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Guardiola é o treinador mais vitorioso na história do Mundial de Clubes

A contundente vitória por 4 a 0 do Manchester City sobre o Fluminense, na sexta-feira (22), consagrou Pep Guardiola como o treinador mais vitorioso na história do Mundial de Clubes. O catalão agora ostenta quatro títulos na competição: dois com o Barcelona (2009 e 2011), um com o Bayern de Munique (2013) e um com sua equipe atual. Com essa conquista, Guardiola supera o italiano Carlo Ancelotti, que ergueu o troféu três vezes.

Aos 52 anos, Guardiola pode agora afirmar que conquistou tudo pelo Manchester City. Desde sua chegada em 2016, com o objetivo de elevar o clube ao mais alto patamar do futebol, ele cumpriu essa missão. As glórias internacionais, que escapavam até 2023, agora incluem a Liga dos Campeões, a Supercopa da UEFA e, finalmente, o Mundial.

Ao longo de sua trajetória no City, Guardiola levantou 16 troféus, com destaque para cinco títulos consecutivos do Campeonato Inglês, reconhecido como a melhor liga nacional do mundo. Além disso, conquistou a Copa da Inglaterra duas vezes, a Copa da Liga Inglesa em quatro ocasiões e a Supercopa da Inglaterra duas vezes.

Essa série de conquistas contribui para um total impressionante de 37 títulos em uma carreira relativamente curta de 16 anos. Apenas Alex Ferguson, uma figura mítica do Manchester United, permanece à frente, com 49 conquistas, iniciando sua trajetória na Escócia com Saint Mirren e Aberdeen. A perspectiva de Guardiola ultrapassar essa marca não parece uma aposta insensata.

Após a vitória no Mundial, Guardiola expressou uma sensação de encerramento de um capítulo vitorioso. “Tenho a sensação de que fechamos um capítulo. Nós ganhamos todos os títulos, alguns em sequência. Não falta mais nada para vencer, está acabado”, afirmou, embora tenha tranquilizado os torcedores, dissipando quaisquer especulações de despedida. “Agora é aproveitar o Natal, pegar outro caderno e começar a escrever novamente.”

Vale destacar que o sucesso do Manchester City também foi impulsionado pelo investimento dos Emirados Árabes Unidos. Desde 2008, o clube é propriedade do Abu Dhabi United Group, liderado pela monarquia do país. Na prática, o time é controlado pela família real, que investiu significativos 2,27 bilhões de euros (R$ 12,16 bilhões, na cotação atual) para alcançar a esperada glória continental, representada pelo título europeu deste ano.

Mesmo desfalcado de peças-chave como Kevin De Bruyne, Erling Haaland e Jérémy Doku, o City demonstrou facilidade para triunfar sobre o campeão sul-americano na decisão do Mundial. Guardiola ressaltou a disparidade óbvia entre os elencos finalistas, destacando a força econômica da Europa em comparação com a América do Sul.

“A Europa é mais forte, pois tem um poder econômico que não tem a América do Sul. Todos os bons da América do Sul vão à Europa. Por isso, nós temos vantagem”, reconheceu o catalão. “Mas claro que eles podem ganhar também. Se o Fluminense tivesse saído na frente, teria sido um jogo duríssimo.”

O jogo iniciou-se com um gol aos 40 segundos, quando Aké interceptou um lançamento de Marcelo, e, após a bola tocar na trave, Julián Álvarez aproveitou a oportunidade. Esse gol inicial foi considerado crucial por Guardiola, proporcionando uma vantagem que o City soube ampliar no decorrer da partida.

“Fizemos uma boa pressão, ganhamos a bola no começo e fizemos o gol cedo. Eles tiveram uns 12 ou 15 minutos fantásticos. A gente percebeu quão difícil seria, mas o segundo gol nos ajudou muito. Talvez eles não merecessem sofrer esse gol naquele momento. A partir dali, fomos muito melhores no segundo tempo.”

