Ano: 2022

Juca Kfouri: Mais uma final de Copa do Mundo – 17/12/2022 – Juca Kfouri

Das dez Copas do Mundo em que estive, deixei de ver, no estádio, duas decisões: a de 1986, no México, e a de 2006, na Alemanha.

Explico: a entre Argentina e Alemanha deixei de lado porque, vítima do chamado Mal de Montezuma antes da eliminação do Brasil pela França, nos pênaltis, estava fraco física e psicologicamente. Preferi voltar e ver na TV.

Em 2006, entre Itália e França, não consegui ingresso e vi no hotel.

A de 1982, quando a Itália ganhou da Alemanha, e virou tricampeã, vi ainda lamentando por Sarriá. A festa era dos outros.

Em 1990, em Roma, quem comemorou foram os alemães, fruto de pênalti inexistente contra a Argentina.

Já em 1994, no primeiro tetra em jogo, deu Brasil, em jogo horroroso e cobranças de pênalti não menos dos italianos, na Califórnia. Enfim, de corpo presente, comemorei.

Como estava no Stade de France, em 1998, para testemunhar o massacre francês ao som da Marselhesa sobre a traumatizada seleção brasileira.

Em 2002, quando o Brasil voltou a ganhar e virar pentacampeão, vi em casa mesmo, porque preferi sentir a Copa no Brasil, de madrugada, dados os horários asiáticos.

Até então, tirante, é claro, as três decisões com brasileiros, não tive preferência nem torci para ninguém.

Por compaixão, em 2010, na África do Sul, desejei ver a Holanda ser campeã pela primeira vez, mas a Espanha levou a melhor. Tudo bem, Iniesta e Xavi mereceram.

No Maracanã, em 2014, queria muito ver a Argentina campeã, mesmo que ouvisse de todos o alerta sobre a gozação dos hermanos se vencessem em pleno Rio.

Ora, não padeço da Síndrome de Berlim, nem da de Estocolmo, para torcer por quem nos havia enfiado 7 a 1 e nos submetido a maior humilhação esportiva de todos os tempos.

Em vão, deu Alemanha.

Finalmente, em 2018, em Moscou, entre França e Croácia fiquei com o mais fraco e me dei mal, de novo.

Acho que torcerei pela França, neste domingo (18), porque… quero ver Lionel Messi levantar a taça

Não que Mpabbé e Griezmann não mereçam porque merecem é muito. Mas ninguém como Messi.

Primeiramente porque os dois franceses já foram, quatro anos atrás, e Messi ainda não, além de ter sua derradeira chance.

Kylian Mpabbé, 23 anos, tem, no mínimo, mais duas Copas, se não três, com 34 anos, um a menos do que o argentino tem hoje.

Além do mais, ninguém cometerá a heresia de botar em dúvida a capacidade extraordinária do franco-camaronês, o que provavelmente alguém fará em relação a Lionel Messi caso não ganhe o título.

Respeitemos, pois, a ordem natural das coisas, embora o futebol não seja exatamente um esporte chegado a tal racionalidade.

O jogo no estádio Lusail é de fato imprevisível e tem tudo para ser sensacional, duelo ao cair da tarde, ou ao subir da noite, neste Qatar onde o sol se põe antes das 17 horas em dezembro.

Sem a concorrência do astro-rei, quem brilhará mais, Messi ou Mpabbé?

Enfim, em minha oitava final presencial, é triste constatar que só por duas vezes vi o Brasil em decisões, uma com vitória depois de 120 minutos terríveis e sem gols, e outra na acachapante derrota por 3 a 0 para os franceses.

Arrentina, Arrentina!

Janio de Freitas

Já contei aqui e repito: quando vim para esta Folha, em 1995, seu Frias pesou no vaticínio: “Será o nosso Janio de Freitas no esporte”.

Não fui, não sou, não serei.

Quem nasceu para ser eu jamais será Janio de Freitas.

No mais, é como escreveu Cristina Serra.

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Copa: Confira as principais marcas de finais de Mundiais – 17/12/2022 – Esporte

Final. Eis o jogo mais esperado entre os 64 da Copa do Mundo.

Argentina e França duelarão neste domingo (18) para definir quem será tricampeão mundial, ficando atrás somente de Brasil (pentacampeão), Alemanha e Itália (ambos tetracampeões).

O jogo no estádio Lusail, às 12h (de Brasília), terá como principal atração o confronto Mbappé x Messi, que dividem a artilharia do Mundial qatariano com cinco gols cada um.

Mas há muito mais a prestar atenção nesta decisão. Marcas de outras Copas, positivas ou não, serão igualadas ou superadas?

Vale acompanhar atentamente se argentinos e/ou franceses, os protagonistas de agora, serão capazes disso.

MAIS GOLS EM UMA FINAL – JOGADOR

O inglês Geoff Hurst marcou três gols na decisão contra a Alemanha em 1966, no estádio de Wembley, em Londres. O atacante anotou uma vez no primeiro tempo e duas na prorrogação no triunfo do English Team por 4 a 2.

MAIS GOLS EM MAIS DE UMA FINAL – JOGADOR

Três jogadores somam três gols em decisões de Copa. Vavá marcou dois em 1958 e um em 1962; Pelé, dois em 1958 e um em 1970; Zidane, dois em 1998 e um em 2006. Os franceses Mbappé e Griezmann fizeram um gol cada um em 2018 e podem tentar igualar ou bater esse recorde.

