Dia: 17 de dezembro de 2022

França chega à final com brilho de Mbappé e superação – 17/12/2022 – Esporte

A França chega à final da Copa do Mundo do Qatar provando que experiência faz diferença nos momentos decisivos.

Mesmo quando não foi superior tecnicamente aos adversários, como nas quartas de final contra a Inglaterra e na semifinal diante do time de Marrocos, os atuais campeões tiveram disciplina e concentração suficientes para alcançar as vitórias.

A França de 2022 é uma “equipe estranha”, escreveu o jornal L’Equipe ao descrever como uma “un exploit venu des tréfonds” (uma façanha das profundezas) a classificação do país para a decisão com a Argentina. A grande final será neste domingo (18), às 12h (de Brasília), em Lusail.

Não é o Brasil 1970, pois “faltam iluminações, magia e muita luz”, nem é a França de 2018, pela “falta de controle a certos níveis”, mas a França de 2022 é uma equipe com uma “ambição íntima cultivada na adversidade” e em curto espaço de tempo.

Nem o técnico Didier Deschamps discorda disso. “A França não foi perfeita”, ele reconheceu, repetindo como se fosse um refrão após os triunfos contra ingleses e marroquinos.

Foram os jogos mais difíceis da equipe no Qatar. Também foram nos quais Kylian Mbappé teve menos espaço, o que ajuda a entender a dificuldade francesa para se impor.

Em suas três primeiras partidas no Mundial, o camisa 10 foi acionado 39 vezes na área adversária, uma média de 13 por partida, segundo dados da Fifa. Contra Inglaterra e Marrocos, ele se viu nessa situação apenas 12 vezes, somando os dois confrontos.

A despeito dos números, porém, não é tão simples afirmar que ele foi menos decisivo, embora tenha passado em branco nessas partidas —ainda é o artilheiro da Copa, com cinco gols, ao lado de Messi.

Aos 23 anos e já em sua segunda final de Copa consecutiva, ele mostrou outro tipo de influência nos últimos dois confrontos. Se não tinha espaço, era porque a marcação, muitas vezes, era dobrada. Situação que, por outro lado, abria brechas para seus companheiros.

Foi assim que a muralha marroquina começou a ser destruída. Enquanto ele estava cercado por sete adversários e mesmo assim achou um jeito de finalizar para o gol, a sobra da defesa acabou caindo livre para Theo Hernández.

Isolado como em um oásis no meio do deserto, o lateral só teve o trabalho de finalizar para o gol, logo aos cinco minutos. Isso desmontou a estratégia de se fechar e buscar contra-ataques e obrigou o time de Marrocos a sair para o jogo.

Era tudo o que Mbappé queria, pois assim ele poderia usar justamente a principal arma marroquina para explorar a força de seus arranques pelas laterais.

Nem seu amigo e companheiro de clube Hakimi escapou de ser tirado para dançar, driblado e deixado para trás em campo. Se tinha dificuldade para finalizar, ao menos o camisa 10 francês esgotava as forças dos defensores. Eles já estavam extenuados quando Muani fechou a conta.

A despeito de todos os problemas físicos antes e durante o torneio, a França ainda tinha fôlego. Foi talvez sua maior prova de força nesta edição, superando a longa lista de baixas que formam um time desses que os torcedores têm decorado.

Pogba, Kanté, Benzema, Kimpembe e Nkunku nem jogaram no Qatar. Lucas Hernandez se machucou já durante a Copa. Upamecano e Rabiot não entraram na semifinal, abatidos por algo que Deschamps chamou de “uma doença que está acontecendo em Doha”.

Mesmo com as baixas de peças que foram importantes em 2018 e outros abatidos já durante a edição de 2022, a França mostrou que ainda tem muitas reservas daquela experiência vitoriosa.

Muito mais do que apenas os cinco remanescentes daquela conquista que iniciaram o duelo com os marroquinos (Hugo Lloris, Raphael Varane , Antoine Griezmann , Olivier Giroud e Mbappé). Há, também, a mesma frieza.

Mesmo na goleada sobre a Croácia, por 4 a 2, quando ficou com o caneco, o time francês cometeu alguns erros que poderiam ter lhe custado a vitória. Como aconteceu também diante da Inglaterra e de Marrocos nesta edição. Nos dois casos, nada abalou a máquina francesa de buscar vitórias.

O desafio agora é saber o quanto isso poderá fazer a diferença diante da Argentina. Quanto pode custar um erro contra Lionel Messi?

Muitas equipes sabem bem disso, mas a França não quer tomar conhecimento. Pelo menos não na prática. E espera contar com toda sua experiência para superar mais uma vez as adversidades.

“Sempre acontecem coisas em uma partida para as quais você não está preparado”, disse o capitão Hugo Lloris. “É aí que você precisa mostrar um bom espírito de equipe”, acrescentou.

“Somos bons como equipe porque sabemos como nos adaptar a diferentes cenários.”

link

Confira a seleção da Copa de cada colunista da Folha – 17/12/2022 – Esporte

Na véspera da final da Copa do Mundo de 2022, a Folha convocou colunistas de Esporte para analisar os principais jogadores e acontecimentos do torneio. Cada um montou sua seleção e destacou a decepção e a surpresa desta edição, além de fatos marcantes do evento sediado no Qatar.

Leia abaixo a opinião de Sandro Macedo, Marina Izidro, Casagrande, Renata Mendonça, Juca Kfouri, Luis Curro, Marcelo Damato, Tayguara Ribeiro, Tostão e PVC.

As seleções

Três jogadores foram unanimidade nas seleções: Messi, Mbappé e Theo Hernández. Veja a seleção da Copa de cada colunista.

Os companheiros de PSG e artilheiros da Copa, com cinco gols cada, são nomes previsíveis entre os melhores da competição.

