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Argentina finalista nasceu em derrota contra o Brasil – 16/12/2022 – Esporte

A Argentina finalista do Mundial nasceu no vestiário do Mineirão, em 3 de julho de 2019. Na derrota para o Brasil na semifinal da Copa América daquele ano, jogadores disseram ter notado que algo se formava.

Nomes experientes como o zagueiro Nicolás Otamendi descreveram um sentimento de “pertencer” a um processo novo, diferente dos anteriores na seleção.

Depois de ser batida por 2 a 0, a seleção iniciou uma sequência invicta de 36 partidas, série encerrada apenas pela Arábia Saudita, na estreia na Copa do Qatar.

“Há algo começando. É preciso acreditar nesta equipe”, completou o defensor dias depois, quando a a equipe passou pelo Chile por 2 a 1 na disputa pelo terceiro lugar.

A Argentina, que capengava no torneio, fez sua melhor partida contra o Brasil e a torcida que lotava o Mineirão. A revolta foi direcionada à arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano. A reclamação foi pela não marcação de dois pênaltis. Em um deles, a equipe de Tite puxou o contra-ataque e anotou o segundo gol.

A versão maradoniana de Lionel Messi, tão citada no Qatar, nasceu naquela noite em Belo Horizonte. Ele afirmou que o torneio estava “acertado” para o Brasil vencer. Acusou a Conmebol de corrupção e reclamou que a Argentina não poderia fazer parte daquilo.

“Eu não acho certo ele dizer algo assim. Nem parece o Messi”, queixou-se o ex-companheiro de Barcelona e amigo Daniel Alves.

Não parecia, mas era. No jogo seguinte, contra o Chile, o camisa 10 foi expulso ainda no primeiro tempo e depois dobrou a aposta na bronca.

“Nos tiraram da final. Oxalá o árbitro e o VAR não influam na decisão e que Peru possa competir porque tem equipe para isso. Mas vejo ser difícil”, completou, citando o confronto do dia seguinte, quando o Brasil derrotou os peruanos por 3 a 1 na partida do título.

Foi o nascimento do Messi que intimidou o atacante holandês Weghorst com o “que mirá, bobo?”, frase que torcedores no Qatar estão imprimindo em suas camisas da seleção. Tornou-se um símbolo do país no Mundial.

Dois anos depois, em 2021, a Argentina voltaria ao Brasil para a Copa América e derrotaria os donos da casa por 1 a 0 na final, no Maracanã.

“De certa forma, tudo começou naquela partida de semifinal em 2019. Aquilo criou um sentimento de unidade e de desejo de dar a Leo motivos para se orgulhar”, afirmou o volante Leandro Paredes, titular nas duas partidas.

Não por acaso, ao apito final e a confirmação do título, o primeiro de expressão do camisa 10 com a seleção, todos os jogadores correram para abraçá-lo.

Lionel Scaloni sempre descartou essa visão de mudança de liderança de Messi e de crescimento da equipe por causa do que aconteceu no Mineirão. Ressalta que seu mais importante jogador sempre foi referência técnica incontestável e que a evolução da seleção foi um processo que teve como consequência a campanha no Mundial.

Mas o histórico de declarações dos demais atletas sobre Messi mudou Ele sempre foi elogiado pelos companheiros. Mas depois de 2019, como se tratava de uma fase de transição, de saída de veteranos e entrada de mais jovens, o tom das palavras mudou. Passou a ser de adoração.

Mesmo no Qatar isso aconteceu. Foi depois da classificação sobre a Holanda que Scaloni disse que Lionel não era apenas o maior jogador do mundo. Era o melhor da história.

“Eu fiquei mais feliz por ele do que por mim com o título da Copa América. Quando ele fala, todos se calam. É como se o presidente da Argentina estivesse falando’, disse o goleiro Emiliano Martínez.

“O que posso dizer sobre Messi que já não foi dito? Graças a Deus por ser argentino. Ele é o melhor do mundo”, afirmou o zagueiro Lisandro Martínez.

A derrota para o Brasil, um ano após o fiasco na Copa da Rússia, poderia ter provocado o fim abrupto da experiência com Scaloni. Era um técnico sem experiência anterior em clubes ou seleções. Mas a adversidade fez o elenco se unir ao redor dele.

Seis jogadores que iniciaram naquela noite no Mineirão podem ser titulares neste domingo, diante da França: Otamendi, Tagliafico, Paredes, De Paul, Acuña e Messi.