GOL EM MAIS DE UMA FINAL – JOGADOR

Além dos citados no tópico anterior (Vavá, Pelé e Zidane), o alemão Paul Breitner balançou as redes em duas finais diferentes de Copa: na de 1974, quando a Alemanha superou em casa a Holanda, e na de 1982, na derrota para a Itália.

MAIS GOLS EM UMA FINAL – EQUIPE

Essa marca pertence à seleção brasileira de 1958, Na decisão do Mundial, a equipe comandada pelo treinador Vicente Feola vazou o goleiro Svensson, da anfitriã Suécia, cinco vezes. Marcaram para o Brasil Vavá (2), Pelé (2) e Zagallo.

MAIS GOLS EM UMA FINAL – TOTAL

Na Copa de 1958, no estádio Rasunda, em Solna (Suécia), brasileiros e suecos balançaram conjuntamente as redes sete vezes. O Brasil ganhou por 5 a 2 para faturar sua primeira Copa do Mundo na decisão de Mundial mais artilheira até hoje.

MAIOR DIFERENÇA DE GOLS EM UMA FINAL

A seleção brasileira esteve em campo nas três ocasiões em que isso aconteceu, ganhando as duas primeiras e perdendo a última: Brasil 5 x 2 Suécia (Suécia-1958), Brasil 4 x 1 Itália (México-1970) e França 3 x 0 Brasil (França-1998).

MENOS GOLS EM UMA FINAL

Brasil e Itália fizeram em 1994, nos EUA, a única final de Copa sem abertura de contagem no tempo normal e na prorrogação. Depois do 0 a 0 em 120 minutos mais acréscimos, a seleção canarinho bateu a Squadra Azzurra nos pênaltis por 3 a 2.

GOL MAIS RÁPIDO EM UMA FINAL

Cobrando pênalti com força e no meio do gol, o holandês Johan Neeskens silenciou o estádio Olímpico de Munique ao fazer 1 a 0 com 1min22s de jogo. A Alemanha Ocidental, entretanto, virou a partida e ganhou por 2 a 1.

MAIOR NÚMERO DE EXPULSÕES EM UMA FINAL

Na decisão da Copa de 1990, na Itália, jogo bastante tenso entre Alemanha e Argentina, o time sul-americano teve dois jogadores expulsos no segundo tempo: o zagueiro Monzón, aos 25min, e o atacante Dezotti, aos 42min.

MAIOR NÚMERO DE CARTÕES EM UMA FINAL

O árbitro inglês Howard Webb mostrou 14 cartões em Espanha 1 x 0 Holanda na decisão do Mundial da África do Sul, em 2010. Foram nove para os holandeses, incluindo o vermelho para o zagueiro Heitinga, e cinco para os espanhóis.

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VAR vira protagonista e alvo de reclamações na Copa – 17/12/2022 – Esporte

Polêmico desde a sua implantação no futebol, em 2018, o VAR foi um dos protagonistas no Qatar, na segunda Copa do Mundo em que foi utilizado. Mas, diferentemente da Rússia, quatro anos atrás, desta vez ele foi anunciado com mais tecnologia, porém os questionamentos foram os mesmos.

Por ironia, logo o primeiro gol da Copa do Mundo foi anulado pelo VAR. No jogo entre Equador e Qatar, aos 3 minutos do primeiro tempo, Enner Valencia pegou o rebote em uma cobrança de falta e cabeceou a bola para o gol, o que abriria o placar do Mundial.

O árbitro italiano Daniele Orsato confirmou o gol, mas depois houve a revisão do VAR, comandado pelo também italiano Massimiliano Irrati, que apontou impedimento de Estrada, que estava na jogada. O Equador venceu o jogo por 2 a 0, mas saiu reclamando do tento anulado.

Várias outras seleções reclamaram de lances em que interpretações do VAR teriam alterado o andamento do jogo ou até mesmo o seu resultado, como a derrota por 1 a 0 da França para a Tunísia, no dia 30 de novembro, no estádio Cidade da Educação, pela última rodada da fase de grupos. Para sorte dos franceses, a seleção já estava classificada para as oitavas de final.

Aos 52 minutos do segundo tempo, após uma bola cruzada na área, o zagueiro tunisiano Talbi desviou de cabeça e ela foi para os pés de Griezmann, que bateu para o fundo da rede. O VAR acionou o árbitro neozelandês Mark Conger, que voltou atrás e anulou o gol, anotando impedimento do francês.

“Para muitos, é um segundo lance, então não tem impedimento. Nesta Copa do Mundo, eles interpretaram que esse segundo lance é impedimento por causa de uma orientação que os árbitros tiveram. O zagueiro cabeceou errado, foi uma segunda jogada. Não pode uma orientação se sobrepor à lei do jogo”, diz o ex-árbitro Arnaldo Cezar Coelho, que apitou a final da Copa do Mundo de 1982.

Neste Mundial, a aposta da Fifa como nova tecnologia foi o impedimento semiautomático. A promessa era que resolveria os lances com mais velocidade, o que não aconteceu logo na primeira intervenção, já que houve uma demora de dois minutos de análise do gol anulado do Equador.

“É um software com inúmeras câmeras no campo. Mas tem uma falha, que é quando ele vê o lance. Não explica didaticamente, não tem uma imagem da lateral do campo todo. Ele mostra se o jogador está ou não em impedimento isoladamente”, diz Arnaldo.

