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Memes zombam derrota do Japão para a Croácia nos pênaltis

A primeira decisão por pênaltis da Copa do Mundo 2022 acabou eliminando o Japão num jogo contra a Croácia. Com o resultado, a seleção europeia enfrenta o vencedor de Brasil x Coreia do Sul nas quartas de final.

No tempo normal de jogo, somada a prorrogação, Japão e Coreia terminaram empatadas no 1 a 1, com gols de Maeda e Ivan Perisic, respectivamente.

Mas a verdadeira estrela do jogo foi o goleiro croata, Livakovic, que defendeu três cobranças e superou os lances de Mizamino, Mitoma e Yoshida. Ou será que foi o Japão que estava com preguiça de marcar?

Como lembra o meme abaixo, ao menos um grupo ficou triste com a eliminação da seleção asiática: a equipe de limpeza dos estádios do Qatar. Japoneses viralizaram durante a Copa por recolherem o próprio lixo no final de cada partida.

Não se enganem. O vídeo original está abaixo:

Mesmo com a derrota, brasileiros não deixaram a exaltar o time japonês —responsável por tirar a Alemanha do campeonato e vingar, mais um pouco, aquele eterno 7 a 1 no Mineirão (Belo Horizonte), em 2014 .

Até porque logo o Brasil busca a vitória contra a Coreia do Sul. E, numa Copa de zebras, tudo pode acontecer.


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Vitória do Japão surpreende até na Liberdade

Pouco tempo depois da vitória do Japão por 2 a 1 sobre a Alemanha, pelo Grupo E da Copa do Mundo, nesta quarta (23), o fluxo nas ruas do bairro da Liberdade era intenso.

Mas não para comemorar a zebra histórica. Mesmo com o movimento constante nas calçadas, bares permaneceram vazios, alguns até fechados. Nada de decoração especial nas ruas: no máximo, algumas camisas do Japão figuravam entre uniformes da seleção brasileira nas calçadas.

Segundo um ambulante de 65 anos, as camisas do Japão vendem bastante. Elas são réplicas, feitas por um designer e estampada com mangás, desenhos tradicionais do país asiático, vendidas a R$ 15 cada.

Nos restaurantes, o foco também não estava na partida. Segundo a garçonete de um estabelecimento da rua Galvão Bueno, “ninguém percebeu nada”.

Ricardo Hayato Okuno, 55, dono de um restaurante na rua Tomás Gonzaga, disse que comemorou a vitória do Japão, mas sozinho. Ele é brasileiro, filho de pai japonês, e disse que ficou feliz em dobro: pelo Japão, sua segunda pátria, e pelo Brasil, em vingança pelo 7 a 1. “O samurai arrebentou”, disse o empresário.

Na mesma rua, por volta das 13h30, os donos de um bar, que estava fechado, começavam a levantar a porta. Tânia Ishii, 53, disse que a expectativa de bom público estava depositada no jogo do Brasil, na quinta (24).

Seu marido, Kenneth Ishii, 51, é descendente de japoneses e, pouco antes da partida, nem sabia do confronto. Quando descobriu o resultado, ficou surpreso. O casal conta que os japoneses da região não se animam com a Copa, a não ser que o time passe para as oitavas: “Nesse caso, encheria o bar. Mas na fase de grupos é difícil, ainda mais nesse horário”. A partida começou às 10h e foi o segundo jogo do dia.

Segundo Ricardo Hayato, as empresas japonesas não costumam dar folga em dia de jogos da Copa. O empresário completa que, no Japão, os esportes mais populares são beisebol, golfe e pesca. O futebol acaba ficando em segundo plano.

Se o placar pegou muita gente de surpresa, mesmo no bairro mais japonês de São Paulo, para ao menos uma pessoa ele não foi nada inesperado. Takashi Okuno, pai de Hayato, além celebrar a vitória da seleção de seu país, vibrou por ter acertado o improvável resultado no bolão.

O jogo

Na partida, a tetracampeã Alemanha saiu na frente e com gol de Gündoğan, de pênalti. No segundo tempo, ele quase ampliou, mas acertou a trave.

Antes de virar do avesso, o duelo teve, ainda, dois gols anulados por impedimento, um do japonês Maeda e outro do alemão Kai Havertz, aos 8 e aos 49 minutos da etapa inicial, respectivamente.

Depois do intervalo, os alemães continuaram apertando os japoneses, mas não acharam mais o caminho do gol. E ainda começaram a deixar espaços na defesa. Aos 30 minutos, Ritsu Doan deixou tudo igual. Oito minutos depois, foi a vez de Takuma Asano marcar um bonito gol, para decretar a virada.

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Japão x Alemanha: nova zebra e protesto contra a Fifa

Desde a conquista da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Alemanha só venceu um dos quatro jogos que fez em Mundiais. Na Rússia, teve a pior campanha de sua história, eliminada na primeira fase, com duas derrotas e uma vitória. Nesta quarta-feira (23), estreou no Qatar com mais um revés, diante do Japão, de virada, por 2 a 1.