Também presentes naquela derrota, Armani, Foyth, Montiel e Lautaro Martínez estarão no banco diante da França.

“Não podemos matar uma nova geração”, pediu Messi após aquele revés com o Brasil há três anos.

A recompensa é ter chegado à final da Copa do Mundo.

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Qatar vê corrida de argentinos por ingressos para a final – 16/12/2022 – Esporte

Um boato de que seriam colocados à venda nesta sexta-feira 10 mil ingressos para a final encheu muitos argentinos de esperança.

Na noite desta quinta-feira (15), centenas deles foram protestar na porta do Jassim Tower, hotel onde está hospedado o presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), Claudio “Chiqui” Tápia.

As entradas não foram disponibilizadas. A Fifa não confirma a existência delas.

Em grupos de WhatsApp, quem está em Doha se mobiliza na busca por um bilhete para entrar no estádio de Lusail, neste domingo (18), para ver a última partida de Lionel Messi em uma Copa do Mundo: a decisão contra a França.

Walter Abalde, 36, apenas acompanha as discussões. Estava com a paz de espírito de quem tem seu lugar garantido. Sorteado pela Fifa no primeiro lote de ingressos vendidos, ele não considera revendê-lo. Nem mesmo por uma soma astronômica, que poderia mudar sua vida.

“Já me ofereceram US$ 100 mil [R$ 528 mil]. Não vendo em hipótese nenhuma. Por dinheiro nenhum. Esta entrada não tem preço. É a final da Copa do Mundo e Lionel Messi pode fazer a Argentina ser campeã. Esquece. Não vendo”, disse.

Pelo mercado oficial, feito pela Fifa, o ingresso mais barato para a partida saiu por US$ 19 (R$ 100). O mais caro, US$ 1.600 (R$ 8.400).

Fanático por Messi, Abalde tem uma tatuagem com o número 10 e o nome do ídolo na panturrilha. Carregava nesta sexta, pelo centro de Doha, uma camiseta com as cores alviceleste e mensagem de agradecimento para Célia e Jorge, os pais do capitão da seleção.

Não há um número confiável de quantos torcedores estão no Qatar sem entradas para a final. Mas quanto mais se aproxima o jogo, mais os preços devem subir.

Segundo relatos da imprensa argentina, no mercado paralelo os bilhetes têm sido vendidos por US$ 5.000 (R$ 26,4 mil). Mas para quem está em Doha, este valor já está muito defasado.

“Isso foi o que paguei na terça-feira (13), dia da semifinal contra a Croácia. Agora não está mais este valor de jeito nenhum”, diz Diego Bianco, 42.

Ele só não quer que ninguém de sua família em Buenos Aires saiba que ele gastou este dinheiro todo para ver uma partida de futebol. Pouco importa que seja a final da Copa do Mundo.

“Minha irmã me mata se souber!”, completou.

O relato dele e de outras pessoas que procuram ingressos é que há cambistas pedindo US$ 16.000 (R$ 84,4 mil).

Antes do Mundial, a estimativa do governo argentino foi que cerca de 40 mil cidadãos do país viajaram ao Qatar. Existe a expectativa que mais gente chegue até domingo, mas não está claro quantos estarão com ingressos.

A Aerolíneas Argentinas, companhia aérea estatal do país, postou vídeo em sua conta no Twitter de um avião lotado de torcedores rumo ao Qatar.

“Toda Copa do Mundo é a mesma coisa. Há os ingressos para patrocinadores, para dirigentes, para os locais, mas para quem quer torcer mesmo, não há. Isso sem falar em agências de turismo que ficam com as entradas para depois revendê-las mais caras”, reclama Jeronimo Mendéz, 34, que afirma ter visto o mesmo fenômeno em 2014, quando a seleção fez a final da Copa contra a Alemanha, no Rio de Janeiro.

No dia da decisão, há oito anos, milhares de argentinos rondaram o Maracanã nas horas que antecederam o apito inicial em busca desesperada por um ingresso. A cena pode se repetir neste domingo.

“Nós compramos pelo site da Fifa e demos sorte. Tem muita gente de mãos vazias, muita gente mesmo. Não sei como vai ser”, constata Andreas Brolanigo. 32.

Ao lado do irmão Leonardo, ele chegou a Doha depois da estreia contra a Arábia Saudita, a derrota por 2 a 1. Depois disso, a seleção venceu quatro partidas e empatou uma. Esta que terminou em igualdade foi pelas quartas de final diante da Holanda. A Argentina avançou nos pênaltis.

