confirmou a saída da seleção brasileira. O técnico já havia apontado que aquela seria sua última disputa ao lado da equipe verde e amarela. “Derrota dolorida, porém em paz comigo mesmo. Fim de ciclo”, disse.

Ronaldo também pontuou que a melhor saída para a seleção brasileira é um técnico estrangeiro. A CBF não tem como tradição de colocar técnicos que não são nascidos no país para liderar a equipe.

“Eu adoraria que fosse um estrangeiro, quebrar esse tabu de que um estrangeiro não teria nada a acrescentar na seleção brasileira”, disse momentos antes de iniciar a coletiva.

Ele lembrou que nas últimas Copas do Mundo a equipe verde e amarela vem perdendo para times europeus e, por isso, considera a ideia de ter um técnico nascido no continente uma “boa sacada”.

“Tem grandes nomes no mercado. Acho que [Carlo Ancelotti] seria incrível, Mourinho seria espetacular, Pep Guardiola é impossível porque ele acabou de renovar. Mas eu vou ficar na expectativa”, apontou. Ele também pontuou que o atual técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, também seria uma boa alternativa.

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Copa de 2026 pode ter a mesma base da seleção brasileira – 12/12/2022 – Esporte

Com a saída do técnico Tite após a eliminação pela Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar, o novo treinador deve ser anunciado em janeiro pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. E os trabalhos do comandante já começam em fevereiro, com a convocação para a primeira data Fifa do ano, entre 20 e 28 de março.

A tendência é que, independentemente de quem assuma o cargo, a base da seleção brasileira seja formada por jogadores que disputaram o torneio no Qatar.

Como será início de um novo ciclo até a Copa do Mundo de 2026, a ser realizada de forma compartilhada nos Estados Unidos, Canadá e México, o treinador deverá seguir a linha de trabalho de Tite até que consiga convocar novos jogadores e, então, impor seu estilo de jogo.

O certo é que os atletas mais velhos do grupo, casos de Daniel Alves (39), Thiago Silva (38), Weverton (34) e Everton Ribeiro (33), não deverão ter chances de disputar mais um Mundial —não devem ser chamados.

No gol, Alisson, de 30 anos, deve continuar como titular, com Ederson (31) como sombra. A questão vai ser encontrar outros nomes para a posição que tenham nível para ir à Copa. Os outros sete goleiros convocados por Tite nos últimos seis anos são mais velhos que o camisa 1 no Qatar: Neto (Bournemouth-ING), de 33 anos; Santos (Flamengo), 32; Alex Muralha (Coritiba), 33; Cássio (Corinthians), 35; Diego Alves (Flamengo), 37; Marcelo Grohe (All Ittihad-ARS), 35; e Danilo Fernandes (Bahia), 34.

Se nenhum novo nome surgir nos próximos anos, as chances de entrar na lista recaem sobre João Paulo (27), do Santos, e Hugo (23), do Flamengo; além dos campeões olímpicos que ficaram na reserva de Santos em Tóquio-2020: Brenno (23), do Grêmio; e Lucão (21) do Vasco.

No entanto, a maior dor de cabeça para o novo comandante brasileiro será nas duas laterais, a posição mais carente da seleção. No Qatar, as lesões de Danilo (31), Alex Sandro (31) e Alex Telles (29) foram indícios do que pode acontecer em 2026.

Os três laterais também estão na faixa dos 30 anos e até teriam condições de atuar no próximo Mundial, mas outros nomes certamente entrarão na disputa, como Guilherme Arana (25) e Renan Lodi (24), na esquerda, e Emerson Royal (23), na direita, que já foram convocados por Tite. Arana, por sinal, só não foi para o Qatar porque se lesionou pouco antes da convocação.

Além deles, o palmeirense Gabriel Menino (22), que pode ser lateral ou volante, e Emerson Palmieri (28), lateral esquerdo do West Ham-ING, são nomes a serem observados.

Na zaga, com a saída de Thiago Silva, em tese Marquinhos e Eder Militão devem formar a dupla titular, com outros nomes já conhecidos correndo por fora, como Bremer, que foi reserva no Qatar, Gabriel Magalhães (Arsenal-ING), Diego Carlos (Aston Villa-ING), Rodrigo Caio (Flamengo) e Nino (Fluminense), campeão olímpico em Tóquio-2020.