Mas a presença do lateral esquerdo francês pode ser considerada uma surpresa: Theo fez ótima temporada pelo Milan, mas é pouco conhecido quando comparado aos dois craques.

Até as semifinais, ele deu duas assistências e marcou um gol —o primeiro contra Marrocos, na quarta-feira (14). Revelado pelo Atlético de Madri, foi um dos destaques da campanha milanesa pelo título da Serie A italiana na temporada passada. É um lateral veloz e ofensivo.

Entre os goleiros escalados, a disputa ficou empatada entre Bono, de Marrocos, e Livakovic, da Croácia: ambos foram selecionados por quatro de dez colunistas. Eles defenderam a meta das principais surpresas da Copa.

Bono foi o goleiro de Marrocos durante a campanha histórica da equipe, que ficou em quarto lugar, a melhor marca de uma equipe africana em Copas. Bono contribuiu pegando dois pênaltis decisivos na disputa contra a Espanha, além das grandes defesas que fez durante os jogos. O desempenho da seleção marroquina foi destacado pela maioria dos colunistas como a surpresa da Copa.



A ida de Marrocos à semifinal não deve se repetir logo, mas muda o horizonte das equipes africanas

Livakovic foi essencial no mata-mata croata: defendeu dois pênaltis em disputa contra o Japão, nas oitavas, e agarrou a cobrança de Rodrygo na disputa que eliminou o Brasil, nas quartas de final.

Na zaga, o escolhido pela maioria foi Gvardiol. O zagueiro croata de 20 anos é considerado uma das revelações do torneio. Atuou bem na Copa e foi responsável por desarmar Fred na jogada do gol de empate contra o Brasil. Foi escolhido por seis de dez colunistas.

Quem completa a dupla de zaga na seleção dos colunistas é o argentino Otamendi, que já não está no auge de sua carreira, mas teve ótimo desempenho na Copa do Mundo. Ele foi escolhido por três dos dez colunistas.

Theo, já citado, foi unanimidade na lateral esquerda.

No meio, o mais citado foi o francês Griezmann. Apesar de atuar como atacante no Atlético de Madri, está posicionado como meia de armação na seleção francesa. Ele deu três assistências em seis jogos de Copa. Além de cumprir com suas funções ofensivas, fez desarmes importantes e é um forte marcador da saída de bola de times adversários.

Por conta disso, é visto como o motor da França na Copa do Mundo.

Na seleção dos analistas, seus parceiros de meio são Modric, escolhido seis vezes, e Enzo Fernández ou Amrabat —os dois empataram com quatro escalações.

O croata conduziu o meio de campo xadrez na classificação sobre o Brasil em mistura de técnica e correria, mesmo aos 37 anos.

Enzo é uma promessa argentina de 21 anos que começou no banco e conquistou a titularidade com passes e arremates decisivos durante a campanha intensa da alviceleste.

Amrabat truncou o meio de adversários com desarmes rápidos e distribuiu passes elegantes. O volante da Fiorentina é outra revelação do torneio, apesar de já ter 26 anos.

No ataque, estão os unânimes Messi e Mbappé, que dispensam apresentação. Suas carreiras estão em fases opostas: Mbappé, aos 23, caminha para ser tornar um dos maiores jogadores da história do futebol e busca seu segundo título mundial. Messi tenta encerrar sua carreira na seleção dando o tri a seus país, título inédito para o argentino, que seria uma cereja no bolo de sua carreira já eternizada.

Para fechar o trio, o eleito foi Julián Álvarez, outro moleque. Aos 22, assumiu a titularidade durante o torneio e marcou gols decisivos para a campanha argentina, como os dois contra a Croácia, na quarta-feira (14), que classificaram a equipe à final.

A decepção da Copa

Para a maioria dos colunistas, a grande decepção desta edição de Copa esteve relacionada à desclassificação brasileira precoce. Tropeços de outras potências e polêmicas sobre direitos humanos no Qatar também figuraram na lista; veja completa abaixo.

  • PVC: Alemanha. Duas Copas seguidas caindo na fase de grupos. Assustador.
  • Casagrande: Saber que fiquei um mês num país que não respeita os direitos humanos, trata mulheres como seres inferiores e é altamente homofóbico.
  • Renata Mendonça: Alemanha, apesar de boas atuações, perdeu muitas oportunidades de gol, não foi eficiente e acabou eliminada pela segunda Copa consecutiva na primeira fase.
  • Tayguara Ribeiro: O gol tomado pelo Brasil. Tomar em um contra-ataque, ganhando uma prorrogação e faltando apenas quatro minutos para terminar o jogo. Não tem como não se decepcionar.
  • Juca Kfouri: A desclassificação da seleção brasileira nas quartas de final, diante da Croácia.
  • Luis Curro: Alemanha (segunda eliminação seguida na fase de grupos), Bélgica (e seus craques De Bruyne e Lukaku), Brasil (outra queda nas quartas como favorito) e Cristiano Ronaldo (implicante e ineficiente).
  • Marcelo Damato: Thiago Silva, aos 38 anos, não sabe o que é ser capitão. A faixa não é uma vaidade. O capitão é quem põe o dever acima da vontade. Deveria ter se apresentado para bater o primeiro pênalti.
  • Marina Izidro: A forma como a talentosa seleção brasileira foi eliminada precocemente. Os quatro minutos finais da prorrogação contra a Croácia e a ordem de cobrança de pênaltis não sairão nunca mais de nossa memória.
  • Tostão: Alemanha, do ponto de vista técnico, e Brasil, do ponto de vista emocional.
  • Sandro Macedo: Dinamarca, que chegou com status de força alternativa, e Bélgica, 3º em 2018, não jogaram nada; e teve a decepção dos ingleses com a qual me solidarizo, Wilton Pereira Sampaio.