“Está provado que não somos mufa”, completou, citando a expressão usada na Argentina para “pé-frio.”

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Mihajlovic, ex-jogador e técnico, morre aos 53 anos – 16/12/2022 – Esporte

Sinisa Mihajlovic, que jogou e treinou vários times italianos da Série A, morreu nesta sexta-feira (16) após uma longa batalha contra o câncer.

Mihajlovic foi demitido do cargo de técnico do Bologna, clube da Serie A, em setembro deste ano, depois de não conseguir vencer nas cinco primeiras partidas do campeonato.

O sérvio havia assumido o comando técnico do Bologna pela segunda vez em 2019 e estava no clube enquanto lutava contra uma forma grave de leucemia.

Sua carreira de jogador incluiu longas passagens pela Sampdoria e pela Lazio. Encerrou a carreira em 2006, pela Inter de Milão. Sua maior conquista foi a Copa dos Campeões temporada 1990/1991, com o Estrela Vermelha, após vencer o Olympique de Marselha nos pênaltis na final.

Disputou a Copa do Mundo de 1998 pela então Iugoslávia e marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Irã, pela fase de grupos.

“Um grande homem, um grande lutador, vamos lembrá-lo como um dos melhores jogadores sérvios que já jogou na Itália”, disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em um tuíte, enquanto homenagens começaram a chegar de dentro e fora do mundo do futebol.

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Fifa anuncia receita recorde e debaterá formato da Copa-26 – 16/12/2022 – Esporte

A Fifa anunciou uma previsão recorde de US$ 11 bilhões (R$ 58 bilhões) de receitas no seu próximo ciclo de quatro anos, em que levará 48 seleções ao Mundial de 2026, anunciou o seu presidente, Gianni Infantino, especificando que o formato do torneio ainda não foi decidido.

O conselho da Fifa se reuniu nesta sexta-feira (16) em Doha, a dois dias de Argentina e França disputarem a final da Copa do Mundo do Qatar.

No atual ciclo (2019-2022) a receita foi de US$ 7,5 bilhões (R$ 39,6 bilhões), no Mundial que reuniu 32 seleções.

Em uma das reformas mais importantes de Infantino, a Copa passará a contar com 48 países em 2026, quando o torneio será organizado por Estados Unidos, Canadá e México.

Vão aumentar o número de jogos (atualmente são 64) e as receitas com direitos televisivos na competição que permite à Fifa obter a maior parte das suas receitas.

No atual ciclo, a cifra de US$ 7,5 bilhões foi anunciada no dia 20 de novembro, superando a estimativa inicial de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões), “algo muito notável”, segundo Infantino, em um período marcado pela pandemia de coronavírus.

“Temos a convicção de que o impacto da Copa do Mundo de 2026 será enorme, como já foi aqui no Qatar, com três grandes países, 48 seleções e mais jogos”, declarou o chefe da Fifa em entrevista a jornalistas.

“A arrecadação vai aumentar em termos de transmissão, patrocínio e entretenimento para os torcedores. Vamos jogar em estádios enormes, normalmente dedicados ao futebol americano, com capacidade entre 80 mil e 90 mil espectadores”, disse Infantino, estimando em 5,5 bilhões o número de espectadores no torneio.

O dirigente ítalo-suíço prometeu discutir o formato da competição, inicialmente prevista com 16 grupos de três seleções cada um, o que pode levar ao risco de “acordos” no terceiro jogo da primeira fase.

Caso seja escolhida a opção de 12 grupos, sendo dois classificados por chave e os oito melhores terceiros, o número de partidas aumentaria.

“No Qatar, os grupos de quatro foram absolutamente incríveis, até o último minuto de cada partida. Temos que reconsiderar isso, pelo menos discutir o formato novamente, se são 16 grupos de três ou 12 grupos de quatro. Estará na agenda nas próximas semanas”, afirmou Infantino.

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Filho de banqueiro, Lloris busca feito inédito em Copas – 16/12/2022 – Esporte

Em uma seleção que há anos aposta na formação de elencos multiétnicos, com jogadores filhos ou netos de migrantes que foram para a Europa em busca de uma vida melhor, Hugo Lloris, 35, é uma exceção na equipe francesa.