No meio de campo, Casemiro terá 34 anos no próximo Mundial e, se sua forma física possibilitar, ainda pode comandar a cabeça de área. Outros nomes que têm grandes chances são Bruno Guimarães e Lucas Paquetá, ambos atualmente com 25 anos. Já Fred e Fabinho, que terão 33, encontrarão forte concorrência dos mais jovens, como Danilo, do Palmeiras, e João Gomes, do Flamengo, ambos de 21 anos.

Numa função de armação das jogadas, alguns nomes têm grande chance de voltar a ser chamados. Aí terão de convencer a comissão técnica de que podem fazer a diferença. Preterido por Tite este ano, o palmeirense Raphael Veiga (27) é um desses nomes, assim como Gustavo Scarpa (28), um dos destaques do Brasileirão 2022.

Os outros são Claudinho (25), do Zenit-RUS; Reinier (20), do Girona-ITA, Douglas Luiz (24), do Aston Villa-ING, e Andreas Pereira (26), do Fulham-ING.

Como neste ano, o novo comandante terá opções para escolher os atacantes. Neymar, por exemplo, terá 34 anos em 2026, mas ainda não se decidiu se continuará vestindo a camisa amarela. Em caso positivo, e se estiver em boas condições físicas, ele certamente será chamado.

Todos os outros jogadores de frente que foram ao Qatar possuem condições de estar novamente nos EUA, Canadá e México. Porém, vários outros nomes devem aparecer pelo caminho, colocando as vagas em disputa ferrenha.

Apesar de muito jovem, um atacante já tem chamado atenção do futebol mundial e pode ser até titular em 2026 é o palmeirense Endrick, de apenas 16 anos. Nesta temporada, ele se tornou o único jogador da história do Palmeiras a ser campeão em todas as categorias do clube, inclusive do time principal, com o Brasileirão. E ainda foi eleito a revelação do campeonato.

Seu futuro será definido nas próximas semanas, mas é praticamente certo que ele fará companhia a Vinicius Junior e Rodrygo no Real Madrid a partir de 2024, quando completar 18 anos. Esse, inclusive, pode ser o trio de ataque do Brasil no Mundial.

Mas não é só Endrick que está despontando. Alguns outros jovens, como Vitor Roque (17), do Athletico-PR; Ângelo (17) e Marcos Leonardo (17), do Santos; e Yuri Alberto (21), do Corinthians, estão em crescimento constante e certamente serão observados mais de perto.

Além deles, há também os outros jogadores que já tiveram passagem pela seleção, como o campeão olímpico Matheus Cunha (23), do Atlético de Madrid-ESP, Gabigol (26), do Flamengo, David Neres (25), do Benfica-POR, e Paulinho (22), do Bayer Leverkusen-ALE.

Como é possível observar, quem quer se seja o novo treinador, brasileiro ou estrangeiro, a tarefa de encontrar a seleção ideal não será fácil. Seja por falta de opções, como no gol e nas laterais, ou por excesso, como no ataque.

De qualquer forma, como sempre, o Brasil chegará ao próximo mundial como favorito. Se vai conseguir conquistar o tão sonhado hexacampeonato, só o tempo dirá. Mas otimismo e confiança nunca faltarão.

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Preocupação brasileira com melhor do mundo é estúpida – 11/12/2022 – PVC

Neymar estreou no Santos no dia 7 de março de 2009, aos 17 anos, sob uma pergunta: “Quando ele será o melhor do mundo?” Ficou maior de idade, chamado de menino Ney, foi pai, seguiu chamado de menino Ney, e ouvindo: “Quando o Brasil vai voltar a ter o melhor do mundo?”

Questão estúpida! Quem a repete somos nós, jornalistas.

A um questionamento neurótico, uma resposta nervosa: quando o Brasil for campeão de novo, ora!

Pode demorar, como se percebe pelo escandaloso fato de só um jogador de clube sul-americano ter feito gol nesta Copa. Dois do Campeonato Croata marcaram, Livaja e Bruno Petkovic.

Parece que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas o Brasil nunca foi campeão tendo mais convocados fora do que dentro do país. Em 2002, eram 13 de times brasileiros e 10 na Europa. Em 1994, 11 a 11. A primeira vez da seleção em Copas com um “estrangeiro” foi em 1982, Falcão, da Roma, e Dirceu, do Atlético de Madrid.

Só a França foi campeã tendo mais convocados no exterior. Futebol reflete cultura. Um jogador formado no Santos é diferente de alguém cuja formação terminou no Real Madrid. Rodrygo sempre será diferente de Neymar. Para o bem e para o mal.