A surpresa

Esta edição foi recheada de surpresas: teve queda de potências e zebras na fase de grupos, tropeços de Espanha e Brasil no mata-mata, Marrocos alçando voo e Austrália classificada, além de Dinamarca lanterna de seu grupo.

  • PVC: Marrocos. Ninguém esperava.

  • Casagrande: A campanha de Marrocos, primeira seleção africana a chegar às semis, e a queda da Alemanha ainda na fase de grupos.

  • Renata Mendonça: Brasil não chegar às semifinais da Copa

  • Tayguara Ribeiro: Julián Álvarez, jovem centroavante da Argentina.

  • Juca Kfouri: A maravilhosa torcida marroquina.

  • Luis Curro: Marrocos, a primeira seleção africana a chegar a uma semifinal de Copa do Mundo, derrubando, com força coletiva, Bélgica na fase de grupos e Espanha e Portugal nos mata-matas

  • Marcelo Damato: a ida de Marrocos à semifinal não deve se repetir logo, mas muda o horizonte das equipes africanas. Coreia do Sul e do Japão também mostraram novidade. As três equipes venceram apostando em contra-ataques criativos.

  • Marina Izidro: Marrocos, primeira seleção africana a chegar à semifinal, vencendo Bélgica, Espanha e Portugal.

  • Sandro Macedo: Saindo da obviedade de apontar Marrocos, me surpreendi com Tite deixando a turminha chorando sozinha no gramado após a eliminação; e com a torcida da Argentina, que invadiu o Qatar e abraçou a seleção como poucas vezes me lembro.

O que marcou esta Copa?

Segundo os colunistas, o aspecto mais marcante desta edição foi o político: seleções e torcedores transformaram os estádios em palcos de protestos por diferentes motivos. As controvérsias envolvendo o desrespeito do país-sede a direitos humanos fomentou discussões sobre o assunto.

  • PVC: Aplaudimos os craques Messi, Neymar e Mbappe, sem esquecer que são garotos propaganda do regime qatariano, que não respeita os direitos humanos, especialmente os das mulheres e de homossexuais.

  • Casagrande: As exibições de Messi foram marcantes. Essa é minha sétima Copa do Mundo, e em nenhuma delas vi algo igual. Outro ponto a ressaltar: os manifestos das mulheres iranianas contra a morte da garota Mahsa Amini durante as partidas.

  • Renata Mendonça: As manifestações na torcida, tanto de torcedores com símbolos, camisas e bandeiras pela causa LGBT e também protestos em favor das mulheres iranianas, como a faixa “Women Life Freedom” na arquibancada, marcaram esta edição de Copa, sediada por um país que restringe direitos humanos.

  • Tayguara Ribeiro: A Copa foi marcada por protestos. Jogadores do Irã não cantaram o hino do país em apoio à situação das mulheres iranianas; ingleses se ajoelharam em protesto contra o racismo; alemães taparam a boca em conjunto em ato contra a Fifa, que proibiu manifestações.

  • Juca Kfouri: Algo que marcou a Copa de 2022 foi o contraponto entre a frieza e artificialidade do Qatar e a quentura das torcidas de Marrocos, principalmente, e da Argentina

  • Luis Curro: Um momento marcante foi a bola que todo o mundo viu que saiu do campo, antes de gol decisivo do Japão contra a Espanha, mas que, segundo a arbitragem, não saiu —disseram que a tecnologia permitiu ao VAR enxergar que parte da redonda estava sobre a linha de fundo.

  • Marcelo Damato: Essa foi a Copa dos meio-campistas, dos pontas e dos goleiros. Polivalência passou a ser regra. O jogo ficou mais bruto. A violência foi tolerada pelo apito. O VAR 2.0 resolveu o impedimento. O Brasil foi o de sempre.

  • Marina Izidro: A escolha da sede nunca foi tão criticada como nesta edição, com questões como direitos humanos e combate à homofobia dominando os debates e atletas divididos entre o direito de manifestação e o sonho de jogar uma Copa.

  • Tostão: a TV mostrava o presidente da Fifa, Infantino, sempre sentado sozinho durante os jogos. Em França x Marrocos, ele teve a companhia de Macron. Mesmo assim, continuou na mesma posição, calado, como se o francês não existisse. Será ele o dono da Fifa, do futebol e do mundo?

  • Sandro Macedo: Esta será lembrada como a última Copa de Messi desfilando em alto nível; mas também vai ficar marcada para sempre como a Copa do “não”. Não aos direitos humanos, não aos LGBTQIA+, não às mulheres, não à cerveja. Vai-te Qatar.

link

Na Copa de 2026 vai ter Budweiser, e várias cervejas boas – 17/12/2022 – Copo Cheio

Quando faltavam apenas dois dias para o início da Copa, veio a notícia que caiu como água no chope do consumidor cervejeiro que pensava nos brindes no Qatar: a proibição da venda de cerveja dentro e nos arredores dos estádios.

Era só mais uma de tantas outras restrições no primeiro Mundial no Oriente Médio, mas pegou até a Budweiser, cerveja oficial do evento, desavisada. “Após discussões entre o país anfitrião e a Fifa, uma decisão foi tomada para focar a venda de bebidas alcoólicas na Fan Fest, outros destinos turísticos e pontos autorizados, removendo pontos de venda de cerveja dos perímetros da Copa do Mundo de 2022”, disse comunicado da Fifa.

Até os alemães, que reclamaram loucamente de serem obrigados a vender Budweiser na sua Copa, em 2006, questionaram a decisão em cima da hora.

Mas a boa notícia é que em 2026, “the beer it’s coming home”, como diriam os ingleses. Cerveja mais vendida nos Estados Unidos, a Bud, que pertence ao portfólio da Ambev, tem contrato garantido até o Mundial de 2026, a ser disputado nos Estados Unidos, no Canadá e no México. Alegria garantida para os copeiros de plantão.