Atleta que mais vezes vestiu a camisa de seu país, com 144 jogos, o capitão francês é filho de Luc Lloris, um banqueiro que fez fortuna em Monte Carlo, e de Christine Lloris, advogada que por anos trabalhou em um escritório inglês também com sede no Principado de Mônaco.

Os dois se conheceram gerindo investimentos estrangeiros no pequeno principado, mas logo se mudaram para Nice, onde a família se estabeleceu.

Antes de escolher o futebol como carreira, o goleiro que levantou a taça da Copa do Mundo em 2018 viveu na infância um dilema entre os campos e as quadras. Ele e o irmão gostavam de jogar tênis. E vencer o torneio de Roland Garros era um de seus sonhos.

Assim como embaixo das traves, o atual goleiro do Tottenham também era bom com a raquete, com propostas para jogar tênis no clube Des Combes, mas optou pelo futebol.

No início, precisou convencer seus pais. Ainda garoto, mas já como goleiro, ele atuava em um clube de bairro chamado Cedac, pelo qual se destacou a ponto de chamar a atenção do Nice. Quando o gigante francês quis contratá-lo, seus pais chegaram a vetar o negócio, pois a prioridade dele deveria ser os estudos.

Foram muitas conversas até eles serem convencidos. Prevaleceu não só a vontade do jovem, como a insistência do Nice pelo talento dele. Mas houve uma condição: os estudos não poderiam ser deixados de lado.

“Sou disciplinado e devo isso aos meus pais. Estudava de manhã e treinava à tarde. E no fim de semana tinha jogo, mas também revisão e aulas de idiomas que meus pais queriam que eu fizesse”, explicou Lloris.

Depois de três anos vestindo a camisa do Nice, de 2005 a 2008, ele se transferiu para o Lyon, à época, o clube mais poderoso do país. No mesmo ano, foi chamado pela primeira vez para defender a seleção francesa.

Foi quando começou a acumular marcas históricas. Atualmente, ele é o atleta que mais vezes defendeu a França, com 144 jogos, número que ele alcançou nesta edição da Copa do Mundo, ao deixar para trás o ex-defensor Lilian Thuram, que somou 142 ao longo de sua carreira.

Lloris empatou em número de jogos com o ex-atleta na partida contra a Inglaterra, pelas quartas de final. Foi um jogo especial para o goleiro, que chegou ao Mundial apontado como o ponto fraco da seleção.

A crítica vinha sobretudo da imprensa britânica, que acompanha diariamente o goleiro no Tottenham. Na véspera do confronto, o próprio goleiro disse que o confronto “teria um sabor especial”. Pelo menos para os franceses, foi bom.

Ele fez três grandes defesas ao longo da partida, uma delas num chute de Harry Kane, e ainda viu o atacante inglês isolar uma cobrança de pênalti na etapa final. O duelo terminou com 2 a 1 a favor da França.

Na fase seguinte, ao entrar em campo contra o time de Marrocos, ele completou 19 aparições em Copas do Mundo, empatando com Manuel Neuer, goleiro da Alemanha, campeão em 2014. Embaixo das traves, ninguém disputou mais jogos do que os dois.

Neste domingo (18), assim que começar a grande decisão contra a Argentina, no estádio Lusail, às 12h (de Brasília), o francês já vai se isolar nesta lista.

Mas ele ainda quer mais. Hugo Lloris terá a chance de ser tornar o primeiro capitão a levantar duas vezes a taça da Copa do Mundo.

Em 22 edições até aqui, nunca um capitão conseguiu repetir o gesto eternizado por nomes como Cafu, Dunga, Maradona, Matthäus, Carlos Alberto e Beckenbauer.

Será, ainda, uma boa chance para ele apagar a imagem ruim, embora menos lembrada, que ele deixou na decisão de 2018, na Rússia, onde mesmo com a França campeã sobre a Croácia, ele ficou marcado por uma falha importante no segundo gol dos croatas.

O goleiro tentou driblar Mandzukic, perdeu a bola e levou um dos gols mais pitorescos de uma final de Copa do Mundo. Sorte dele que a França já havia feito seus quatro gols e o duelo terminou 4 a 2.

Contra a Argentina, uma nova falha, poderá custará mais caro.

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Copa: Busquets anuncia aposentadoria da seleção da Espanha – 16/12/2022 – Esporte

O volante Sergio Busquets, 34, campeão mundial em 2010, na Copa da África do Sul, anunciou nesta sexta-feira (16) sua aposentadoria da seleção espanhola.