Veja a lista com todos os campeões do Mundial de Clubes da Fifa

O Manchester City alcançou um marco histórico ao conquistar sua primeira taça do Mundial de Clubes da Fifa, derrotando o Fluminense por convincentes 4 a 0 nesta sexta-feira (22).

A vitória consolida o City como o 12º time a erguer o troféu desde o início da competição em 2000, que atingiu sua 20ª edição neste ano. Vale ressaltar que a entidade máxima do futebol reconhece as disputas realizadas entre 1960 e 2004 como Copa Intercontinental.

Ao se juntar aos compatriotas Manchester United (2008), Liverpool (2019) e Chelsea (2021) como campeões ingleses, o Manchester City adiciona mais uma glória ao futebol do país. O Real Madrid detém a liderança como o maior vencedor neste formato, com impressionantes cinco títulos.

A última equipe brasileira a triunfar no torneio foi o Corinthians, que conquistou a taça em duas ocasiões, sendo a última delas em 2012. Na primeira edição do Mundial da Fifa, em solo brasileiro, o Corinthians emergiu vitorioso ao superar o Vasco na emocionante decisão por pênaltis (4 a 3 para os paulistas) no Maracanã.

O Mundial de Clubes da Fifa foi retomado em 2005, quando o São Paulo protagonizou uma vitória épica sobre o Liverpool, com um marcador de 1 a 0 na decisão. No ano seguinte, foi a vez do Internacional celebrar, ao vencer o Barcelona por 1 a 0 e levar o prestigioso caneco.

Segue abaixo a lista de todos os campeões do Mundial de Clubes da Fifa:

  • 2023: Manchester City (ING)
  • 2022: Real Madrid (ESP)
  • 2021: Chelsea (ING)
  • 2020: Bayern de Munique (ALE)
  • 2019: Liverpool (ING)
  • 2018: Real Madrid (ESP)
  • 2017: Real Madrid (ESP)
  • 2016: Real Madrid (ESP)
  • 2015: Barcelona (ESP)
  • 2014: Real Madrid (ESP)
  • 2013: Bayern de Munique (ALE)
  • 2012: Corinthians
  • 2011: Barcelona (ESP)
  • 2010: Internazionale (ITA)
  • 2009: Barcelona (ESP)
  • 2008: Manchester United (ING)
  • 2007: Milan (ITA)
  • 2006: Internacional
  • 2005: São Paulo
  • 2000: Corinthians

Fluminense desafia Manchester City na final do Mundial – 21/12/2023 – Esporte

É com respeito e até reverência que os jogadores do Fluminense vêm tratando o Manchester City, seu adversário na final do Mundial de Clubes. Mas não é em posição de inferioridade que eles pretendem se colocar em campo na partida decisiva de sexta-feira (22), no King Abdullah Sports City, em Jidá, na Arábia Saudita.

Embora os atletas e o técnico Fernando Diniz se refiram constantemente ao oponente como “melhor time do mundo”, a ideia não é repetir a habitual estratégia das equipes que enfrentam o representante europeu na decisão do torneio. Não foi, afinal, com métodos defensivos que a agremiação tricolor chegou ao jogo.

“Vamos fazer o que temos de melhor. Não vamos fugir das nossas características. Nós nos preparamos muito. Vamos procurar fazer o nosso melhor com bastante humildade, com inteligência e com coragem para fazer o que costumeiramente fazemos. Nosso estilo de jogo vai ser mantido”, afirmou Diniz.

Esse estilo é baseado na posse de bola, com a aproximação constante dos jogadores. Na vitória por 2 a 0 sobre o egípcio Al Ahly, nas semifinais, a formação das Laranjeiras teve 55% de posse, contra 33% do adversário –a bola esteve em disputa no restante do confronto, com oportunidades para os dois lados.

O problema é que é muito difícil ter a bola contra o City, um time que gosta de mantê-la em seus pés e pressiona no campo de ataque para roubá-la. Em seu duelo semifinal, um tranquilo triunfo por 3 a 0 sobre o Urawa Red Diamonds, a equipe inglesa teve 64% de posse, contra 25% do rival. Foram 25 finalizações feitas, apenas duas sofridas.