No impedimento semiautomático, as bolas contam com um sensor instalado em seu centro, que permite conferir em que momento houve o contato do jogador com a bola. O estádio conta com no mínimo 12 câmeras conectadas ao sistema. Elas rastreiam a posição de cada jogador em campo e 29 possíveis pontos de contato do corpo do atleta com a bola.

Se houver irregularidade no lance, a sala do VAR é acionada e um auxiliar faz a conferência do lance. Após a checagem o VAR comunica o árbitro.

Para Arnaldo, a forma como foi desenvolvido o software acaba com a “mesma linha” nos lances de impedimento.

“A regra diz que a mesma linha não é impedimento. Mas a linha do software tem um ou dois centímetros de largura. Como é que em um campo de futebol, onde todas as linhas demarcatórias do campo têm 12 centímetros, podem permitir que um software coloque uma linha de um centímetro? Nunca vai ter a mesma linha.”

No jogo entre Argentina e Arábia Saudita, onde ocorreu a maior zebra da Copa, com vitória saudita por 2 a 1, os argentinos tiveram três gols anulados no primeiro tempo. “Até hoje não me convenci em um deles. A imagem não é esclarecedora”, diz o ex-árbitro.

O sensor da bola foi crucial também no lance mais polêmico na Copa, o segundo gol do Japão na vitória por 2 a 1 sobre a Espanha. Apesar de a Fifa ter divulgado imagens para provar que a bola não estava totalmente fora de campo quando Mitomo fez o cruzamento para Nakata tocar para o gol, as imagens pouco convencem.

A explicação da Fifa foi que o sensor da bola não indicou que ela havia saído antes do toque de Mitomo, portanto era lance legal.

Outro ponto criticado foi a falta de bom senso da Fifa na escala dos árbitros. Na eliminação de Portugal diante de Marrocos pelas quartas de final, por exemplo, os jogadores portugueses deixaram o campo reclamando do árbitro argentino Facundo Tello.

Para Arnaldo, a entidade deveria ter tido um pouco mais e cuidado. “Não pode escalar um juiz argentino nas oitavas com a Argentina jogando as oitavas. Não pode escalar um juiz brasileiro para apitar Inglaterra e França com o Brasil nas quartas”.

“Falam ‘isso prova a idoneidade’. Não, é que eles não estão na pele do juiz. O juiz sente, o subconsciente age sobre o consciente, ele é humano. Essa é uma pressão invisível. O que fizeram com esses árbitros e com o brasileiro foi uma covardia”, completa Arnaldo.

E, segundo o ex-árbitro, essa pressão influenciou no desempenho de Wilton Pereira Sampaio na partida entre ingleses e franceses —o brasileiro foi criticado pelas duas seleções. “A atuação dele no jogo entre Inglaterra e França não foi tão boa como as três primeiras.”

A Copa do Mundo do Qatar também marcou a estreia de uma arbitragem feminina em um Mundial masculino. A francesa Stéphanie Frappart apitou o jogo entre Alemanha e Costa Rica, tendo como assistentes a mexicana Karen Díaz e a brasileira Neuza Back. Foi a única partida com o trio.

“Poderiam ter dado mais espaço a elas. Se a moça [Stéphanie] foi para a Copa, é porque é boa. A bandeirinha brasileira [Neuza Back] é melhor que muitos que tão ali”, diz Coelho.

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Cinco pontos para entender a paixão argentina pelo futebol – 16/12/2022 – Esporte

A Argentina prende a respiração e vive com o coração batendo forte a final da Copa do Mundo de 2022, com a Alviceleste enfrentando a França pelo terceiro título mundial.

A paixão dos argentinos pelo futebol vem de berço e se agiganta com as crianças. É um sentimento compartilhado, às vezes inexplicável. Aqui estão cinco aspectos para entendê-lo.

1 – No começo era o futebol

A gênese do futebol na Argentina remonta a meados do século 19, quando o esporte foi introduzido por marinheiros ingleses no porto de Buenos Aires. Os crioulos, surpresos, chamavam aqueles que corriam atrás de uma bola de “os ingleses malucos”. Ingleses, galeses, escoceses e irlandeses fundaram clubes próximos às estações ferroviárias que eles mesmos construíram.

A Associação de Futebol Argentina (AFA) foi a primeira federação criada na América do Sul, em 1893, e a oitava no mundo.

Os crioulos dominaram o futebol. Eles trocaram a predominância da força física por uma marca baseada na habilidade, sagacidade, magia, malícia, astúcia e drible. Assim se forjou uma identidade que é vista até hoje em Lionel Messi, Rodrigo de Paul, Julián Álvarez e Ángel Di María.

“Na Argentina, o futebol foi construído como parte de uma sociabilidade possível com território (o bairro), através dos clubes. Essa é a sua magnitude. Existe uma memória coletiva e pessoal que é compartilhada e opera atualmente”, disse à AFP o pesquisador e doutor em comunicação Juan Branz.

2 – Vários ídolos e um deus

Em seguida, o povo se identificou com ídolos que representavam esse futebol diferente. Assim foram criadas lendas com Vicente Zito, Natalio Perinetti, Francisco Varallo e Luis Monti, que liderou uma lista de argentinos naturalizados italianos que deram à Itália seu primeiro título mundial, em 1934. Aqueles grandes jogadores deslumbraram o célebre cantor e compositor de tangos Carlos Gardel, que os acompanhava de perto nos campos.