Capitão da equipe na Copa do Mundo do Qatar, ele desperdiçou sua cobrança na disputa de pênaltis contra Marrocos, nas oitavas de final, que eliminou os espanhóis do Mundial.

“Gostaria de anunciar que depois de quase 15 anos e 143 jogos, chegou a hora de dizer adeus à seleção”, escreveu o jogador do Barcelona em suas redes sociais.

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Mundial de Clubes terá 32 times a partir de 2025 – 16/12/2022 – Esporte

A Fifa anunciou nesta sexta-feira (16), em entrevista do presidente Gianni Infantino, que o Mundial de Clubes será disputado a cada quatro anos, com 32 equipes na disputa, a partir de 2025.

A ideia já havia sido anunciada em 2019, mas com 24 times. O planejado era que o novo formato estreasse em 2021, mas a pandemia de Covid-19 adiou a reformulação. Hoje, o Mundial de Clubes é disputado por sete clubes no período de um mês.

A nova distribuição de clubes por continente ainda não foi definida. O mesmo vale para a sede: ainda não se sabe quais país que receberão o novo torneio em 2025.

O rearranjo ocupará o vácuo deixado no calendário pelo fim da Copa das Confederações, que era disputada no período em que o novo Mundial será realizado: um ano antes da Copa do Mundo —a próxima realizada em 2026.

Ainda que a sede não esteja definida, é provável que siga o formato da antiga Copa das Confederações, servindo como um teste para a Copa do Mundo, um ano antes do evento, para os países que irão realizá-la. No caso de 2025, seriam México, EUA e Canadá.

Outra novidade anunciada é a criação do Mundial de Clubes Feminino. Segundo Infantino, os detalhes do torneio ainda não foram definidos.

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Legislação do Qatar é cumprida quando convém, diz morador – 16/12/2022 – Esporte

O casal de veterinários paulistas Giovana Morais, 26, e Matheus Seixas, 34, se mudaram para o Qatar após uma proposta de trabalho de uma empresa privada. Ele foi em 2019 e ela, um ano depois. A desconfiança dos dois girava em torno da oferta, muito acima dos padrões do mercado brasileiro, e das diferenças culturais do país.

Mas se adaptaram —e sequer pensam em voltar tão cedo para o Brasil. O casal aponta que o pequeno país do Oriente Médio, que tem restritivas leis em relação a comportamento e crenças, “faz vista grossa” em relação às determinações escritas em sua legislação. Oferece também melhor qualidade de vida em relação à nação sul-americana.

“São exceções ou casos que vieram a público por alguma coisa. Acho que cada um pode ter a sua vida privada e ninguém precisa ficar sabendo de nada”, diz Seixas.

O Código Penal do Qatar tem uma seção para crimes sociais, que trata do comportamento em relação a religião, bebidas, apostas, adultério, imoralidade, fornicação, entre outros.

Apesar de altamente restritivo, moradores apontam que o regime do país, uma autocracia, não exige o cumprimento da lei à risca. Em alguns casos, o segredo é não tornar o feito público, dizem.

O código, por exemplo, determina pena de até cinco anos para aqueles que promoverem ou participarem de cultos de outra religião que não o islã. Ao mesmo tempo, Doha, capital do Qatar, tem uma igreja católica em um espaço reservado, escondido e afastado do centro, embora aberto.

O país também proíbe todos de se alimentarem durante o Ramadã, período em que os adeptos ficam em jejum do nascer ao pôr do sol. A pena é de três meses de prisão, além de possível multa de cerca de R$ 3.400.

Com a Copa do Mundo, houve dúvidas se a radicalidade das leis e orientações não seria um impasse aos turistas estrangeiros. Uma delas, a recomendação de que se vista roupas que escondam ombros e estejam abaixo dos joelhos, foi aliviada.

A situação foi percebida pela veterinária Morais, que antes via como problema entrar no shopping para fazer compras usando roupas que não cumprissem as instruções. Ao menos durante o campeonato, a situação mudou.

“Se eu estou de shorts e regata, eu não posso entrar, porque tem ‘dress code’, aí eu tenho que pensar na roupa que eu vou colocar. E durante a Copa, não”, diz.

Outro ponto de tensão para os turistas foram as leis que determinam que o sexo fora do casamento é crime, também parte dos códigos sociais. O casal pode ser condenado a até sete anos de prisão.