“É decisão de título mundial. Contra um dos melhores times da história do futebol mundial e um dos melhores treinadores”, disse Diniz, referindo-se a Pep Guardiola. “No futebol, a primeira coisa que você tem que ter é confiança de que pode vencer. O Fluminense vai fazer o máximo para vencer. Vamos enfrentar o melhor time do mundo, mas isso não nos impede de sonhar.”

Do outro lado, é também com palavras respeitosas que os jogadores do City e seu treinador vêm falando sobre o adversário na final. Guardiola chegou a dizer que “o Fluminense tem muito mais experiência em finais” e elogiou a qualidade de alguns dos atletas campeões da última Copa Libertadores.

“É escola brasileira. Jogam muito bem com a bola, juntam-se muito, têm jogadores de qualidade, como André, Ganso. É o futebol brasileiro de muito tempo. Eu me lembro do meu pai falando dos brasileiros, que jogavam de forma bem lenta, todos juntinhos, passes curtos, e no último momento arrancavam rapidamente. Parece que é a essência”, afirmou o treinador catalão.

Preocupado com o desgaste e a realização do embate decisivo apenas três dias após a semifinal, ele tem problemas para montar seu time, com três desfalques certos. O meio-campista Kevin De Bruyne e os atacantes Erling Haaland e Jérémy Doku, todos titulares, foram cortados da lista do City no Mundial, com diferentes lesões.

Já Fernando Diniz, ao que tudo indica, repetirá a escalação usada contra o Al Ahly, a mesma da conquista da Libertadores. John Kennedy, que saiu do banco para definir o triunfo continental e voltou a marcar no final na partida mais recente, será novamente alternativa a ser acionada no decorrer do confronto.

O Fluminense jogará com seu uniforme tradicional tricolor, e o City vai atuar de azul. O árbitro será o mesmo que apitou o triunfo da equipe carioca sobre o Al Ahly, o polonês Szymon Marciniak. Ele é prestigiado na Fifa (Federação Internacional de Futebol) e apitou a decisão da última Copa do Mundo.

Manchester City x Fluminense

15h, no King Abdullah Sports City, em Jidá (ARA)

Na TV: Globo, CazéTV, ge, Globoplay e Fifa+

Fluminense x City é um confronto de estilos antagônicos – 21/12/2023 – Esporte

Fluminense x Manchester City poderia ser visto apenas como mais um confronto desigual entre clubes da América do Sul e europeus. Desde o fim do limite de estrangeiros no futebol, simbolizado pela vitória do belga Jean-Marc Bosman na corte europeia, em 1995, houve 28 disputas mundiais, 22 vitórias da Europa, apenas seis sul-americanas.

Seria só mais uma derrota provável, não fosse Fernando Diniz.

Talvez nem Guardiola tenha exata noção disso, mas Fluminense x Manchester City se tornou o confronto de estilos antagônicos. Não o defensivo contra o ofensivo, mas o posicional de Pep contra o sem posição de Diniz.

Jogo posicional é o conceito em que os jogadores ocupam quadrantes e se movimentam dentro deles, como se o campo fosse dividido em 12 partes. Usa princípios de largura, apoio e profundidade. Grosso modo, a bola vai ao jogador, que não se desloca em direção a ela.

No City, Foden, na direita, e Grealish (na ausência de Doku, lesionado), à esquerda, são os pontas de Guardiola. Suas funções são alargar o campo, para abrir a defesa adversária, que normalmente concentra a linha de quatro defensores entre as duas riscas laterais da grande área.

Quanto mais amplo o espaço em que se joga, mais difícil a marcação. Quanto mais abertos os pontas, mais complicado para os beques.

A ideia de apoio é a capacidade de os jogadores se aproximarem, em teoria dentro de seus quadrantes. Profundidade é o jogo em direção ao gol, que conta com posicionamento de meias entre as linhas de volantes e zagueiros —o que se convencionou chamar de entrelinha— para dificultar a ação defensiva.