Mas por que se contentar só com a Budweiser se você estará diante de um paraíso de malte e lúpulo? Fãs de cervejas artesanais podem passar longe da marca oficial e se refestelar na imensidão de rótulos especiais —pelo menos, fora do estádio.

O Mundial será um parque de diversões lupuladas em cada sede —ao todo, serão 16, incluindo 11 cidades americanas: Vancouver e Toronto (Canadá); Seattle, San Francisco, Los Angeles, Kansas City, Dallas, Atlanta, Houston, Boston, Filadélfia, Miami e Nova York (EUA); e Cidade do México, Guadalajara e Monterrey (México).

Bem, se for pensar na cerveja na hora de escolher um jogo para assistir, a sugestão principal são as californianas São Francisco e Los Angeles, terra de várias american IPAs de respeito, ou, na outra ponta, Nova York e Boston.

San Francisco é a casa da ótima Anchor Brewing, por exemplo, cervejaria que contribuiu para o boom do movimento no país e que era encontrada com frequência por aqui em bares especializados, como o EAP, mas tem estado em falta. Assim como a Sierra Nevada, outra californiana que fazia sucesso.

Outra conhecida cervejaria na região é a Lagunitas, dona de uma india pale ale tradicional, esta, sim, de fácil acesso no Brasil —integra o portfólio da Heineken.

Do outro lado do país, em Nova York, também dá para fazer uma festa cervejeira. A cidade que deve sediar a final da Copa abriga cervejarias como a Brooklyn Brewery, conhecida por aqui. O bairro do Brooklyn ainda é a casa de marcas como a Threes Brewing e a moderninha Grimm Artisanal Ales.

Já em Long Island, tem a descolada Rockaway Brewing, ou o Alewife Taproom, um pub procurado, em que é possível tomar cervejas de outros cantos do mundo.

Se nas cidades da costa oeste será fácil encontrar muitas west coast IPA, do lado leste, em Nova York ou Boston, quem manda são as New England IPA, ou juicy IPA. Aliás, a capital de Massachusetts é o lar de uma das principais artesanais dos Estados Unidos, a Samuel Adams, que vez ou outra dava as caras em São Paulo.

Vamos falar muito ainda das cervejarias americanas nas cidades da próxima Copa, mas já é um alento saber que você vai ter Bud e, melhor, vai ter muito mais que Bud.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

link

Especialista em pênaltis entrar no fim dará errado na Copa – 17/12/2022 – Esporte

Se a final da Copa do Mundo de domingo (18) se tornar a terceira a ir para os pênaltis, os técnicos Didier Deschamps, da França, e o argentino Lionel Scaloni devem evitar a tentação de lançar um “especialista em pênaltis” no final da prorrogação. Isso não costuma funcionar.

O analista de dados Nielsen Gracenote analisou a tendência relativamente recente e descobriu que dos sete jogadores que entraram no final da prorrogação na Copa do Mundo ou na Eurocopa para cobrar um pênalti todos os sete erraram, com cinco de seus times perdendo na disputa de pênaltis.

Isso ocorreu na Copa do Mundo de 2006, quando o técnico da Inglaterra, Sven-Göran Eriksson, decidiu que a experiência do zagueiro Jamie Carragher superava qualquer falha técnica em potencial, mas estava errado.

A experiência se repetiu dez anos depois, na Euro 2016. Foi vista três vezes na Euro do ano passado e duas no atual Mundial.

Parece que o aspecto positivo de trazer um finalizador habilidoso, alguém que o técnico sente que pode lidar com a pressão, é contrabalançado pelo fato de o jogador não tocar na bola por duas horas ou mais, estando a maior parte do tempo sentado.

“Existe algo conhecido como diminuição do aquecimento, que não é tanto sobre a prevenção de lesões, mas o grau de aquecimento que você faria antes de uma habilidade motora”, disse Matt Miller-Dicks, professor sênior de aquisição de habilidades na School of Sport, Health and Exercise Science da Universidade de Portsmouth, à Reuters.

“Há uma análise sobre isso recentemente com a NBA e os lances livres, onde eles descobriram que, onde havia um conjunto de lances livres duplos, a taxa de sucesso para o segundo lance era maior em comparação com o primeiro e, em seguida, igualmente no caso de qualquer lance triplo. A taxa de sucesso aumenta a cada lance sucessivo. Isso aponta para o fato de que, para uma habilidade específica, como uma cobrança de pênalti, se você acabou de entrar como substituto, é menos capaz de realizar uma habilidade motora com a mesma precisão porque está menos preparado.”

Os sete que deram errado

Jamie Carragher, Inglaterra x Portugal, quartas de final da Copa do Mundo de 2006. A Inglaterra perdeu por 3 a 1.

Carragher entrou aos 119 minutos no lugar do ala Aaron Lennon e cobrou o quarto pênalti da Inglaterra depois que ambas as equipes já haviam perdido dois. Carragher precisava marcar para fazer o 2 a 2. Seu chute ruim foi facilmente defendido por Ricardo, e Cristiano Ronaldo marcou o pênalti seguinte para classificar Portugal.

Simone Zaza, Itália x Alemanha, Euro 2016, quartas de final. A Itália perdeu por 6 a 5.

Zaza entrou aos 121 minutos na vaga de Giorgio Chiellini. Batendo o segundo pênalti da Itália depois que ambas as equipes marcaram o primeiro, Zaza deu cerca 15 saltos curtos antes de acertar a bola por cima do travessão. Foram nove pênaltis de cada time antes da vitória da Alemanha.

Rodri, Espanha x Suíça, quartas de final da Euro 2020. A Espanha venceu por 3 a 1.

Rodri entrou aos 119 minutos no lugar de Pedri e cobrou o terceiro pênalti da Espanha, depois que cada time havia perdido um. Rodri disparou para a esquerda de Yann Sommer, mas não longe o suficiente, e o goleiro defendeu.