Outras figuras de destaque ao longo dos tempos foram Ángel Labruna, José Manuel Moreno, Tucho Méndez, Amadeo Carrizo, Ubaldo Fillol, Daniel Passarella, Mario Kempes, René Housemann, Gabriel Batistuta e Román Riquelme. No Olimpo das lendas só tinha chegado o símbolo histórico da Alviceleste: Diego Maradona. Agora, Lionel Messi se junta a ele.

“Messi entrou com Diego no coração dos torcedores. Demonstrou ter qualidades de um líder com seu discurso de vestiário antes da conquista da Copa América em 2021. Além de ser o melhor jogador do mundo, é uma grande pessoa, um cara muito querido. Muita gente está feliz pela Argentina, mas também por Messi. Os que duvidavam, o incorporaram em seu coração”, afirmou à AFP o historiador Felipe Pigna.

3 – Torcedores apaixonados

As torcidas geraram uma mística de arquibancada que se expandiu a todo o mundo. Os hits argentinos se tornaram famosos nas Copas. “Muchachos”, com a música da banda de ska e rock La Mosca, para o Mundial de 2022, é cantado por 40 mil torcedores nos estádios do Qatar e por milhões em praças, bares e parques na Argentina.

A identificação com um clube costuma vir de berço, e dessa escolha praticamente ninguém se arrepende.

O escritor, professor e jornalista Ariel Scher definiu assim: “Podemos citar o escritor Roberto Fontanarrosa, a quem ouvi dizer que uma das razões pelas quais o futebol nos fascina é porque quando o camisa 4 do seu time cobra um lateral, é impossível que você esteja pensando que não pagou a conta de luz. O futebol é um jogo e é uma identidade, e quando acontece, você não pensa em outra coisa”.

Mas também há grupos violentos, uma questão pendente, apesar das medidas que foram tomadas, que incluem a proibição da torcida visitante nos estádios desde 2013. Para esta Copa do Mundo, as autoridades elaboraram uma lista de 6.500 argentinos que foram proibidos de entrar no Qatar.

4 – Duas Copas

A Alviceleste conquistou sua primeira Copa do Mundo jogando em casa, em 1978, ao vencer a Holanda na final (3 a 1), no auge de Mario Kempes. A segunda veio no México, em 1986, derrotando a Alemanha (3 a 2), a glória de Maradona.

Perdeu as finais de 1930 para o anfitrião Uruguai (4 a 2), e para a Alemanha em 1990 (1 a 0) e 2014 (1 a 0). Além disso, são 15 títulos de Copa América, a maior campeã ao lado do Uruguai.

5 – Obelisco, bandeira e festa

O Obelisco, no meio da avenida 9 de Julho, é um emblema de Buenos Aires e, desde 1978, o ponto de encontro para as comemorações futebolísticas.

Com 140 metros de largura, a avenida inaugurada em 1937 e inspirada na Champs-Élysées de Paris é um convite para a concentração de pessoas. Mas o escritor Matías Bauxo explicou que o local se transformou em destino natural para os torcedores durante o Mundial de 1978, em plena ditadura, quando os jogos eram transmitidos a cores nos cinemas da perpendicular rua Corrientes.

Em Rosario, cidade de Messi e Di María, as vitórias da Argentina são comemoradas ao redor do Monumento à Bandeira, erguido às margens do rio Paraná, onde o general Manuel Belgrano a içou pela primeira vez em 1812.

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Marrocos e Croácia têm motivações para jogo de 3º da Copa – 16/12/2022 – Esporte

O confronto pelo terceiro lugar em Copas do Mundo sempre provocou a discussão da sua real necessidade, uma vez que as seleções que o disputam vêm de derrotas nas semifinais e, muitas vezes, os jogadores vão a campo sem o ânimo habitual. Mas o duelo entre Marrocos e Croácia, às 12h (de Brasília) deste sábado (17), no Qatar, deve ser diferente.

As duas nações chegam à partida com motivos de sobra para darem às torcidas um grande espetáculo no estádio Khalifa Internacional, em Doha.

Do lado croata, o grande incentivo é proporcionar ao meia e capitão Luka Modric a oportunidade de encerrar sua última Copa novamente no pódio, após o vice-campeonato no Mundial da Rússia, em 2018.

Aos 37 anos, o craque, eleito melhor jogador do mundo pela Fifa em 2018, ainda não anunciou se vai se aposentar da seleção, mas o seu treinador, Zlatko Dalic, espera convencê-lo a continuar até a Eurocopa de 2024, na Alemanha.

“Espero que ele esteja lá. Eu realmente acho que ele estará presente. Luka vai decidir por si mesmo, dependendo de onde ele estiver no futebol, na seleção. Claro, é uma decisão apenas dele”, disse Dalic, um dia depois da derrota para a Argentina nas semifinais, na quarta-feira (14).

“Será uma pena para todos os torcedores do mundo se Luka disser adeus à seleção. Ele exibiu um futebol tão bom e mostrou que é um profissional de ponta. É difícil para ele. e para mim também, se ele decidir não continuar”, acrescentou.

A vontade demonstrada por Modric ao longo do Mundial também é encarada pelo treinador marroquino, Walid Regragui, como um dos obstáculos para sua equipe ficar em terceiro no Qatar.