Para ter tudo isso, recuperar a bola o mais rapidamente possível é fundamental, e a organização para pressionar no campo de ataque, também. “Só podemos encurralar o adversário se todas as linhas subirem juntas e próximas”, ensinou Rinus Michels, da Holanda de 1974. “Quando se tem a bola, deve-se abrir o maior espaço possível. Quando se perde, diminuir, para o rival não conseguir jogar”, seguiu Johan Cruyff.

Guardiola está na árvore genealógica de Michels e Cruyff. É a evolução do estilo posicional. O Barcelona de Cruyff enfrentou o São Paulo de Telê Santana, no Mundial de 1992, com Guardiola como volante e parâmetros táticos muito parecidos aos do City atual.

Diniz usa princípios semelhantes com conceitos totalmente diferentes. No Fluminense, o jogador vai até a bola, não o inverso. Evidentemente, isso não é imutável, porque tática não é estática.

Diniz tem Arias e Keno pelos lados, para dar largura ao campo. De maneira oposta à ideia de Guardiola, os dois se aproximam e deixam vazia uma das linhas laterais. Enquanto isso, Ganso joga entre as linhas de meio e defesa, sem ficar exclusivamente ali. O dinizismo prima pela saída da defesa em toques curtos, tem o apreço pelo passe e a paciência para encontrar espaços improváveis.

Também o apoio e a profundidade como prioridade, mas o sistema aposicional de Diniz leva o jogador até a bola, não a bola ao jogador, como no de Guardiola.

Os fins são os mesmos, invadir a área adversária a partir da superioridade numérica, duelos de três atacantes contra dois defensores, ou quatro contra três, ou cinco contra quatro, sempre ao menos um avante a mais do que o número de zagueiros.

Os fins são os mesmos, os gols. Os meios para alcançá-los são inversos.

No passado, os Mundiais tinham sul-americanos atacando e europeus tentando vitórias com estratégia. Mais recentemente, a América se defende e tenta um contra-ataque. Resultado das melhores contratações do planeta pelos times europeus.

Das 22 conquistas mundiais da Europa desde 1995, 21 tiveram jogadores de seleções da América do Sul vencendo pelo velho continente.

Em Fluminense x Manchester City, a surpresa pode ser a tática aposicional contra o posicional de Pep Guardiola.

No ataque, o Manchester City joga no 3-2-5. Os pontas se movimentam para alargar o campo e dentro de seus quadrantes. Akanji defende como lateral esquerdo e ataca como meia. Bernardo e Julián Álvarez, quando jogam como meias, posicionam-se atrás dos volantes e à frente dos zagueiros, entre linhas. Conceitos de largura, apoio e profundidade. Muita pressão para recuperar a bola.

O Fluminense tem Arias e Keno como pontas, mas eles se aproximam, juntam-se a Ganso, às vezes até a Marcelo, que se desloca da lateral esquerda para a meia direita. Num piscar de olhos, o Fluminense une cinco jogadores de um lado do campo. O sistema tático é o 4-2-3-1. No ataque, quando precisa virar jogos, transforma-se até em 3-6-1.

Alexia Putellas é eleita pela 2ª vez a melhor do mundo

Alexia Putellas, 29, jogadora do Barcelona e da seleção da Espanha, foi eleita nesta segunda-feira (27) pela segunda vez consecutiva como a vencedora do prêmio The Best, da Fifa, como melhor jogadora de futebol do mundo em 2022.

Putellas, que também é a atual Bola de Ouro feminina, honraria entregue pela revista francesa France Football, superou a inglesa Beth Mead e a americana Alex Morgan na votação da Fifa.

“Eu não estava preparada para receber esse prêmio, muito obrigada a todos que votaram em mim. Eu gostaria também de dar os parabéns à Alex [Morgan] e Beth Mead, vocês merecem esse troféu também. Gostaria de agradecer minhas companheiras, corpo técnico, clube. Todos aqueles que trabalham no clube”, afirmou a jogadora.