Durante o Mundial, porém, casais estrangeiros fora do matrimônio não tiveram problemas ao reservarem quartos juntos.

Longe do período do campeonato, moradores apontam que o governo não tem meios para fiscalizar esse tipo de infração. Ponderam que é importante, porém, manter a vida íntima em privacidade para não ter problemas e que o regime parece aplicar a lei quando conveniente.

À reportagem da Folha a antropóloga Francirosy Campos Barbosa, docente da USP e coordenadora do Gracias (Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes), lembra que em religiões como o islamismo adeptos não devem mostrar seus erros, embora os cometa.

“A religião tem uma coisa em que você não apresenta o seu pecado”, diz.

Quando o assunto é homossexualidade, porém, a vigilância é repressiva. No Qatar, ter relações com pessoas do mesmo sexo pode levar à prisão ou morte, no caso de muçulmanos. A Human Rights Watch, que frequentemente denuncia violações de direitos da comunidade LGBTQIA+ no país, afirma em um relatório de abril de 2018 que não teve conhecimento de episódios de execução.

Durante o Mundial a repressão contra a comunidade continuou, de modo que sua segurança não foi assegurada e sua presença, de forma representativa, não foi notada.

Um levantamento publicado no portal noruegues NRK, mostrou que hotéis credenciados pela Fifa para o campeonato se recusaram a hospedar um casal homossexual. De 69 acomodações, 3 disseram que não aceitariam a reserva e outros 20 pediram que o casal evitasse demonstrações públicas de afeto, sugerindo que não se vestissem como gays. Já 33 deles aceitaram a reserva.

Dois meses antes do início do campeonato, o emir Tamim bin Hamad Al Thani disse que torcedores homossexuais de todo o mundo eram bem-vindos “sem discriminação”.

No mesmo período em que a liderança máxima do país assegurou a segurança da comunidade, gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros foram arbitrariamente presos, segundo a Human Rights Watch.

No mês de início do Mundial, o ex-jogador da seleção do Qatar e embaixador da Copa Khalid Salman chamou a homossexualidade de “dano mental”. Ele acrescentou ainda que ser gay é um “haram”, pecado no islã.

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Corinthians celebra dez anos do bi mundial com amor a Tite – 15/12/2022 – Esporte

A Argentina buscará, no próximo domingo (18), ser o primeiro time sul-americano campeão mundial de futebol em dez anos. O último foi o Corinthians.

Lionel Messi conduz sua seleção na tentativa de interromper o domínio estabelecido pelos europeus nas últimas quatro edições da quadrienal Copa do Mundo. No anual Mundial de Clubes, já são nove triunfos seguidos dos representantes do velho continente.

A mais recente vitória de uma equipe da América do Sul no torneio completa uma década nesta sexta-feira. Em 16 de dezembro de 2012, o Corinthians, arquitetado por Tite, fez 1 a 0 no Chelsea, gol marcado pelo peruano Paolo Guerrero, e foi bi.

O técnico ainda é amado por quase toda a torcida alvinegra. Quem pôs a bola na rede, não.

Se não conseguiu repetir um sucesso do tamanho do obtido há dez anos, o treinador estreitou seus laços com o clube e conquistou novos títulos em preto e branco. Contratado pela seleção brasileira em 2016, passou desde então a ouvir o recorrente apelo “volta, Tite“.

Recentemente, escutou esse pedido do próprio presidente da agremiação, Duilio Monteiro Alves. Após a saída de Vítor Pereira, o dirigente checou a disponibilidade do gaúcho, que, já havia anunciado, deixaria a formação nacional independentemente do resultado na Copa do Mundo.

“Eu não nego para ninguém que tem um cara com quem gostaria de trabalhar, com quem trabalhei, que é o Tite. Mas ele deixou muito claro que não está pensando em trabalhar no Brasil agora”, afirmou o cartola, na última quarta (14).

Duilio está certo de que a justificativa seja verdadeira. A de Pereira, não era.

O português tinha proposta para renovar seu contrato com o Corinthians até o fim de 2023. Recusou, dizendo que precisava retornar a seu país e dar atenção à sogra, enferma. Em seguida, acertou com o Flamengo –que até a publicação deste texto tinha sua sede no Rio de Janeiro, não em Lisboa.

“O cara mentiu. Mas o Corinthians é muito maior do que todos e segue sua vida”, declarou o presidente.