Antes de a zebra passear em Doha, a partida já estava marcada pelo maior protesto em favor da igualdade de gênero e em apoio à comunidade LGBTQIA+ durante este Mundial, quando os onze jogadores alemães posaram para a foto oficial com a mão na boca, num gesto contra a censura.

Foi a resposta do elenco alemão ao veto da Fifa ao uso da braçadeira com as cores do arco-íris e a inscrição One Love (Um amor), que seria utilizada pelo capitão Manuel Neuer.

No estádio Khalifa, o goleiro usou o adereço oficial da entidade máxima do futebol, com a frase “no discrimination” (não à discriminação).

Quando a bola rolou, as duas equipes protagonizaram um bom jogo. E parecia que os alemães dariam eco ao protesto com uma vitória.

Gündoğan, de pênalti, abriu o placar aos 31 minutos de jogo, após falta cometida pelo goleiro Shuichi Gonda em cima do lateral David Raum. No segundo tempo, ele também quase ampliou, mas acertou a trave.

Antes de virar do avesso, o duelo teve, ainda, dois gols anulados por impedimento, um do japonês Maeda e outro do alemão Kai Havertz, aos 8 e aos 49 minutos da etapa inicial, respectivamente.

Depois do intervalo, os alemães continuaram apertando os japoneses, mas não acharam mais o caminho do gol. E ainda começaram a deixar espaços na defesa. Aos 30 minutos, Ritsu Doan deixou tudo igual. Oito minutos depois, foi a vez de Takuma Asano marcar um bonito gol, para decretar a virada.

Ele recebeu um lançamento nas costas da defesa, invadiu a área e venceu Neuer com um chute forte. Presentes em bom número no estádio Khalifa, os japoneses foram ao delírio com a vitória, em uma festa parecida com a dos sauditas, que, na terça-feira (22), também foram surpreendidos com um triunfo sobre a Argentina, por 2 a 1 –também tendo feito gol de pênalti e também com tentos anulados.

A zebra na estreia dos tetracampeões mundiais, porém, não ofuscou o protesto da Alemanha, que escancarou a insatisfação das seleções europeias contra a Fifa.

Sete países do continente (Inglaterra, Alemanha, Holanda, País de Gales, Dinamarca, Bélgica e Suíça) pretendiam usar a braçadeira One Love, mas foram alertados de que isso levaria os jogadores a serem punidos com cartão amarelo. No Mundial, com dois cartões acumulados um atleta já deve cumprir suspensão.

“Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição na qual poderiam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões”, disseram os países em nota conjunta.

A seleção belga pretendia, ainda, usar uma camisa predominante branca, mas com cores do arco-íris espalhadas pelo uniforme, com a inscrição “Love” (amor) na gola. Isso também foi proibido.

As federações criticaram a inflexibilidade da Fifa sobre os gestos em favor da igualdade de gênero. A Dinamarca, por exemplo, ameaça se desfiliar da entidade. Antes da partida com o Japão, o presidente da Federação Alemã, Bernd Neuendorf, disse que os jogadores do país estavam “desapontados” com a proibição.

Nesta quarta (23), o veto à braçadeira era o principal assunto na capa do Bild, um dos principais jornais da Alemanha. Em resposta à situação, a cadeia de supermercados Rewe, uma das maiores patrocinadoras da seleção alemã, informou que vai romper o contrato.

“A atitude escandalosa da Fifa é, para mim, absolutamente inaceitável como CEO de uma empresa diversificada e como torcedor de futebol”, disse Lionel Souque, CEO da Rewe.

No Qatar, a homossexualidade é crime. Manifestações de afeto em público entre homens e mulheres também são proibidas. Desde o anúncio de que o país seria a sede do Mundial, a questão foi motivo de preocupação.

A ONG para Humans Rights Watch denuncia que a Polícia da nação do Oriente Médio deteve arbitrariamente e praticou abusos contra migrantes da comunidade LGBTQIA+.

Já durante o Mundial, antes do jogo entre Argentina e Arábia Saudita em Lusail, autoridades locais tomaram uma bandeira do estado de Pernambuco, levada ao estádio por um grupo de brasileiros. Segundo testemunhos que estavam no local, os agentes pensaram que se tratava de uma bandeira de apoio à comunidade LGBTQIA+ por também ter as cores do arco-íris.

Em entrevista à Folha no início de 2020, o secretário-geral do Supremo Comitê da Entrega e do Legado, Hassan Al Thawadi, pediu que as pessoas que viessem ao país estivessem abertas a se adaptar à cultura local.

Na véspera da abertura da Copa, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, causou polêmica ao comentar sobre os casos de discriminação no Qatar. Primeiro, ele chamou de “hipocrisia” dos países europeus as críticas direcionadas à nação do Oriente Médio.

Depois, em sua fala que causou mais revolta, ele comparou a discriminação que teria sofrido na infância por ser um itálo-suíço ruivo com a discriminação sofrida por gays e deficientes.

“Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador migrante”, falou. “Claro que não sou qatariano, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas sinto vontade, porque sei o que significa ser discriminado”, acrescentou.

A fala do dirigente, no entanto, contradiz a postura da entidade que mais uma veta uma ação em defesa da igualdade.

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