Hoje, não dá para convocar quem joga o Brasileiro sem um ponto de interrogação na cabeça. Ninguém tem certeza de seu nível, principalmente depois desta Copa, em que Everton Ribeiro e Pedro não aproveitaram os poucos minutos que tiveram. Em que só um jogador da América do Sul fez gol.

Voltamos à observação neurótica. O Brasil não tem o melhor jogador do planeta desde Kaká, em 2007.

E que importância tem isso, diante do fato de que a seleção não ganha a Copa do Mundo há mais tempo?

Gustavo Kuerten foi o número um do ranking do tênis por 43 semanas, a última em novembro de 2001. O Brasil foi o primeiro no futebol em 30 de junho de 2002, quando venceu a Alemanha, em Yokohama.

Nunca mais depois disso.

Neymar não foi e não será o melhor do mundo, salvo se houver um acidente da natureza de fazê-lo ser maior do que Messi ou Mbappé numa hipotética conquista do Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões. Ou se fizer uma Copa do Mundo como a de Messi no Qatar, daqui a quatro anos, aos 34.

Improvável.

O que torna a pergunta ainda mais tola.

Neymar está na história do futebol por diversos motivos. Ajudou o Santos a recuperar a Libertadores, foi campeão e artilheiro da Liga dos Campeões –o único junto a Messi e Cristiano Ronaldo em 11 anos– e a mais cara transferência de todos os tempos.

A França sofreu para ganhar da Inglaterra, seu jogo mais dolorido, vencido com Mbappé marcado e Griezmann dando o passe para Giroud decidir.

Nenhum francês está, neste momento, perguntando quando seu camisa 10 será eleito o melhor do mundo. A razão não é Benzema ter vencido a Bola de Ouro, da France Football, neste ano. A preocupação é ganhar o terceiro título.

A França é a favorita.

Apesar de Messi, o melhor jogador do século 21.


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Copa: Benzema envia mensagem de apoio à seleção francesa – 11/12/2022 – Esporte

O vencedor da Bola de Ouro nesta temporada, Karim Benzema, que ficou fora da Copa do Mundo por lesão, publicou neste domingo (11) nas redes sociais uma mensagem de apoio à seleção da França, que busca o terceiro título mundial para o país.

“Vamos lá, pessoal! Mais dois jogos, estamos quase lá… Estamos com vocês”, escreveu Benzema no Instagram e no Twitter.

O atacante do Real Madrid, que sofreu uma lesão na coxa em um treinamento poucos dias antes da estreia dos Azuis, ainda não tinha falado publicamente sobre o Mundial depois de ter deixado a concentração da seleção.

“Nunca desisti na minha vida, mas esta noite tenho que pensar na equipe, como sempre fiz, então a razão me diz para deixar meu lugar para alguém que possa ajudar o nosso grupo a fazer uma boa Copa do Mundo”, disse Benzema quando foi confirmado que estava fora do torneio no Qatar.

O jogador passou alguns dias de férias na ilha de Reunião e voltou aos treinos com o Real Madrid no sábado, dia da vitória da França sobre a Inglaterra nas quartas de final do Mundial.

Benzema continua na lista oficial da França no Qatar, o que lhe permite receber uma medalha se os franceses forem campeões.

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Juiz Wilton Sampaio é chamado por ingleses de cego – 11/12/2022 – Esporte

Habituado às críticas por suas atuações no Campeonato Brasileiro, o goiano Wilton Pereira Sampaio, 40, ganhou status internacional e virou alvo da fúria de ingleses. As decisões do juiz foram bastante questionadas na queda da Inglaterra, eliminada da Copa do Mundo em derrota por 2 a 1 para a França.

Inconformados com algumas marcações, ou não marcações, torcedores invadiram a página do árbitro na Wikipédia, na versão em inglês, e fizeram algumas alterações.

Nascido em Teresina de Goiás, o juiz teve sua nacionalidade levemente deslocada. “Wilton Pereira Sampaio é um árbitro francês e cego, que perdeu seu cão-guia. Por favor devolver o cão se achado, o cão tem uma partida para apitar”, escreveram.

Mais tarde, o trecho foi retirado da enciclopédia online. No entanto, outro parágrafo surgiu na noite de sábado (10), novamente, só na versão em inglês.