Putellas conquistou o campeonato e a Copa da Espanha na última temporada com o Barcelona, clube com o qual também chegou à final da Champions League feminina —na decisão, perdeu para o Lyon, da França.

A espanhola, no entanto, acabou fora da disputa da Eurocopa com sua seleção por causa de uma lesão grave no ligamento do joelho esquerdo.

Criado pela Fifa em 2001, o prêmio de melhor do ano no futebol feminino tem a brasileira Marta como a maior vencedora, com seis troféus, sendo o primeiro deles conquistado em 2006 e o último em 2018.

As jogadoras vencedora do prêmio Fifa The Best

2022 – Alexia Putellas (ESP)

2021 – Alexia Putellas (ESP)

2020 – Lucy Bronze (ING)

2019 – Megan Rapinoe (EUA)

2018 – Marta (BRA)

2017 – Lieke Martens (HOL)

2016 – Carli Lloyd (EUA)

2015 – Carli Lloyd (EUA)

2014 – Nadine Kessler (ALE)

2013 – Nadine Angerer (ALE)

2012 – Abby Wambach (EUA)

2011 – Homare Sawa (JAP)

2010 – Marta (BRA)

2009 – Marta (BRA)

2008 – Marta (BRA)

2007 – Marta (BRA)

2006 – Marta (BRA)

2005 – Birgit Prinz (ALE)

2004 – Birgit Prinz (ALE)

2003 – Birgit Prinz (ALE)

2002 – Mia Hamm (EUA)

2001 – Mia Hamm (EUA)

Mundial de Clubes terá 32 times a partir de 2025 – 16/12/2022 – Esporte

A Fifa anunciou nesta sexta-feira (16), em entrevista do presidente Gianni Infantino, que o Mundial de Clubes será disputado a cada quatro anos, com 32 equipes na disputa, a partir de 2025.

A ideia já havia sido anunciada em 2019, mas com 24 times. O planejado era que o novo formato estreasse em 2021, mas a pandemia de Covid-19 adiou a reformulação. Hoje, o Mundial de Clubes é disputado por sete clubes no período de um mês.

A nova distribuição de clubes por continente ainda não foi definida. O mesmo vale para a sede: ainda não se sabe quais país que receberão o novo torneio em 2025.

O rearranjo ocupará o vácuo deixado no calendário pelo fim da Copa das Confederações, que era disputada no período em que o novo Mundial será realizado: um ano antes da Copa do Mundo —a próxima realizada em 2026.

Ainda que a sede não esteja definida, é provável que siga o formato da antiga Copa das Confederações, servindo como um teste para a Copa do Mundo, um ano antes do evento, para os países que irão realizá-la. No caso de 2025, seriam México, EUA e Canadá.

Outra novidade anunciada é a criação do Mundial de Clubes Feminino. Segundo Infantino, os detalhes do torneio ainda não foram definidos.

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Corinthians celebra dez anos do bi mundial com amor a Tite – 15/12/2022 – Esporte

A Argentina buscará, no próximo domingo (18), ser o primeiro time sul-americano campeão mundial de futebol em dez anos. O último foi o Corinthians.

Lionel Messi conduz sua seleção na tentativa de interromper o domínio estabelecido pelos europeus nas últimas quatro edições da quadrienal Copa do Mundo. No anual Mundial de Clubes, já são nove triunfos seguidos dos representantes do velho continente.

A mais recente vitória de uma equipe da América do Sul no torneio completa uma década nesta sexta-feira. Em 16 de dezembro de 2012, o Corinthians, arquitetado por Tite, fez 1 a 0 no Chelsea, gol marcado pelo peruano Paolo Guerrero, e foi bi.

O técnico ainda é amado por quase toda a torcida alvinegra. Quem pôs a bola na rede, não.

Se não conseguiu repetir um sucesso do tamanho do obtido há dez anos, o treinador estreitou seus laços com o clube e conquistou novos títulos em preto e branco. Contratado pela seleção brasileira em 2016, passou desde então a ouvir o recorrente apelo “volta, Tite“.