“Tiro o chapéu para Modric. O que ele está fazendo aos 37 anos é monumental. Ele foi o vencedor da Bola de Ouro e eu entendo perfeitamente o porquê”, disse o comandante. “Não sei se é o último jogo de Modric, ele é um guerreiro competitivo e vai querer terminar sua Copa do Mundo em grande estilo. Quando ele quer terminar em grande estilo, devemos ser cautelosos”, finalizou.

Já com um resultado histórico, por ser o primeiro país africano e falante de árabe a chegar às semifinais da Copa do Mundo, Marrocos também demonstra muita fome para vencer o último duelo e terminar na terceira colocação.

Regragui afirma que ele e seus jogadores gostariam de disputar o histórico sétimo jogo em Mundiais no domingo, na decisão, mas reconhece que terminar em terceiro também é muito importante para o futebol do país, o que deixaria os fãs orgulhosos.

“O Marrocos disputou seis partidas da Copa do Mundo em 20 anos e agora jogamos seis partidas em um mês, isso não tem preço. É como se tivéssemos jogado duas Copas do Mundo ou até mais, isso é lindo do ponto de vista da experiência”, destacou o treinador.

Tanto Dalic quanto Regragui esperam um confronto acirrado neste sábado. Muito mais do que o da fase de grupos, quando empataram sem gols e, no fim, os dois seguiram às oitavas de final, eliminando a até então favorita Bélgica e o Canadá.

“Será um adversário mais difícil do que na primeira fase. Eles não têm medo de ninguém. Será uma partida difícil. O Marrocos é a grande surpresa desta Copa do Mundo”, disse Dalic.

“Houve muita hesitação para o primeiro jogo… As duas equipes vão querer ganhar (sábado) e vai ser um grande jogo”, concordou o marroquino.

Apesar de estarem disputando a terceira posição na Copa do Qatar, Croácia e Marrocos tiveram desempenhos bem diferentes durante o torneio. Os europeus venceram apenas uma partida no tempo regulamentar, 4 a 1 no Canadá, na fase de grupos. As outras duas foram empates sem gols, com Marrocos e Bélgica.

Nas oitavas de final, novo empate (1 a 1) com o Japão e vitória por 3 a 1 nos pênaltis. Nas quartas, a grande surpresa ao segurar o Brasil no tempo normal, empatar por 1 a 1 na prorrogação e ganhar nas penalidades por 4 a 2. E a derrota por 3 a 0 para a Argentina na semifinal.

Já o rival africano demonstrou mais força no ataque desde o início, quando derrotou Bélgica (2 a 0) e Canadá (2 a 1) e empatou com os croatas. Na sequência, empatou sem gols com a Espanha no tempo normal e venceu na disputa de pênaltis por 3 a 0, eliminando um dos favoritos ao título. Nas quartas, outra vitória importante: 1 a 0 sobre Portugal, de Cristiano Ronaldo. E a derrota por 2 a 0 para a França na semifinal, que o levou ao reencontro com a Croácia.

Em relação aos times, os dois técnicos terão que fazer alterações no grupo que começa jogando. Regragui descartou a presença do capitão Romain Saiss, que tem uma lesão na coxa, situação parecida com a dos zagueiros Nayef Aguerd e Noussair Mazraoui e do atacante Youssef En-Nesyri.

Já Dalic não deve ter um dos seus principais jogadores de meio de campo, Marcelo Brozovic, que teve de deixar o jogo contra a Argentina aos 50 minutos com uma contratura muscular. Se ele não puder mesmo atuar, Lovro Majer deve ser o substituto. Outra ausência deve ser o lateral direito Josip Juranovic, que também sentiu uma lesão muscular e pode dar lugar a Stanisic, que ainda não atuou no Qatar.

Assim, se o jogo será decidido no tempo normal, na prorrogação ou nos pênaltis, só saberemos depois, mas o certo é que o torcedor deve ter bons motivos para ficar ligado no gramado, já que as duas seleções estão prontas para dar espetáculo.

Com agências de notícias

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Argentina finalista nasceu em derrota contra o Brasil – 16/12/2022 – Esporte

A Argentina finalista do Mundial nasceu no vestiário do Mineirão, em 3 de julho de 2019. Na derrota para o Brasil na semifinal da Copa América daquele ano, jogadores disseram ter notado que algo se formava.

Nomes experientes como o zagueiro Nicolás Otamendi descreveram um sentimento de “pertencer” a um processo novo, diferente dos anteriores na seleção.

Depois de ser batida por 2 a 0, a seleção iniciou uma sequência invicta de 36 partidas, série encerrada apenas pela Arábia Saudita, na estreia na Copa do Qatar.

“Há algo começando. É preciso acreditar nesta equipe”, completou o defensor dias depois, quando a a equipe passou pelo Chile por 2 a 1 na disputa pelo terceiro lugar.

A Argentina, que capengava no torneio, fez sua melhor partida contra o Brasil e a torcida que lotava o Mineirão. A revolta foi direcionada à arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano. A reclamação foi pela não marcação de dois pênaltis. Em um deles, a equipe de Tite puxou o contra-ataque e anotou o segundo gol.