“Sampaio foi criticado por seu desempenho nas quartas de final da Copa do Mundo, entre Inglaterra e França, por alguns jogadores e especialistas da Inglaterra. A BBC Sport relatou que essa crítica foi justificada devido à sua ‘exibição errática’, enquanto o The Guardian comentou que às vezes ‘parecia que ele estava tentando adivinhar’ [as marcações].”

Entre as broncas dos ingleses está o lance do primeiro gol francês, de Tchouaméni. Na origem da jogada, o zagueiro Upamecano deu início ao contra-ataque tirando a bola de Saka —com falta, na visão dos ingleses.

Upamecano não tocou a bola, apenas as pernas do jogador do Arsenal, que se desequilibra. Na sequência, depois de a bola ter passado nos pés de vários franceses, Tchouaméni acertou o chute de fora da área que abriu o placar. Como a jogada demorou um pouco para se desenvolver, o VAR (árbitro de vídeo) não entrou em ação.

Depois, Harry Kane foi derrubado na entrada da área, em lance de difícil conclusão se dentro ou fora da área penal. Sampaio não marcou nada, nem falta. O VAR checou o lance e não chamou o juiz, provavelmente por não ter uma imagem clara de que o lance aconteceu dentro da área.

Outro lance que despertou a fúria da torcida foi um dos pênaltis marcados para a Inglaterra no segundo tempo, só com o auxílio do vídeo. Mesmo próximo da jogada, Sampaio fez o gesto de que Mount tinha forçado a queda após o tranco de Theo Hernández em suas costas. Pouco depois, o VAR chamou o brasileiro ao monitor, e o pênalti foi marcado.

O zagueiro Harry Maguire foi um dos que reclamaram da atuação da equipe de arbitragem. “Não consigo explicar quão ruim foi o desempenho”, comentou. “Ele nunca nos deu nada.”

Este foi o quarto jogo de Sampaio na Copa. Os outros foram Holanda 2 x 0 Senegal, Polônia 2 x 0 Arábia Saudita e, nas oitavas de final, Holanda 3 x 1 Estados Unidos. Antes da partida deste sábado, o árbitro era um dos cotados para conduzir a final do Mundial no Qatar, já que a seleção brasileira ficou fora da semifinal. Depois da partida, porém, as chances de Sampaio devem ter diminuído.

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O sonho foi bonito enquanto durou, diz Cristiano Ronaldo – 11/12/2022 – Esporte

Cristiano Ronaldo enfim se pronunciou após a eliminação de Portugal da Copa do Mundo. O time foi derrotado por Marrocos por 1 a 0, na melancólica despedida do craque do principal campeonato do planeta. Ao fim do jogo, ele estava em prantos.

Por meio das redes sociais, aos 37 anos, ele reconheceu o fim do sonho. Na próxima Copa, em 2026, terá 41. O que deve inviabilizar sua participação, já que a condição física já não é aquela que o consagrou entre os maiores da história do futebol.

“Ganhar um Mundial por Portugal era o maior e mais ambicioso sonho da minha carreira. Felizmente, ganhei muitos títulos de dimensão internacional, inclusive por Portugal, mas colocar o nome do nosso país no patamar mais alto do Mundo era o meu maior sonho”, escreveu.

“Lutei para isso. Lutei muito por esse sonho. Nas cinco presenças que marquei em Mundiais ao longo de 16 anos, sempre ao lado de grandes jogadores e apoiado por milhões de portugueses, dei tudo de mim. Deixei tudo em campo. Nunca virei a cara à luta e nunca desisti desse sonho”, acrescentou.

Cristiano preferiu não ser direto em um confronto com o técnico Fernando Santos, que o deixou no banco de reservas nas partidas do mata-mata. Apenas reforçou seu empenho no Qatar, apesar de ter deixado o time titular.

“Infelizmente, ontem o sonho acabou. Não vale a pena reagir a quente. Quero apenas que todos saibam que muito se disse, muito se escreveu, muito se especulou, mas a minha dedicação a Portugal não mudou nem por instante”, observou.

“Fui sempre mais um a lutar pelo objectivo de todos e jamais viraria as costas aos meus companheiros e ao meu país. Por agora, não há muito mais a dizer. Obrigado, Portugal. Obrigado, Qatar. O sonho foi bonito enquanto durou… Agora, é esperar que o tempo seja bom conselheiro e permita que cada um tire as suas conclusões”, concluiu.