Recentemente, escutou esse pedido do próprio presidente da agremiação, Duilio Monteiro Alves. Após a saída de Vítor Pereira, o dirigente checou a disponibilidade do gaúcho, que, já havia anunciado, deixaria a formação nacional independentemente do resultado na Copa do Mundo.

“Eu não nego para ninguém que tem um cara com quem gostaria de trabalhar, com quem trabalhei, que é o Tite. Mas ele deixou muito claro que não está pensando em trabalhar no Brasil agora”, afirmou o cartola, na última quarta (14).

Duilio está certo de que a justificativa seja verdadeira. A de Pereira, não era.

O português tinha proposta para renovar seu contrato com o Corinthians até o fim de 2023. Recusou, dizendo que precisava retornar a seu país e dar atenção à sogra, enferma. Em seguida, acertou com o Flamengo –que até a publicação deste texto tinha sua sede no Rio de Janeiro, não em Lisboa.

“O cara mentiu. Mas o Corinthians é muito maior do que todos e segue sua vida”, declarou o presidente.

Algo parecido com o que foi dito em 2015, quando Guerrero trocou justamente o Corinthians pelo Flamengo. O peruano não citou nenhum parente doente, mas quebrou a promessa feita repetidas vezes de que jamais defenderia outro clube brasileiro.

A garantia foi dada inicialmente em uma entrevista à Gazeta Esportiva, em janeiro de 2013, ainda no calor da então recente conquista do Mundial. Depois, até que partisse rumo ao Rio dois anos e meio mais tarde, tornou a dizer, em múltiplas ocasiões: “No Brasil só tenho um time”.

“E ele cumpriu a promessa! Não jogou em mais nenhum time do Brasil”, diverte-se o alvinegro Mauricio Poyatos, 45. “Não jogou nada no Flamengo, não jogou nada no Inter. E não jogou nada no Avaí”, gargalha o balconista.

Paolo defendeu o Flamengo de 2015 a 2018 e esteve no Internacional de 2019 a 2021. Em 2022, aos 38 anos, vestiu a camisa do Avaí, rebaixado no Campeonato Brasileiro. Participou de dez partidas, quatro como titular, sem nenhum gol.

“O Corinthians acreditou no Guerrero, que nem era tão conhecido no Brasil e tinha potencial para crescer aqui. Mas ele se vendeu e hoje em dia nem é mais lembrado”, afirma a tesoureira Priscila Clementino de Almeida, 35.

“Falar que o Guerrero não foi peça importante na conquista do título seria mentira, mas ele não foi para o Japão sozinho. Isso ficou claro principalmente pelo trabalho que o Tite fez com o elenco, motivou todos ali”, acrescenta a torcedora.

O centroavante marcou os dois gols do Corinthians no campeonato. De cabeça, definiu a difícil vitória por 1 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito, nas semifinais, em Toyota. Também de cabeça, de maneira chorada, suada e alvinegríssima, estabeleceu o placar do triunfo sobre o inglês Chelsea, na decisão, em Yokohama, outro 1 a 0.

Idolatrado pela Fiel até o meio de 2015, ele não foi bem recebido nas visitas que fez ao estádio de Itaquera depois disso. Em 2016, em vitória preta e branca por 4 a 0, com dois gols de Ángel Romero, a torcida cantou: “Doutor, eu não me engano, o paraguaio é melhor que o peruano”.

O clube tem adotado a praxe de desejar feliz aniversário ao velho camisa 9, em suas páginas na internet, a cada 1º de janeiro. Há os que aplaudem, mas a reação mais comum são xingamentos como “Guerrero mercenário” e perguntas como “ídolo de quem?”.

O ódio até arrefeceu com o tempo –e com a cada vez menor relevância do atacante. Hoje, o sentimento está mais perto de um desdém. Existe uma parcela da torcida que aposta em um reconhecimento maior ao jogador quando ele estiver aposentado.