No entanto, a Suíça perdeu o terceiro e o quarto pênaltis, enquanto a Espanha marcou os dois gols seguintes e venceu por 3 a 1.

Marcus Rashford, Inglaterra x Itália, final da Euro 2020. A Inglaterra perdeu por 3 a 2.

Rashford entrou junto a Jadon Sancho aos 120 minutos nas vagas de Kyle Walker e Jordan Henderson. Com o placar de 2 a 2 na disputa de pênaltis, mas com a Itália perdendo um, a Inglaterra tinha a vantagem. No entanto, Rashford, após uma corrida tímida, acertou o poste esquerdo.

Sancho, Inglaterra x Itália, final da Euro 2020. A Inglaterra perdeu por 3 a 2.

Após a falha de Rashford, a Itália marcou para abrir 3 a 2. Sancho bateu à esquerda de Gianluigi Donnarumma, mas ao alcance do goleiro. A Itália perdeu sua quinta tentativa, o que deixou Bukayo Saka com a chance de manter a disputa de pênaltis, mas a sua batida também foi defendida e a Itália foi campeã europeia.

Pablo Sarabia, Espanha x Marrocos, Copa do Mundo de 2022, oitavas de final. A Espanha perdeu por 3 a 0.

Sarabia substituiu Nico Williams aos 118 minutos e, embora tenha sido uma opção para a disputa de pênaltis, quase definiu a partida ao acertar a trave direita no último chute da prorrogação. Pouco depois, ele cobrou o primeiro pênalti da Espanha, mas acertou o outro poste.

Badr Benoun, Marrocos x Espanha, Copa do Mundo de 2022, oitavas de final. Marrocos venceu por 3 a 0.

Na mesma disputa de pênaltis, Benoun entrou no lugar de Azzedine Ounahi aos 120 minutos. Ele bateu o terceiro pênalti para Marrocos com sua equipe vencendo por 2 a 0, depois que a Espanha perdeu os dois. Seu chute fraco foi facilmente defendido por Unai Simón. Sua decepção durou pouco, no entanto, já que Sergio Busquets errou o terceiro em três para a Espanha, deixando Achraf Hakimi para marcar e enviar o Marrocos para as quartas de final.

link

Argentina ensaia time com 3 zagueiros para a final da Copa – 17/12/2022 – Esporte

Lionel Scaloni não quis confirmar, em sua conferência de imprensa neste sábado (17), qual time vai escalar para a final da Copa do Mundo contra a França.

As duas equipes se enfrentam neste domingo (18), no estádio de Lusail, às 16 horas (de Brasília).

“Daqui a pouco vamos treinar e vocês vão ver. Se não conseguirem ver, alguém vai contar”, brincou, fazendo referência os vazamentos de informações sobre o que acontece nos bastidores da seleção argentina.

No treinamento, realizado na Qatar University, QG do time em Doha, o treinador testou duas formações. A principal indefinição é quanto a presença de Ángel Di María entre os titulares. Mas o meia-atacante, que sofreu sobrecarga muscular e tem ficado como opção no banco de reservas, não está 100%.

Uma das principais preocupações de Scaloni é como conter a velocidade de Mbappé e impedir que a bola chegue a ele nos contra-ataques franceses. Foi a jogada que eliminou a Argentina quando as duas seleções se enfrentaram nas oitavas de final do Mundial de 2018, na Rússia.

Scaloni começou a atividade com o esquema com três zagueiros: Dibu Martínez; Cuti Romero, Otamendi e Lisandro Martínez; Molina, De Paul, Enzo Fernández, MacAllister e Acuña; Lionel Messi e Julián Álvarez.

Na segunda parte da atividade, Scaloni colocou Di María no lugar de Lisandro Martínez, passando do 3-5-2 (ou 5-3-2 sem a bola) para um 4-3-3.

link

Papa argentino abençoa camisa da seleção antes da final – 17/12/2022 – Esporte

O meia argentino Papu Gomez teve a sua camisa abençoada pelo papa Francisco antes da final da Copa do Mundo contra a França.

A camisa foi levada por Giuseppe Riso, empresário do jogador, ao pontífice, no vaticano.

O papa Francisco é argentino e gosta de futebol, esporte que ele diz ser o mais belo do mundo. É torcedor fanático do San Lorenzo e em, diversas ocasiões já citou o clube do coração.

Papu Gomez, 34, teve passagem pelo time do papa, na temporada 2009/2010, antes de ser negociado com o Catania. Atualmente ele joga no espanhol Sevilla.

link

Argentina: técnico Scaloni se emociona na véspera da final – 17/12/2022 – Esporte

Na véspera do maior jogo de sua carreira como treinador, o argentino Lionel Scaloni não conseguiu segurar as lágrimas ao falar do grupo que neste domingo (18) enfrenta a França, às 12h (horário de Brasília), no estádio Lusail na final da Copa do Mundo do Qatar.

“Eu vivo essas horas com tranquilidade. Estávamos conversando com eles [jogadores] e não há mais nada a fazer a não ser agradecê-los. Qualquer argentino faria o mesmo. E isso me emociona porque eles deram tudo”, disse Scaloni, em entrevista ao canal argentino TyC Sports.

“Vamos torcer para coroá-los amanhã e, se isso não acontecer, que todos fiquem orgulhosos. Estou desfrutando. E deixe-os fazer isso também.”

Antes, durante a entrevista coletiva, o treinador também disse estar acompanhando o comportamento da torcida no Qatar e na Argentina. Segundo ele, isso tem mexido com a equipe.

“Vi muitas imagens de pessoas comemorando ou assistindo ao jogo. Não estamos isentos disso, estamos muito emocionados. Futebol é mais que um esporte. As pessoas ficaram felizes durante esta Copa do Mundo e para nós isso é maravilhoso.”