A versão maradoniana de Lionel Messi, tão citada no Qatar, nasceu naquela noite em Belo Horizonte. Ele afirmou que o torneio estava “acertado” para o Brasil vencer. Acusou a Conmebol de corrupção e reclamou que a Argentina não poderia fazer parte daquilo.

“Eu não acho certo ele dizer algo assim. Nem parece o Messi”, queixou-se o ex-companheiro de Barcelona e amigo Daniel Alves.

Não parecia, mas era. No jogo seguinte, contra o Chile, o camisa 10 foi expulso ainda no primeiro tempo e depois dobrou a aposta na bronca.

“Nos tiraram da final. Oxalá o árbitro e o VAR não influam na decisão e que Peru possa competir porque tem equipe para isso. Mas vejo ser difícil”, completou, citando o confronto do dia seguinte, quando o Brasil derrotou os peruanos por 3 a 1 na partida do título.

Foi o nascimento do Messi que intimidou o atacante holandês Weghorst com o “que mirá, bobo?”, frase que torcedores no Qatar estão imprimindo em suas camisas da seleção. Tornou-se um símbolo do país no Mundial.

Dois anos depois, em 2021, a Argentina voltaria ao Brasil para a Copa América e derrotaria os donos da casa por 1 a 0 na final, no Maracanã.

“De certa forma, tudo começou naquela partida de semifinal em 2019. Aquilo criou um sentimento de unidade e de desejo de dar a Leo motivos para se orgulhar”, afirmou o volante Leandro Paredes, titular nas duas partidas.

Não por acaso, ao apito final e a confirmação do título, o primeiro de expressão do camisa 10 com a seleção, todos os jogadores correram para abraçá-lo.

Lionel Scaloni sempre descartou essa visão de mudança de liderança de Messi e de crescimento da equipe por causa do que aconteceu no Mineirão. Ressalta que seu mais importante jogador sempre foi referência técnica incontestável e que a evolução da seleção foi um processo que teve como consequência a campanha no Mundial.

Mas o histórico de declarações dos demais atletas sobre Messi mudou Ele sempre foi elogiado pelos companheiros. Mas depois de 2019, como se tratava de uma fase de transição, de saída de veteranos e entrada de mais jovens, o tom das palavras mudou. Passou a ser de adoração.

Mesmo no Qatar isso aconteceu. Foi depois da classificação sobre a Holanda que Scaloni disse que Lionel não era apenas o maior jogador do mundo. Era o melhor da história.

“Eu fiquei mais feliz por ele do que por mim com o título da Copa América. Quando ele fala, todos se calam. É como se o presidente da Argentina estivesse falando’, disse o goleiro Emiliano Martínez.

“O que posso dizer sobre Messi que já não foi dito? Graças a Deus por ser argentino. Ele é o melhor do mundo”, afirmou o zagueiro Lisandro Martínez.

A derrota para o Brasil, um ano após o fiasco na Copa da Rússia, poderia ter provocado o fim abrupto da experiência com Scaloni. Era um técnico sem experiência anterior em clubes ou seleções. Mas a adversidade fez o elenco se unir ao redor dele.

Seis jogadores que iniciaram naquela noite no Mineirão podem ser titulares neste domingo, diante da França: Otamendi, Tagliafico, Paredes, De Paul, Acuña e Messi.

Também presentes naquela derrota, Armani, Foyth, Montiel e Lautaro Martínez estarão no banco diante da França.

“Não podemos matar uma nova geração”, pediu Messi após aquele revés com o Brasil há três anos.

A recompensa é ter chegado à final da Copa do Mundo.

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Qatar vê corrida de argentinos por ingressos para a final – 16/12/2022 – Esporte

Um boato de que seriam colocados à venda nesta sexta-feira 10 mil ingressos para a final encheu muitos argentinos de esperança.

Na noite desta quinta-feira (15), centenas deles foram protestar na porta do Jassim Tower, hotel onde está hospedado o presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), Claudio “Chiqui” Tápia.

As entradas não foram disponibilizadas. A Fifa não confirma a existência delas.

Em grupos de WhatsApp, quem está em Doha se mobiliza na busca por um bilhete para entrar no estádio de Lusail, neste domingo (18), para ver a última partida de Lionel Messi em uma Copa do Mundo: a decisão contra a França.

Walter Abalde, 36, apenas acompanha as discussões. Estava com a paz de espírito de quem tem seu lugar garantido. Sorteado pela Fifa no primeiro lote de ingressos vendidos, ele não considera revendê-lo. Nem mesmo por uma soma astronômica, que poderia mudar sua vida.

“Já me ofereceram US$ 100 mil [R$ 528 mil]. Não vendo em hipótese nenhuma. Por dinheiro nenhum. Esta entrada não tem preço. É a final da Copa do Mundo e Lionel Messi pode fazer a Argentina ser campeã. Esquece. Não vendo”, disse.

Pelo mercado oficial, feito pela Fifa, o ingresso mais barato para a partida saiu por US$ 19 (R$ 100). O mais caro, US$ 1.600 (R$ 8.400).

Fanático por Messi, Abalde tem uma tatuagem com o número 10 e o nome do ídolo na panturrilha. Carregava nesta sexta, pelo centro de Doha, uma camiseta com as cores alviceleste e mensagem de agradecimento para Célia e Jorge, os pais do capitão da seleção.

Não há um número confiável de quantos torcedores estão no Qatar sem entradas para a final. Mas quanto mais se aproxima o jogo, mais os preços devem subir.