Algo parecido com o que foi dito em 2015, quando Guerrero trocou justamente o Corinthians pelo Flamengo. O peruano não citou nenhum parente doente, mas quebrou a promessa feita repetidas vezes de que jamais defenderia outro clube brasileiro.

A garantia foi dada inicialmente em uma entrevista à Gazeta Esportiva, em janeiro de 2013, ainda no calor da então recente conquista do Mundial. Depois, até que partisse rumo ao Rio dois anos e meio mais tarde, tornou a dizer, em múltiplas ocasiões: “No Brasil só tenho um time”.

“E ele cumpriu a promessa! Não jogou em mais nenhum time do Brasil”, diverte-se o alvinegro Mauricio Poyatos, 45. “Não jogou nada no Flamengo, não jogou nada no Inter. E não jogou nada no Avaí”, gargalha o balconista.

Paolo defendeu o Flamengo de 2015 a 2018 e esteve no Internacional de 2019 a 2021. Em 2022, aos 38 anos, vestiu a camisa do Avaí, rebaixado no Campeonato Brasileiro. Participou de dez partidas, quatro como titular, sem nenhum gol.

“O Corinthians acreditou no Guerrero, que nem era tão conhecido no Brasil e tinha potencial para crescer aqui. Mas ele se vendeu e hoje em dia nem é mais lembrado”, afirma a tesoureira Priscila Clementino de Almeida, 35.

“Falar que o Guerrero não foi peça importante na conquista do título seria mentira, mas ele não foi para o Japão sozinho. Isso ficou claro principalmente pelo trabalho que o Tite fez com o elenco, motivou todos ali”, acrescenta a torcedora.

O centroavante marcou os dois gols do Corinthians no campeonato. De cabeça, definiu a difícil vitória por 1 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito, nas semifinais, em Toyota. Também de cabeça, de maneira chorada, suada e alvinegríssima, estabeleceu o placar do triunfo sobre o inglês Chelsea, na decisão, em Yokohama, outro 1 a 0.

Idolatrado pela Fiel até o meio de 2015, ele não foi bem recebido nas visitas que fez ao estádio de Itaquera depois disso. Em 2016, em vitória preta e branca por 4 a 0, com dois gols de Ángel Romero, a torcida cantou: “Doutor, eu não me engano, o paraguaio é melhor que o peruano”.

O clube tem adotado a praxe de desejar feliz aniversário ao velho camisa 9, em suas páginas na internet, a cada 1º de janeiro. Há os que aplaudem, mas a reação mais comum são xingamentos como “Guerrero mercenário” e perguntas como “ídolo de quem?”.

O ódio até arrefeceu com o tempo –e com a cada vez menor relevância do atacante. Hoje, o sentimento está mais perto de um desdém. Existe uma parcela da torcida que aposta em um reconhecimento maior ao jogador quando ele estiver aposentado.

Mas a celebração dos dez anos do bi não se dá em um clima de amor ao artilheiro. O carinho é dedicado especialmente a Cássio, eleito o melhor atleta do Mundial de 2012. O goleiro continua vestindo a camisa do Corinthians, assim como Fábio Santos e Paulinho.

Outros dos campeões mantiveram relação próxima com o clube. Alessandro é dirigente. Danilo é técnico dos juniores. Emerson já teve um cargo no departamento de futebol. E Tite, pedem os corintianos, ainda terá de novo.

“Se o Corinthians tivesse uma cara naquela era de ouro do time, seria o Tite. Prezava o coletivo, nunca era por um só. A jogada do gol contra o Chelsea passa por todos os jogadores, incluindo o Cássio, até terminar na cabeçada do Guerrero”, lembra o publicitário Ronaldo Lopes Junior, 27.

“Volta, Tite”, clamam Priscila, Duilio e tantos outros.

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Projeto do Qatar chega ao ápice com final da Copa – 15/12/2022 – Esporte

Quando terminou a semifinal da Copa do Mundo entre França e Marrocos, na quarta-feira (14), desenhou-se o que seria uma final dos sonhos para o Qatar.

Depois de garantida a presença do argentino Lionel Messi na decisão, foi a vez do francês Kylian Mbappé também confirmar sua vaga.

Será o confronto do jogador sete vezes eleito o melhor do mundo e que, aos 35 anos, tem sua derradeira chance de conquistar o título que lhe falta, contra um dos maiores candidatos a herdar o trono do futebol mundial, já em busca de sua segunda taça da Copa, aos 23 anos.