Scaloni não divulgou a equipe, mas disse já ter pronta a formação que vai colocar em campo. “Sabemos onde podemos causar danos ao nosso adversário. Não podemos pensar apenas em sair para vencer todos os duelos. São muitos temperos para analisar bem e tentar não falhar.”

“Os jogos têm que ser disputados minuto a minuto porque podem mudar. Estamos preparados para isso”, completa Scaloni.

Para o argentino, a França não se resume a apenas Mbappé, mas a um conjunto que potencializa o craque. “A França tem um time que supre Mbappé e faz dele um jogador ainda melhor. Ele é um dos grandes jogadores, é jovem e vai continuar melhorando.”

link

Copa do Qatar confirma futebol de alternância e equilíbrio – 17/12/2022 – O Mundo É uma Bola

Argentina e França finalistas. Croácia e Marrocos semifinalistas.

O top 4 da Copa do Qatar reflete o que se tem visto no futebol das seleções no decorrer dos últimos dez anos: alternância de protagonismo, equilíbrio constante e consagrações momentâneas.

Quem busca encontrar uma hegemonia, uma seleção preponderante por um período extenso, presente seguidamente em fases decisivas (semifinal e/ou final) de Copa do Mundo e da principal competição continental, precisa cavoucar, e a conclusão não é assertiva.

A França teve o mérito (enorme) de chegar duas vezes seguidas à decisão da Copa do Mundo –o “timing” dos Bleus (Azuis), em relação à efetividade em campo, é de uma precisão impressionante.

Porém no intervalo entre as edições (Rússia e Qatar), os franceses caíram cedo na Eurocopa multissede, nas oitavas de final, ao perder nos pênaltis para a Suíça, que não é nenhum supertime –tomou uma goleada de Portugal nas oitavas da Copa qatariana.

Portugal esse que, campeão da Eurocopa de 2016 (título inédito, contra a França), parou em Marrocos nas quartas de final depois de ser eliminado nas oitavas do Mundial de 2018 e da Euro de 2021.

Os marroquinos, a maior sensação da primeira Copa no Oriente Médio, donos de feito inédito ao colocarem a África pela primeira vez em uma semifinal, não mostraram quase nada antes, seja a nível mundial, seja a nível continental.

Marrocos não se qualificou para as Copas do Mundo de 2002, 2006, 2010 e 2014 e parou na primeira fase na de 2018. Na Copa das Nações Africanas, o país tem uma única conquista, no distante 1976. No século 21, só uma vez chegou entre os quatro melhores, com o vice-campeonato em 2004.

Das maiores forças africanas na competição continental, o Egito (sete títulos), mesmo com o craque Mohamed Salah, nem sequer se classificou para a Copa do Qatar, e Camarões (cinco troféus) e Gana (quatro) ficaram na fase de grupos.

O desempenho de Marrocos obviamente deve ser acompanhado daqui em diante, mas a campanha no Qatar parece um ponto fora da curva.

Voltando à Europa, a Croácia, tida por alguns como nova potência futebolística –finalista em 2018 e semifinalista agora–, falhou seguidamente no Campeonato Europeu. Nos dois mais recentes, não passou do primeiro mata-mata.

Campeã no Mundial de 2014, no Brasil, a Alemanha ameaçou fazer bonito depois, emplacando uma semifinal de Eurocopa, em 2016. Ficou na ameaça.

Tanto na Copa de 2018 como na de 2022, os alemães deixaram vergonhosamente a competição, na primeira fase. Na Euro-2021, pararam nas oitavas.

Tetracampeã mundial como a Alemanha, a Itália viveu uma gangorra. Finalista da Eurocopa-2012, caiu na primeira fase da Copa de 2014.

Pareceu estar melhorando ao chegar às quartas de final da Euro-2016, porém não se classificou para o Mundial de 2018. Reagiu, faturou a Eurocopa no ano passado, os ânimos foram às alturas e… ficou fora do Mundial de 2022.

Se há alguma lógica no futebol, ela não é contínua. Há algumas boas decolagens, para depois ser verificada perda de a(l)titude. Há indicativos de dominância, mas elas custam a se concretizar. Os encantos até existem, mas são geralmente efêmeros.

Na América do Sul, o Chile, depois de só ser superado nos pênaltis pelo Brasil na Copa em solo brasileiro, nas oitavas de final em 2014, ganhou duas Copas Américas seguidas (2015 e 2016).

Era “a” seleção do subcontinente. Viveu seus momentos de glória, porém eles passaram rapidamente –os chilenos não se qualificaram nem para o Mundial de 2018 nem para o de 2022.

O Brasil, maior campeão em Copas do Mundo (cinco vezes), tem engasgado torneio após torneio.

Até faturou a Copa América de 2019, em casa, e essa foi a sua taça de maior relevo de dez anos para cá. Chegou à decisão da mesma competição em 2021, de novo em território brasileiro, mas perdeu. Nas edições de 2015 e 2016, nem semifinalista foi.

Já em Copa do Mundo, o Brasil semifinalista foi. Em 2014. Em casa. Resultado: 7 a 1 para a Alemanha.

Posteriormente, na Rússia-2018 e no Qatar-2022, derrotas nas quartas de final –doídas, não merecidas, mas derrotas, e nada de top 4.

E a Argentina? É uma exceção que confirma a regra.

Na Copa do Mundo, finalista em 2014 e em 2022. Na Copa América, campeã em 2021 (encerrando um jejum de 28 anos no torneio), vice-campeã em 2015 e em 2016, semifinalista em 2019.

Nada mau. É a seleção que de dez anos para cá mais se aproxima de um hipotético “topo de prateleira” no futebol mundial.

Só que a equipe alviceleste teve um tropeço considerável, o no Mundial de 2018. Nele, Messi e companhia pararam no primeiro mata-mata, o de oitavas, diante dos franceses.