Mas a celebração dos dez anos do bi não se dá em um clima de amor ao artilheiro. O carinho é dedicado especialmente a Cássio, eleito o melhor atleta do Mundial de 2012. O goleiro continua vestindo a camisa do Corinthians, assim como Fábio Santos e Paulinho.

Outros dos campeões mantiveram relação próxima com o clube. Alessandro é dirigente. Danilo é técnico dos juniores. Emerson já teve um cargo no departamento de futebol. E Tite, pedem os corintianos, ainda terá de novo.

“Se o Corinthians tivesse uma cara naquela era de ouro do time, seria o Tite. Prezava o coletivo, nunca era por um só. A jogada do gol contra o Chelsea passa por todos os jogadores, incluindo o Cássio, até terminar na cabeçada do Guerrero”, lembra o publicitário Ronaldo Lopes Junior, 27.

“Volta, Tite”, clamam Priscila, Duilio e tantos outros.

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Brasil na Copa: estatística mede grau de ameaça do ataque – 06/12/2022 – Esporte

O Brasil abriu caminho para a vitória por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul e a consequente classificação às quartas de final da Copa do Mundo com uma posse de bola agressiva e eficiente nos minutos iniciais do duelo disputado nesta segunda-feira (5).

Métrica calculada pela Folha mostra que as ações da seleção passaram por áreas “ameaçadoras” do campo já nos primeiros lances. O placar foi inaugurado aos 6 minutos, com Vinícius Júnior, e a vantagem foi ampliada aos 12, em pênalti sofrido por Richarlison e cobrado por Neymar.

O indicador é conhecido como xT, uma abreviação para a expressão em inglês “expected threat” (ameaça esperada). Basicamente, trata-se da probabilidade de determinada jogada terminar dentro das redes, a depender do lugar em que ela ocorre.

Da mesma forma, o gol de honra dos coreanos, aos 30 minutos da etapa final, também acontece no momento em que a estatística mostra o maior perigo das ações asiáticas em relação às brasileiras. Alguns minutos antes, Hwang já havia exigido defesa difícil do goleiro Alisson.

As estatísticas preditivas estão mais populares a cada dia no futebol. A mais conhecida delas é o xG (“expected goals”, ou gols esperados), uma taxa de sucesso previsto para cada finalização a depender de onde é feito o arremate. O cálculo leva em conta uma base de dados com milhares de finalizações prévias e seus respectivos desfechos.

O problema do xG é que ele ignora a construção das jogadas, e muitas ações de uma partida não resultam imediatamente em finalização. É como analisar um jogo de xadrez com base apenas no xeque-mate, quando o lance crucial pode ter ocorrido alguns turnos antes.

O xT, por sua vez, atribui um perigo relativo a cada lugar do campo. O cálculo da Folha considera a probabilidade de que, dada uma ação em um determinado setor do gramado, a equipe consiga chegar ao gol nas próximas cinco jogadas.

A métrica foi baseada em estudo publicado pelo analista do Arsenal-ING Karun Singh, com dados de uma temporada inteira de jogos da Premier League (2017/18). A ideia é atribuir crédito a jogadas que colocam um ponta em situação de cruzamento ou quebram linhas de marcação, entre outras ameaças concretas. Singh calculou as taxas de risco para 196 áreas do campo.

No gol de Lucas Paquetá, por exemplo, Neymar recebe passe de Richarlison em uma zona com xT equivalente a 3,4%. Ou seja, de acordo com a estatística, pouco mais de três a cada cem eventos naquele local terminam em gol em até cinco ações seguintes.

Ao tocar para Vinícius Júnior na ponta esquerda, o camisa 10 coloca o atacante num ponto do campo com ameaça esperada três vezes maior. Após dominar a bola e ajeitar o corpo para cruzar, Vini já ocupa uma zona com xT de 12,6%.

Para ilustrar os momentos de cada equipe na partida, a Folha calculou a média móvel do xT acumulado de cada equipe numa janela de cinco minutos, com um peso maior para o mais recente, e assim sucessivamente, até o primeiro minuto do intervalo.

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