O pouco tempo de jogo do craque na partida da eliminação gerou críticas de sua companheira e de familiares. Após a partida, os atletas reclamaram da arbitragem argentina, que supostamente os prejudicou.

Aplausos

A publicação de Cristiano Ronaldo teve comentários ilustres. Pelé agradeceu: “Obrigado por nos fazer sorrir, meu amigo”. Marta chamou o português de “ídolo”. LeBron James se referiu a ele como “lenda”.

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Policiais e torcedores entram em confronto em Paris – 10/12/2022 – Esporte

Policiais e torcedores que comemoravam as vitórias da França e do Marrocos, neste sábado (10), entraram em confronto na avenida Champs-Élysées, em Paris. As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo.

Milhares tomaram a via logo após a partida entre os africanos e os portugueses, que terminou com vitória por 1 a 0 do Marrocos. Elas cantavam, agitavam bandeiras e sopravam cornetas, sob a vigilância da polícia.

Após a vitória da França sobre a Inglaterra, por 2 a 1, mais torcedores tomaram a avenida.

Registros da TV Reuters mostram pessoas atacando lojas e em confronto com a polícia. Fogo também foi visto na avenida de Friedland, próxima à Champs-Élysées.

Presente na Copa do Mundo desde a edição de 1934 –quando o Egito perdeu sua única partida, 4 a 2, para a Hungria, na Itália–, a África nunca havia colocado um representante entre os quatro primeiros colocados.

Marrocos avançou às semifinais com apenas um gol sofrido em cinco partidas na Copa, mostrando força para a campanha mais longa de um país de seu continente.

No outro jogo, Oliver Giroud fez o gol da classificação da França sobre a Inglaterra e colocou a atual campeã mundial mais uma vez nas semifinais.

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Em carta a Tite, Daniel Alves diz que não mudaria nada – 10/12/2022 – Esporte

O lateral direito Daniel Alves se manifestou na sexta-feira (9) e neste sábado (10) nas redes sociais, após a eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo do Qatar –derrota para a Croácia nos pênaltis. Primeiro, o jogador publicou uma carta de agradecimento ao técnico Tite, que deixou o comando da equipe após a queda no Mundial. Depois, fez o mesmo para o atacante Neymar.

O jogador diz que não mudaria nada na “última viagem” que fizeram, que é a ida para a Copa do Mundo, e deseja sorte ao treinador. “Que o senhor possa ter a paz que eu também levarei comigo, a paz do dever cumprido e da missão executada”, diz trecho da carta.

Para Neymar, Daniel Alves colocou uma foto junto com a mensagem e escreveu que Neymar “tem uma missão aqui na Terra”.

“A dor, assim com a felicidade, são passageiras, mas a nossa missão é não permitir que a dor seja mais do que a felicidade”, diz o trecho da carta.

Aos 39 anos, Daniel Alves disputou contra a Coreia do Sul, nas oitavas de final, a sua última partida pela seleção brasileira e se tornou o jogador mais velho a atuar pelo Brasil em Copas do Mundo.

Leia a mensagem de Daniel Alves para Tite:

Querido Adenor, escrevo-lhe essa mensagem aqui para agradecer-lhe tudo que fizeste por esse querido grupo todos esses anos.

Esse abraço é o significado mais puro do que o sr representa para mim é para esse grupo de seres humanos especiais.

Especiais por suas particularidades, por seus caráter, por sua humildade e sobretudo pelas histórias de superação e pelas grandes almas que existem por trás da telinha.

Existem medalhas que não se coloca no peito e sim na alma e essa é uma.

Obrigado por nos ensinar a como ser homens, país, filhos, amigos, irmãos e seres humanos… pode ser que isso, nos tempos do hoje, não tenha valor nenhum, ou pode ser que ainda existam seres que ainda acreditem o quão isso é valioso e importante.

Essa é a nossa última viagem aqui e posso te falar; não mudaria nada.

Desejo-lhe tudo de maravilhoso e mais puro nessa vida e na outra.

Que o sr possa ter a paz que eu também levarei comigo: a paz do dever cumprido e da missão executada.

O resultado de um jogo nunca mudará o placar das nossas vidas.

Todo esse tempo dedicado de corpo e alma traz a paz que faz-nos seguir nossos caminhos de lutas e glórias.

E sim, essa é uma carta aberta não somente para que o sr possa ler, mas para que todos saibam que os seus valores não estão nem nunca serão medidos em debates.

