É com respeito e até reverência que os jogadores do Fluminense vêm tratando o Manchester City, seu adversário na final do Mundial de Clubes. Mas não é em posição de inferioridade que eles pretendem se colocar em campo na partida decisiva de sexta-feira (22), no King Abdullah Sports City, em Jidá, na Arábia Saudita.
Embora os atletas e o técnico Fernando Diniz se refiram constantemente ao oponente como “melhor time do mundo”, a ideia não é repetir a habitual estratégia das equipes que enfrentam o representante europeu na decisão do torneio. Não foi, afinal, com métodos defensivos que a agremiação tricolor chegou ao jogo.
“Vamos fazer o que temos de melhor. Não vamos fugir das nossas características. Nós nos preparamos muito. Vamos procurar fazer o nosso melhor com bastante humildade, com inteligência e com coragem para fazer o que costumeiramente fazemos. Nosso estilo de jogo vai ser mantido”, afirmou Diniz.
Esse estilo é baseado na posse de bola, com a aproximação constante dos jogadores. Na vitória por 2 a 0 sobre o egípcio Al Ahly, nas semifinais, a formação das Laranjeiras teve 55% de posse, contra 33% do adversário –a bola esteve em disputa no restante do confronto, com oportunidades para os dois lados.
O problema é que é muito difícil ter a bola contra o City, um time que gosta de mantê-la em seus pés e pressiona no campo de ataque para roubá-la. Em seu duelo semifinal, um tranquilo triunfo por 3 a 0 sobre o Urawa Red Diamonds, a equipe inglesa teve 64% de posse, contra 25% do rival. Foram 25 finalizações feitas, apenas duas sofridas.
“É decisão de título mundial. Contra um dos melhores times da história do futebol mundial e um dos melhores treinadores”, disse Diniz, referindo-se a Pep Guardiola. “No futebol, a primeira coisa que você tem que ter é confiança de que pode vencer. O Fluminense vai fazer o máximo para vencer. Vamos enfrentar o melhor time do mundo, mas isso não nos impede de sonhar.”
Do outro lado, é também com palavras respeitosas que os jogadores do City e seu treinador vêm falando sobre o adversário na final. Guardiola chegou a dizer que “o Fluminense tem muito mais experiência em finais” e elogiou a qualidade de alguns dos atletas campeões da última Copa Libertadores.
“É escola brasileira. Jogam muito bem com a bola, juntam-se muito, têm jogadores de qualidade, como André, Ganso. É o futebol brasileiro de muito tempo. Eu me lembro do meu pai falando dos brasileiros, que jogavam de forma bem lenta, todos juntinhos, passes curtos, e no último momento arrancavam rapidamente. Parece que é a essência”, afirmou o treinador catalão.
Preocupado com o desgaste e a realização do embate decisivo apenas três dias após a semifinal, ele tem problemas para montar seu time, com três desfalques certos. O meio-campista Kevin De Bruyne e os atacantes Erling Haaland e Jérémy Doku, todos titulares, foram cortados da lista do City no Mundial, com diferentes lesões.
Já Fernando Diniz, ao que tudo indica, repetirá a escalação usada contra o Al Ahly, a mesma da conquista da Libertadores. John Kennedy, que saiu do banco para definir o triunfo continental e voltou a marcar no final na partida mais recente, será novamente alternativa a ser acionada no decorrer do confronto.
O Fluminense jogará com seu uniforme tradicional tricolor, e o City vai atuar de azul. O árbitro será o mesmo que apitou o triunfo da equipe carioca sobre o Al Ahly, o polonês Szymon Marciniak. Ele é prestigiado na Fifa (Federação Internacional de Futebol) e apitou a decisão da última Copa do Mundo.
Manchester City x Fluminense
15h, no King Abdullah Sports City, em Jidá (ARA)
Na TV: Globo, CazéTV, ge, Globoplay e Fifa+