De acordo com a revista Forbes, a dupla está no topo da lista dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo em 2022. Mbappe lidera o ranking, com US$ 128 milhões (R$ 466 milhões), sendo US$ 110 milhões (R$ 400 milhões) apenas com o futebol. Messi aparece em segundo, com US$ 120 milhões (R$ 436 milhões), sendo US$ 65 milhõs (R$ 236 milhões) com o esporte.

Em comum, ambos vestem a camisa do Paris Saint-Germain, clube de propriedade da QSI (Qatar Sports Investments), subsidiária do fundo soberano do Estado do Qatar.

O fundo é acusado de investir cifras bilionárias em um projeto de “sportswashing” sem precedentes, que envolve até mesmo a escolha do país do Oriente Médio, rico em petróleo e gás natural, como sede desta edição da Copa do Mundo.

As denúncias contemplam todos os significados do termo em inglês, que indica o uso do esporte como forma de “lavar” a imagem de um Estado autocrata, em que o respeito à democracia e aos direitos humanos é questionável, como é o caso do Qatar.

O país tem um longo histórico de afrontar direitos básicos das mulheres, dos trabalhadores migrantes —milhares dos quais foram responsáveis por construir toda a estrutura para a Copa—, além da comunidade LGBTQIA+.

Nesse contexto, o uso da Copa do Mundo como ferramenta de geopolítica vai contra o que a própria Fifa defendeu ao longo da competição —tentar impedir a todo custo o uso político das partidas que promoveu.

Realizada em um país onde é crime ser homossexual, esta edição ficará marcada, por exemplo, pelo veto ao protesto em defesa da comunidade gay que sete seleções europeias pretendiam fazer por meio de uma mensagem na braçadeira de seus capitães.

Os atletas usariam o adereço com as cores do arco-íris e a inscrição One Love (um amor). Depois que a entidade máxima do futebol ameaçou puni-los em campo caso fizessem isso, eles se viram forçados a usar a braçadeira oficial da Fifa. Nela, estava escrito “no discrimination” (não à discriminação).

Em todos os jogos da competição, os torcedores também foram impedidos de entrar nos estádios com camisetas ou bandeiras com as cores do arco-íris. O rigor da fiscalização era tão forte que até mesmo uma bandeira do estado de Pernambuco, com as mesmas cores, chegou a ser confundida pelas autoridades locais.

A presença de Messi e Mbappé na decisão, além do peso do confronto de duas seleções que buscam um tricampeonato mundial, pode ser o retorno do investimento do Qatar no esporte.

As capas de jornais, as reportagens de rádio e TV, além das páginas online serão inundadas no próximo domingo (18) com a história do sucesso e do fracasso em campo, seja de qual for o lado, dando menos peso às denúncias contra o regime.

Nesta semana, por exemplo, a Sky Sports News publicou uma entrevista com Nasser Al-Khelaifi, presidente da Qatar Sports Investments, presidente do Paris Saint-Germain, presidente da European Club Association e um dos homens mais poderosos do esporte global, em que ele falava sobre a Copa.

Al-Khelaifi disse que não suporta políticos que usam o esporte para se promover e que qualquer um que tentar usar as competições para outras agendas “não terá sucesso”.

“O que estamos fazendo aqui no Qatar é apenas esporte e futebol”, disse ele.

Na entrevista, Al-Khelaifi não menciona o escândalo no centro de uma instituição da União Europeia, revelado na semana passada.

Segundo uma investigação de autoridades belgas, um grupo de pessoas com funções e trânsito dentro do Parlamento Europeu teria recebido dinheiro e favores para defender interesses do Qatar, com o intuito de melhorar sua posição internacional.

Apelidado de Qatargate, o caso levou quatro pessoas à prisão, incluindo uma das vice-presidentes da Casa, a grega Eva Kaili, que também foi destituída do cargo.

Em novembro, parlamentares aprovaram uma resolução que lamentava a falta de transparência no processo de escolha do Qatar como sede da Copa do Mundo.

Na véspera da votação dessa resolução, Eva defendeu o país do Oriente Médio. “A Copa é a prova de como a diplomacia esportiva pode obter a transformação histórica de um país com reformas que inspiraram o mundo árabe”, disse ela.

Por meio de seu advogado, ela nega que tenha recebido propina. A investigação já está na extensa lista de denúncias que envolvem o cenário que abrigou os principais jogadores da atualidade, dois dos quais vão se enfrentar neste domingo.

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