Com muito carinho e respeito, obrigado por todos esses anos juntos em prol de representar o melhor país do mundo.

Leia a carta escrita pelo lateral para o atacante Neymar.

Coloco essa imagem primeiro porque é assim que sempre quero lembrar de você e quero que também todos lembrem assim de você.

Você é exemplo de brasileiro que saiu do nada e conquistou mais do que sonhou.

Chorar é parte do processo, mas sorrir é o que faz com que lembremos que todo o sacrifício que fizemos valeu a pena.

Muitas vezes o troféu faz muitas pessoas se equivocarem, achando que são melhores do que as outras porque ganharam… mas não, não sabem que isso é apenas uma distração que alimenta continuamente os seus egos.

Ganhar para mim que sou considerado o maior vencedor da história desse esporte significa inspirar pessoas, assim como você, @neymarjr, faz.

Os maiores troféus das nossas vidas sempre serão as pessoas que consiguimos impactar nessa sociedade através do nosso exemplo.

É para isso que DEUS nos deu o nosso dom.

Você não tem apenas um compromisso com o futebol, você tem um compromisso com a sua missão aqui na terra…. Execute-a com sabedoria.

A dor, assim com a felicidade, é passageira, mas a nossa missão é não permitir que a dor seja mais do que a felicidade… mesmo que momentaneamente, mas a vida é feita de momentos.

Deixa que doa, deixa que passe e volte pra sua missão!!

Amo o seu coração meu irmão.

A rede social é para poder mostrar o que queremos que saibam de nós, sem mentiras nem achismos.

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Sabia que teria mais uma chance, diz Giroud – 10/12/2022 – Esporte

Autor do gol que classificou a França, Giroud afirmou após o jogo deste sábado (10) que tinha certeza de que apareceria uma chance para marcar contra a Inglaterra.

“Na vida, é preciso sempre ter fé. Eu sabia que teria uma chance a mais, e Griezmann me deu um bola ótima”, afirmou ele, que marcou o segundo gol francês de cabeça.

Sobre o jogo, o camisa 9 afirmou ainda que a seleção impôs “um jogo sólido” e que tentou “jogar muito bem no contra-ataque”.

Foi seu quarto na Copa do Mundo do Qatar. Ele é o vice-artilheiro da competição. Está atrás apenas do seu companheiro Kylian Mbappé (cinco).

Giroud finalizou dizendo que espera chegar o mais longe possível na Copa. O adversário da semi é Marrocos, na quarta (14), às 16h.

Para o técnico Didier Deschamps, que também falou após a vitória, “por sorte, eles [ingleses] perderam o segundo pênalti”.

“O time inglês estava muito bem organizado, é um time muito capaz”, disse, acrescentando que “fizeram das tripas coração para chegar à semi”.

“Dá vontade de pausar o tempo, porque uma semi é uma coisa muito séria.”

Sobre Marrocos, Deschamps afirmou que a seleção africana merece reconhecimento. “Claro que não faziam parte dos times que a gente esperava. É uma bela surpresa.”

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Copa: Protestos no Qatar marcam a era do atleta empoderado – 10/12/2022 – Esporte

O acúmulo de controvérsias fora de campo na Copa de 2022 gerou um efeito inédito registrado nos gramados do Qatar. Como nunca em um Mundial, jogadores se posicionaram, protestaram e foram questionados sobre temas que extrapolam o esporte.

“Vivemos a era do atleta empoderado”, analisa Jules Boykoff, 52, cientista político estudioso do impacto das Copas e das Olimpíadas nos países-sede.

Ex-jogador de futebol, ele era um aspirante em 1990, quando estreou com a seleção dos EUA contra o Brasil, no Torneio de Toulon, na França. A equipe brasileira, que tinha Cafu, venceu por 2 a 0.

Boykoff guarda com orgulho o confronto com o capitão do penta numa das competições mais relevantes de categoria de base do futebol. A lembrança o faz refletir sobre como o futebol e seus atletas mudaram, segundo ele.

“Eu era muito ingênuo para me posicionar politicamente. Tenho até medo de pensar o que eu poderia ter dito se algum jornalista viesse me perguntar sobre questões políticas”, afirma.

Questionamentos como os que o capitão da seleção americana, Tyler Adams, ouviu de um jornalista do Irã, sobre discriminação racial nos EUA, ou os que muitos atletas tiveram que responder em relação à morte de operários migrantes no Qatar e à perseguição aos gays no país da Copa.