Segundo relatos da imprensa argentina, no mercado paralelo os bilhetes têm sido vendidos por US$ 5.000 (R$ 26,4 mil). Mas para quem está em Doha, este valor já está muito defasado.

“Isso foi o que paguei na terça-feira (13), dia da semifinal contra a Croácia. Agora não está mais este valor de jeito nenhum”, diz Diego Bianco, 42.

Ele só não quer que ninguém de sua família em Buenos Aires saiba que ele gastou este dinheiro todo para ver uma partida de futebol. Pouco importa que seja a final da Copa do Mundo.

“Minha irmã me mata se souber!”, completou.

O relato dele e de outras pessoas que procuram ingressos é que há cambistas pedindo US$ 16.000 (R$ 84,4 mil).

Antes do Mundial, a estimativa do governo argentino foi que cerca de 40 mil cidadãos do país viajaram ao Qatar. Existe a expectativa que mais gente chegue até domingo, mas não está claro quantos estarão com ingressos.

A Aerolíneas Argentinas, companhia aérea estatal do país, postou vídeo em sua conta no Twitter de um avião lotado de torcedores rumo ao Qatar.

“Toda Copa do Mundo é a mesma coisa. Há os ingressos para patrocinadores, para dirigentes, para os locais, mas para quem quer torcer mesmo, não há. Isso sem falar em agências de turismo que ficam com as entradas para depois revendê-las mais caras”, reclama Jeronimo Mendéz, 34, que afirma ter visto o mesmo fenômeno em 2014, quando a seleção fez a final da Copa contra a Alemanha, no Rio de Janeiro.

No dia da decisão, há oito anos, milhares de argentinos rondaram o Maracanã nas horas que antecederam o apito inicial em busca desesperada por um ingresso. A cena pode se repetir neste domingo.

“Nós compramos pelo site da Fifa e demos sorte. Tem muita gente de mãos vazias, muita gente mesmo. Não sei como vai ser”, constata Andreas Brolanigo. 32.

Ao lado do irmão Leonardo, ele chegou a Doha depois da estreia contra a Arábia Saudita, a derrota por 2 a 1. Depois disso, a seleção venceu quatro partidas e empatou uma. Esta que terminou em igualdade foi pelas quartas de final diante da Holanda. A Argentina avançou nos pênaltis.

“Está provado que não somos mufa”, completou, citando a expressão usada na Argentina para “pé-frio.”

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Mihajlovic, ex-jogador e técnico, morre aos 53 anos – 16/12/2022 – Esporte

Sinisa Mihajlovic, que jogou e treinou vários times italianos da Série A, morreu nesta sexta-feira (16) após uma longa batalha contra o câncer.

Mihajlovic foi demitido do cargo de técnico do Bologna, clube da Serie A, em setembro deste ano, depois de não conseguir vencer nas cinco primeiras partidas do campeonato.

O sérvio havia assumido o comando técnico do Bologna pela segunda vez em 2019 e estava no clube enquanto lutava contra uma forma grave de leucemia.

Sua carreira de jogador incluiu longas passagens pela Sampdoria e pela Lazio. Encerrou a carreira em 2006, pela Inter de Milão. Sua maior conquista foi a Copa dos Campeões temporada 1990/1991, com o Estrela Vermelha, após vencer o Olympique de Marselha nos pênaltis na final.

Disputou a Copa do Mundo de 1998 pela então Iugoslávia e marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Irã, pela fase de grupos.

“Um grande homem, um grande lutador, vamos lembrá-lo como um dos melhores jogadores sérvios que já jogou na Itália”, disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em um tuíte, enquanto homenagens começaram a chegar de dentro e fora do mundo do futebol.

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Fifa anuncia receita recorde e debaterá formato da Copa-26 – 16/12/2022 – Esporte

A Fifa anunciou uma previsão recorde de US$ 11 bilhões (R$ 58 bilhões) de receitas no seu próximo ciclo de quatro anos, em que levará 48 seleções ao Mundial de 2026, anunciou o seu presidente, Gianni Infantino, especificando que o formato do torneio ainda não foi decidido.

O conselho da Fifa se reuniu nesta sexta-feira (16) em Doha, a dois dias de Argentina e França disputarem a final da Copa do Mundo do Qatar.

No atual ciclo (2019-2022) a receita foi de US$ 7,5 bilhões (R$ 39,6 bilhões), no Mundial que reuniu 32 seleções.

Em uma das reformas mais importantes de Infantino, a Copa passará a contar com 48 países em 2026, quando o torneio será organizado por Estados Unidos, Canadá e México.

Vão aumentar o número de jogos (atualmente são 64) e as receitas com direitos televisivos na competição que permite à Fifa obter a maior parte das suas receitas.

No atual ciclo, a cifra de US$ 7,5 bilhões foi anunciada no dia 20 de novembro, superando a estimativa inicial de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões), “algo muito notável”, segundo Infantino, em um período marcado pela pandemia de coronavírus.

“Temos a convicção de que o impacto da Copa do Mundo de 2026 será enorme, como já foi aqui no Qatar, com três grandes países, 48 seleções e mais jogos”, declarou o chefe da Fifa em entrevista a jornalistas.