Fora do top 4 dessa Copa, a Argentina deixou de se encaixar no papel de protagonista permanente, na posição de quem “chega sempre”, além de ter no histórico recente menos conquistas do que reveses.

Confira a seguir o desempenho de 2013 a 2022 de seleções em Copa do Mundo, Eurocopa, Copa América e Copa da África.

Europa

  • Alemanha: Copa-2014 (campeã), Eurocopa-2016 (semifinal), Copa-2018 (primeira fase), Eurocopa-2021 (oitavas de final), Copa-2022 (primeira fase)
  • Bélgica: Copa-2014 (quartas de final), Eurocopa-2016 (quartas de final), Copa-2018 (semifinal), Eurocopa-2021 (quartas de final), Copa-2022 (primeira fase)
  • Croácia: Copa-2014 (primeira fase), Eurocopa-2016 (oitavas de final), Copa-2018 (vice-campeã), Eurocopa-2021 (oitavas de final), Copa-2022 (semifinal)
  • Espanha: Copa-2014 (primeira fase), Eurocopa-2016 (oitavas de final), Copa-2018 (oitavas de final), Eurocopa-2021 (semifinal), Copa-2022 (oitavas de final)
  • França: Copa-2014 (quartas de final), Eurocopa-2016 (vice-campeã), Copa-2018 (campeã), Eurocopa-2021 (oitavas de final), Copa-2022 (final)
  • Holanda: Copa-2014 (semifinal), Eurocopa-2016 (não se classificou), Copa-2018 (não se classificou), Eurocopa-2021 (oitavas de final), Copa-2022 (quartas de final)
  • Inglaterra: Copa-2014 (primeira fase), Eurocopa-2016 (oitavas de final), Copa-2018 (semifinal), Eurocopa-2021 (vice-campeã), Copa-2022 (quartas de final)
  • Itália: Copa-2014 (primeira fase), Eurocopa-2016 (quartas de final), Copa-2018 (não se classificou), Eurocopa-2021 (campeã), Copa-2022 (não se classificou)
  • Portugal: Copa-2014 (primeira fase), Eurocopa-2016 (vice-campeão), Copa-2018 (oitavas de final), Eurocopa-2021 (oitavas de final), Copa-2022 (quartas de final)

América do Sul

  • Argentina: Copa-2014 (vice-campeã), Copa América-2015 (vice-campeã), Copa América-2016 (vice-campeã), Copa-2018 (oitavas de final), Copa América-2019 (semifinal), Copa América-2021 (campeão), Copa-2022 (final)
  • Brasil: Copa-2014 (semifinal), Copa América-2015 (quartas de final), Copa América-2016 (primeira fase), Copa-2018 (quartas de final), Copa América-2019 (campeão), Copa América-2021 (vice-campeão), Copa-2022 (quartas de final)
  • Chile: Copa-2014 (oitavas de final), Copa América-2015 (campeão), Copa América-2016 (campeão), Copa-2018 (não se classificou), Copa América-2019 (semifinal), Copa América-2021 (quartas de final), Copa-2022 (não se classificou)
  • Colômbia: Copa-2014 (quartas de final), Copa América-2015 (quartas de final), Copa América-2016 (quartas de final), Copa-2018 (oitavas de final), Copa América-2019 (quartas de final ), Copa América-2021 (semifinal), Copa-2022 (não se classificou)
  • Peru: Copa-2014 (não se classificou), Copa América-2015 (semifinal), Copa América-2016 (semifinal), Copa-2018 (primeira fase), Copa América-2019 (vice-campeão), Copa América-2021 (semifinal), Copa-2022 (não se classificou)

África

  • Marrocos: Copa-2014 (não se classificou), Copa da África-2013 (primeira fase), Copa da África-2015 (não participou), Copa da África-2017 (quartas de final), Copa-2018 (primeira fase), Copa da África-2019 (oitavas de final), Copa da África-2021 (quartas de final), Copa-2022 (semifinal)

link

Final reúne dois candidatos a Pelé – 17/12/2022 – PVC

Mbappé saltou nos ombros de Giroud e levantou o braço esquerdo, com o punho cerrado, enquanto passava o direito em torno do pescoço do centroavante.

Tinha acabado de marcar, nos 3 a 1 contra a Polônia.

A imagem é igual à de Pelé comemorando o primeiro gol da final de 1970 saltando sobre Jairzinho. Únicas diferenças: o Rei tinha o punho direito fechado; sua festa foi na finalíssima.

A primeira página do jornal francês L’Equipe, de sábado (17), tem os dois retratos, lado a lado.

Messi tem outra foto, muito parecida, festejando um dos quatro gols do Barcelona sobre o Sevilla, triunfo por 4 a 2, em 2019. O gênio argentino saltou sobre o francês Dembelé, seu rival na decisão deste domingo (18), em Doha.

A fotografia original da comemoração do Rei com Jairzinho, do centésimo gol do Brasil em Copas, o primeiro da final contra a Itália, é do alemão Sven Simon. Dizem que não foi um repórter-fotográfico, mas um escultor.

Mbappé e Messi têm suas obras de arte nesta Copa do Mundo. A maneira como o francês observou o posicionamento do goleiro polonês Szczesny, esperou o que faria e jogou a bola no ângulo, nas quartas-de-final.

Ou Messi, ao levar o zagueiro croata Gvardiol até a linha de fundo, como Al Pacino conduzindo Gabrielle Anwar ao dançar o tango “Por una cabeza”, no filme “Perfume de Mulher”. O fim da dança foi o passe para Julián Álvarez marcar o 3 a 0.

O zagueiro Diallo, com quem Mbappé jogou no Monaco e no Paris Saint-Germain, contou ter escutado do camisa 10 da França elogios rasgados a Cristiano Ronaldo, a quem considera o melhor de todos os tempos. Há uma imagem belíssima de Mbappé com expressão de choro, ao receber a camisa de Cristiano, depois do empate por 2 a 2 entre franceses e portugueses, na Eurocopa.