Boykoff vê como uma evolução o protesto organizado por jogadores da Alemanha, que taparam a boca após serem impedidos de usar braçadeira de capitão com as cores do arco-íris. Para ele, a independência financeira de atletas consagrados deu a eles liberdade para se posicionarem.

“Felizmente, eles não dependem tanto de dirigentes”, diz. “Ótimo, mas isso não pode ser uma obrigação. Eles precisam ter a liberdade de escolher. Se querem falar, vamos ouvi-los”, completa.

O sr. cita em artigos e entrevistas o termo “sportswashing“. O que precisamente quer dizer com isso? Sportswashing acontece quando um líder político usa o esporte e eventos como Copa e Olimpíadas para tentar se mostrar legítimo, ganhar importância geopolítica e melhorar sua reputação. O que ele quer é desviar a atenção de problemas reais crônicos, como violação de direitos humanos.

Com o esporte, é possível cria espaço para avanços geopolíticos e econômicos. Não necessariamente isso se materializa, mas pode acontecer. Você viu, por exemplo, que o Qatar acabou de assinar com os EUA um novo acordo militar durante Copa do Mundo.

Mas isso é um jogo arriscado também? Os países acabam sob holofote… Sim, o Qatar mostra que apostar no sportswashing pode ser um jogo arriscado. Quem sedia um grande evento, ao mesmo tempo em que deseja que não se fale de alguns assuntos, atrai atenção para eles. Vimos isso com relação às leis anti-LGBTQIA+ e às condições de trabalho no Qatar, que ganharam grande atenção da mídia internacional. Não há garantia de que o líder político terá o que quer.

Mas isso é quando falamos de resultados na imagem externa. Temos que lembrar que muitas vezes o objetivo maior está relacionado ao público interno.

Por quê? Vou dar um exemplo, os Jogos Olímpicos de 2014, em Sochi. Vladimir Putin conseguiu, um ano antes do evento, aprovar uma lei de propaganda anti-gay. Isso teve uma repercussão internacional péssima, principalmente nos EUA. Sim, mas na Rússia ele usou isso, com outras medidas, é verdade, para aumentar a sua popularidade.

Ele criou, segundo os pesquisadores locais, um novo senso de nacionalidade russa. Os Jogos Olímpicos de Inverno contribuíram para isso. Após o evento, Putin tinha aprovação de 86%, indicaram pesquisas. Popular, ele anexou a Crimeia.

Temos exemplos do uso de eventos como um trampolim para a popularidade de líderes tiranos que implementam ações como o início de uma guerra.

Ao mesmo tempo, temos que lembrar que sportswashing não é observado apenas em países autoritários. Ele acontece em nações democráticas como Brasil e EUA. Em Los Angeles, o prefeito diz que os Jogos de 2028 vão acabar com o problema dos sem-teto na cidade, o que não parece factível. No Rio, prometeram a despoluição da baía da Guanabara. Essa crítica do uso político dos eventos precisa ser ampliada aos países democráticos também.

Normalmente quando o evento começa, o assunto principal acaba sendo o destaque esportivo, o que ajuda a esconder os problemas dos países. É difícil competir com Messi fazendo gols, com a histórias que o futebol proporciona… Sim, eu sou um apaixonado pelo esporte e sei disso. Mas se você comparar com o passado, acredito que há uma evolução. Antigamente, essa tendência de foco total no jogo se confirmava 100%. A Copa do Qatar rompeu com isso de alguma maneira. Há uma cobertura crítica em relação ao país.

Acredito que estamos vendo algo diferente. Primeiro, porque há muitos problemas no Qatar. Existem repórteres lá e eles estão vendo e relatando isso para uma audiência global. A segunda razão é que tivemos jogadores de diferentes países falando sobre questões sensíveis do país.

Quando a Dinamarca anunciou que iria vestir uma camisa com uma mensagem de defesa dos direitos humanos isso captou atenção. Quando os alemães foram impedidos de usar a braçadeira com o arco-íris e taparam a boca em protesto, isso propagou algo que não era comum.

O que explica esse engajamento maior de alguns atletas em causas que extrapolam o futebol? Tem um fator que é a independência financeira que jogadores mais consagrados conquistaram. Felizmente, eles não dependem tanto de dirigentes.