“A arrecadação vai aumentar em termos de transmissão, patrocínio e entretenimento para os torcedores. Vamos jogar em estádios enormes, normalmente dedicados ao futebol americano, com capacidade entre 80 mil e 90 mil espectadores”, disse Infantino, estimando em 5,5 bilhões o número de espectadores no torneio.

O dirigente ítalo-suíço prometeu discutir o formato da competição, inicialmente prevista com 16 grupos de três seleções cada um, o que pode levar ao risco de “acordos” no terceiro jogo da primeira fase.

Caso seja escolhida a opção de 12 grupos, sendo dois classificados por chave e os oito melhores terceiros, o número de partidas aumentaria.

“No Qatar, os grupos de quatro foram absolutamente incríveis, até o último minuto de cada partida. Temos que reconsiderar isso, pelo menos discutir o formato novamente, se são 16 grupos de três ou 12 grupos de quatro. Estará na agenda nas próximas semanas”, afirmou Infantino.

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Filho de banqueiro, Lloris busca feito inédito em Copas – 16/12/2022 – Esporte

Em uma seleção que há anos aposta na formação de elencos multiétnicos, com jogadores filhos ou netos de migrantes que foram para a Europa em busca de uma vida melhor, Hugo Lloris, 35, é uma exceção na equipe francesa.

Atleta que mais vezes vestiu a camisa de seu país, com 144 jogos, o capitão francês é filho de Luc Lloris, um banqueiro que fez fortuna em Monte Carlo, e de Christine Lloris, advogada que por anos trabalhou em um escritório inglês também com sede no Principado de Mônaco.

Os dois se conheceram gerindo investimentos estrangeiros no pequeno principado, mas logo se mudaram para Nice, onde a família se estabeleceu.

Antes de escolher o futebol como carreira, o goleiro que levantou a taça da Copa do Mundo em 2018 viveu na infância um dilema entre os campos e as quadras. Ele e o irmão gostavam de jogar tênis. E vencer o torneio de Roland Garros era um de seus sonhos.

Assim como embaixo das traves, o atual goleiro do Tottenham também era bom com a raquete, com propostas para jogar tênis no clube Des Combes, mas optou pelo futebol.

No início, precisou convencer seus pais. Ainda garoto, mas já como goleiro, ele atuava em um clube de bairro chamado Cedac, pelo qual se destacou a ponto de chamar a atenção do Nice. Quando o gigante francês quis contratá-lo, seus pais chegaram a vetar o negócio, pois a prioridade dele deveria ser os estudos.

Foram muitas conversas até eles serem convencidos. Prevaleceu não só a vontade do jovem, como a insistência do Nice pelo talento dele. Mas houve uma condição: os estudos não poderiam ser deixados de lado.

“Sou disciplinado e devo isso aos meus pais. Estudava de manhã e treinava à tarde. E no fim de semana tinha jogo, mas também revisão e aulas de idiomas que meus pais queriam que eu fizesse”, explicou Lloris.

Depois de três anos vestindo a camisa do Nice, de 2005 a 2008, ele se transferiu para o Lyon, à época, o clube mais poderoso do país. No mesmo ano, foi chamado pela primeira vez para defender a seleção francesa.

Foi quando começou a acumular marcas históricas. Atualmente, ele é o atleta que mais vezes defendeu a França, com 144 jogos, número que ele alcançou nesta edição da Copa do Mundo, ao deixar para trás o ex-defensor Lilian Thuram, que somou 142 ao longo de sua carreira.

Lloris empatou em número de jogos com o ex-atleta na partida contra a Inglaterra, pelas quartas de final. Foi um jogo especial para o goleiro, que chegou ao Mundial apontado como o ponto fraco da seleção.

A crítica vinha sobretudo da imprensa britânica, que acompanha diariamente o goleiro no Tottenham. Na véspera do confronto, o próprio goleiro disse que o confronto “teria um sabor especial”. Pelo menos para os franceses, foi bom.

Ele fez três grandes defesas ao longo da partida, uma delas num chute de Harry Kane, e ainda viu o atacante inglês isolar uma cobrança de pênalti na etapa final. O duelo terminou com 2 a 1 a favor da França.

Na fase seguinte, ao entrar em campo contra o time de Marrocos, ele completou 19 aparições em Copas do Mundo, empatando com Manuel Neuer, goleiro da Alemanha, campeão em 2014. Embaixo das traves, ninguém disputou mais jogos do que os dois.

Neste domingo (18), assim que começar a grande decisão contra a Argentina, no estádio Lusail, às 12h (de Brasília), o francês já vai se isolar nesta lista.

Mas ele ainda quer mais. Hugo Lloris terá a chance de ser tornar o primeiro capitão a levantar duas vezes a taça da Copa do Mundo.

Em 22 edições até aqui, nunca um capitão conseguiu repetir o gesto eternizado por nomes como Cafu, Dunga, Maradona, Matthäus, Carlos Alberto e Beckenbauer.

Será, ainda, uma boa chance para ele apagar a imagem ruim, embora menos lembrada, que ele deixou na decisão de 2018, na Rússia, onde mesmo com a França campeã sobre a Croácia, ele ficou marcado por uma falha importante no segundo gol dos croatas.

O goleiro tentou driblar Mandzukic, perdeu a bola e levou um dos gols mais pitorescos de uma final de Copa do Mundo. Sorte dele que a França já havia feito seus quatro gols e o duelo terminou 4 a 2.

Contra a Argentina, uma nova falha, poderá custará mais caro.

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