Mbappé não conseguirá espalhar sua certeza sobre a superioridade de Cristiano Ronaldo, se não vencer Messi. Se ganhar, será o primeiro jogador, desde Pelé, bicampeão mundial antes dos 24 anos –o Rei fez isso aos 21.

As comparações não param. Aos 23 anos, Mbappé marcou 9 gols em 12 jogos de Copas, mais do que Pelé na mesma idade. Só que o brasileiro produziu suas sete esculturas em apenas seis partidas. Messi tem oito assistências e está empatado com Maradona, recordistas em Mundiais, neste critério.

Acontece que esta estatística só está disponível a partir de 1966 e Pelé deu dois passes para gols de Vavá, na Suécia, em 1958.

A realeza esteve presente em quase tudo nesta Copa. Seu estado de saúde preocupou a Fifa e os torcedores, que levaram homenagens aos estádios. O desempenho impressionante de Messi e Mbappé desperta até agora as comparações, a ponto da reprodução de imagens quase idênticas do camisa 10 da França, festejando com Giroud, na mesma posição em que o Rei comemorou com Jairzinho.

Ser Rei é completar 82 anos de vida e ouvir, por 64 deles, que Di Stéfano pode ter sido melhor, Cristiano Ronaldo mais goleador, Cruyff mais cerebral, Maradona mais genial, Messi, Mbappé e…

E a comparação é sempre com Pelé.

Isto é ser rei.

De tudo o que se transforma, só o que não perde o sentido é a qualidade. Não tem Tiktok, nem bate-boca caça-clique em redes sociais que substitua o protagonismo de três gênios, capturados por uma criação de 1826: a fotografia.

As três imagens quase iguais, com os sorrisos pós-gol de Messi, Mbappé e Pelé, serão eternas.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

link

Juca Kfouri: Mais uma final de Copa do Mundo – 17/12/2022 – Juca Kfouri

Das dez Copas do Mundo em que estive, deixei de ver, no estádio, duas decisões: a de 1986, no México, e a de 2006, na Alemanha.

Explico: a entre Argentina e Alemanha deixei de lado porque, vítima do chamado Mal de Montezuma antes da eliminação do Brasil pela França, nos pênaltis, estava fraco física e psicologicamente. Preferi voltar e ver na TV.

Em 2006, entre Itália e França, não consegui ingresso e vi no hotel.

A de 1982, quando a Itália ganhou da Alemanha, e virou tricampeã, vi ainda lamentando por Sarriá. A festa era dos outros.

Em 1990, em Roma, quem comemorou foram os alemães, fruto de pênalti inexistente contra a Argentina.

Já em 1994, no primeiro tetra em jogo, deu Brasil, em jogo horroroso e cobranças de pênalti não menos dos italianos, na Califórnia. Enfim, de corpo presente, comemorei.

Como estava no Stade de France, em 1998, para testemunhar o massacre francês ao som da Marselhesa sobre a traumatizada seleção brasileira.

Em 2002, quando o Brasil voltou a ganhar e virar pentacampeão, vi em casa mesmo, porque preferi sentir a Copa no Brasil, de madrugada, dados os horários asiáticos.

Até então, tirante, é claro, as três decisões com brasileiros, não tive preferência nem torci para ninguém.

Por compaixão, em 2010, na África do Sul, desejei ver a Holanda ser campeã pela primeira vez, mas a Espanha levou a melhor. Tudo bem, Iniesta e Xavi mereceram.

No Maracanã, em 2014, queria muito ver a Argentina campeã, mesmo que ouvisse de todos o alerta sobre a gozação dos hermanos se vencessem em pleno Rio.

Ora, não padeço da Síndrome de Berlim, nem da de Estocolmo, para torcer por quem nos havia enfiado 7 a 1 e nos submetido a maior humilhação esportiva de todos os tempos.

Em vão, deu Alemanha.

Finalmente, em 2018, em Moscou, entre França e Croácia fiquei com o mais fraco e me dei mal, de novo.

Acho que torcerei pela França, neste domingo (18), porque… quero ver Lionel Messi levantar a taça

Não que Mpabbé e Griezmann não mereçam porque merecem é muito. Mas ninguém como Messi.

Primeiramente porque os dois franceses já foram, quatro anos atrás, e Messi ainda não, além de ter sua derradeira chance.

Kylian Mpabbé, 23 anos, tem, no mínimo, mais duas Copas, se não três, com 34 anos, um a menos do que o argentino tem hoje.

Além do mais, ninguém cometerá a heresia de botar em dúvida a capacidade extraordinária do franco-camaronês, o que provavelmente alguém fará em relação a Lionel Messi caso não ganhe o título.

Respeitemos, pois, a ordem natural das coisas, embora o futebol não seja exatamente um esporte chegado a tal racionalidade.

O jogo no estádio Lusail é de fato imprevisível e tem tudo para ser sensacional, duelo ao cair da tarde, ou ao subir da noite, neste Qatar onde o sol se põe antes das 17 horas em dezembro.

Sem a concorrência do astro-rei, quem brilhará mais, Messi ou Mpabbé?

Enfim, em minha oitava final presencial, é triste constatar que só por duas vezes vi o Brasil em decisões, uma com vitória depois de 120 minutos terríveis e sem gols, e outra na acachapante derrota por 3 a 0 para os franceses.

Arrentina, Arrentina!

Janio de Freitas

Já contei aqui e repito: quando vim para esta Folha, em 1995, seu Frias pesou no vaticínio: “Será o nosso Janio de Freitas no esporte”.

Não fui, não sou, não serei.

Quem nasceu para ser eu jamais será Janio de Freitas.

No mais, é como escreveu Cristina Serra.

link