Pego o exemplo do Messi, que é um atleta que não se posiciona e é direito dele ser assim, não há crítica nisso que vou falar. Ele ganha US$ 40 milhões (R$ 212 milhões) por ano de salário. Isso sem contar patrocínios e outras receitas. A equipe campeã da Copa vai receber US$ 42 milhões (R$ 222 milhões) no total, para dividir com todos do time, comissão técnica e funcionários. A gestão do prêmio é da federação do país.



A Copa no Qatar quebrou o padrão de alienação em relação às mazelas do país que sedia os grandes eventos esportivos

Então, esses atletas já não precisam do dinheiro do prêmio, por exemplo. O evento, sim, precisa deles, financeiramente falando. Com essa independência financeira vem a liberdade.

Tem outra questão. Existem figuras conhecidas que ficaram conhecidas por se posicionarem politicamente. Você pensa no Manuel Neuer e lembra de declarações dele sobre direitos LGBTQ+. Isso não é mais um tabu.

Estamos vivendo a era do empoderamento dos atletas. Hoje é esperado que eles se posicionem e que falem de temas não relacionados diretamente com o futebol.

O senhor vê isso como uma evolução? Vejo como algo positivo a liberdade e a segurança para eles falarem. Mas é preciso deixar claro que não deve ser uma obrigação. Muitos são bem assessorados, preparados e têm informação. Vamos ouvi-los.

Vimos na Copa o capitão da seleção americana, Tyler Adams, ser questionado por um jornalista do Irã sobre discriminação racial nos EUA. Isso é como as coisas são atualmente no esporte. Os jogadores precisam estar preparados para isso. Quando eu joguei não era assim.

Quando eu tinha 19 anos e jogava, era muito ingênuo para me posicionar. Tenho até medo de pensar o que eu poderia ter dito se algum jornalista viesse me perguntar sobre questões políticas (risos). Certamente, falaria algo bem ingênuo ou estúpido.

Não acredito que os atletas devam ser obrigados a falar ou até cobrados. Eles precisam ter a liberdade de escolher. Se querem falar, ótimo.

Em 2021, você escreveu um texto no New York Times afirmando que os Jogos Olímpicos de Tóquio deveriam ser cancelados. Há quem defenda um boicote ao Mundial. É o seu caso? É difícil [boicotar], não vou mentir. Eu acolho e sou simpático com quem propõe isso, mas eu estou assistindo. Acredito que é possível fazer as duas coisas, criticar o sistema e apoiar os atletas que estão fazendo o trabalho deles.

Não posso aceitar que esses executivos da Fifa, com toda a corrupção deles, decisões ruins e malfeitorias, serão bem-sucedidos em roubar o jogo de um fã de futebol como eu.

O Mundial de 1978, realizado pela ditadura militar da Argentina, e as Olimpíadas de Berlim, organizadas por Adolf Hitler, ficaram marcados por beneficiarem regimes autoritários. O senhor acredita que a Copa do Qatar será lembrada assim no futuro? É difícil fazer previsões, é perigoso. Mas temos lições desses exemplos citados. Você olha a cobertura da mídia na época e vê registros de complacência e até elogios aos personagens políticos. Hitler foi descrito pelo New York Times como “um dos maiores, se não o maior, líder político do mundo atualmente”. Isso é um trecho literal de um texto do jornal. Não é o que acontece no Qatar.

O que sabemos é que, após as Olimpíadas em Berlim, Hitler viu sua popularidade aumentar. Isso o fortaleceu para as ações que teve nos anos seguintes.

Nos dois casos, na Argentina e em Berlim, os líderes autoritários prometeram o melhor evento possível aos dirigentes esportivos e que nada aconteceria de ruim durante ele. Assim que a festa acabou, a repressão só aumentou nesses dois países. Como será no Qatar depois de a Fifa sair e as atenções do mundo se dispersarem?

Há uma queixa do Qatar de que existe muito preconceito por ser um país árabe. Sim, nisso eu tenho que concordar. Existe preconceito. Precisamos destacar que o Qatar fez algumas alterações na sua legislação trabalhista para estrangeiros, houve reformas que talvez não teríamos sem o Mundial. É difícil saber se essas mudanças farão diferença quando o torneio acabar. Voltamos a mesma pergunta que eu fiz antes: o que acontecerá quando os holofotes do mundo desviarem o foco para outro lugar?


RAIO-X

Jules Boykoff, 52 anos, professor da Pacific University, nos EUA, estudioso do impacto das Copas e da Olimpíadas nos países-sede, e ex-jogador de futebol.

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