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Dibu Martínez a colocam na semifinal da Copa – 09/12/2022 – Esporte

A Argentina teve um lance de gênio, sofreu, catimbou, reclamou, quase saiu no tapa com os holandeses, levou dois gols nos minutos finais, mas, no fim, saiu do estádio Lusail, nesta sexta-feira (9), com a vaga na semifinal da Copa do Mundo do Qatar.

Isso graças às defesas, provocações e danças do goleiro Dibu Martínez.

Após empate em 2 a 2 com a Holanda, a seleção sul-americana venceu nos pênaltis por 4 a 3. Martínez defendeu duas cobranças de van Dijk e Berghui. Como já havia sido no título da Copa América de 2021, ele se agigantou na decisão.

A genialidade foi, claro, de Lionel Messi. Com um passe inexplicável, ele abriu a defesa adversária e deixou Nahuel Molina de frente para o goleiro Noppert aos 34 minutos do primeiro tempo. Foi o primeiro gol do lateral com a camisa alviceleste. O próprio camisa 10 depois marcaria de pênalti.

Na próxima terça-feira (20), também em Lusail, a Argentina enfrenta a Croácia, às 16 horas (de Brasília) por uma vaga na decisão.

Será a chance de a equipe sul-americana se vingar da humilhação de 2018. Os croatas se aproveitaram de uma série de erros defensivos individuais do rival para goleá-lo por 3 a 0 e deixá-lo à beira da eliminação na fase de grupos na Rússia.

A Croácia tem o mesmo espírito de quatro anos atrás, capaz de superar seguidas prorrogações para chegar a uma improvável final. A Argentina é bem diferente do desastroso time comandado por Jorge Sampaoli.

Lous van Gaal, técnico da Holanda, entregou o que prometeu. Fez de tudo nesta sexta para cortar a linha de passes para Messi. Era a crença de que a melhor forma de evitar que ele decidisse era fazer com que não tivesse a bola. Ou que isso pelo menos acontecesse o mais distante possível do gol.

Congestionar o meio-campo também era uma forma de fazer com que os passes pelo miolo da zaga e trocas rápidas de passes se tornassem mais difíceis. Também havia a crença que os laterais sul-americanos não eram tão bons. Um deles (Acuña) é meia.

Era uma boa teoria. O problema é o jogador que era o maior temor da seleção holandesa precisava de apenas uma jogada para mudar toda a história da partida. Foi o que Messi protagonizou aos 34 com o lançamento para Molina.

Scaloni também entrou precavido com as armadilhas da Holanda e escalou três zagueiros. Com uma linha de cinco sem a bola, dificultava o trabalho das três peças da linha ofensiva europeia. Especialmente Memphis Depay, que voltava às vezes para buscar o jogo e ter a posse de bola. Era igual ao que Messi fazia.

Hoje aos 28 anos, Depay é um atacante mais maduro dentro e fora de campo, embora continue com personalidade forte. Não parece ser mais o jogador que, relegado ao time reserva do Manchester United em 2016 (pelo mesmo Louis van Gaal) e aconselhado pelos mais velhos do elenco a adotar uma postura mais discreta, chegou para a partida seguinte a dirigir um Rolls Royce.

Ele ainda é a peça ofensiva mais importante da Holanda. Mas não é Lionel Messi, que parecia autorizado até a cometer faltas que qualquer outro jogador seria advertido.

Mesmo ao colocar a mão deliberadamente na bola no segundo tempo, não recebeu cartão amatrelo. O zagueiro Virgil van Dijk abriu os braços, inconformado.

O árbitro espanhol Antonio Mateu Lahoz fez de conta que não era com ele. Mas nos acréscimos, não teve jeito.

A Holanda e van Gaal também buscavam a sua revanche. Na semifinal de 2014, em uma partida travada por 120 minutos e com poucas chances de gol, a Holanda foi eliminada pelo mesmo adversário sul-americano nos pênaltis.

No desespero e atrás por dois gols, ele colocou o centroavante Weghorst, jogador de área, na vaga de Depay para tentar incomodar a zaga rival.

O atacante fez a Argentina sofrer e empatou a partida com dois gols. O segundo deles, no último lance do tempo regulamentar, em jogada ensaiada no campo de treinamento e criada por van Gaal.

A prorrogação teve todo o drama possível em 30 minutos. Chances de gol para os dois lados, bola na trave (em chute de Enzo Fernández) e troca de empurrões. Em uma disputa de pênaltis, após derrota para o Chile na final da Copa América de 2016, Lionel Messi renunciou à seleção pela primeira vez. Em outra, nesta sexta, a história foi bem diferente por causa de Dibu Martínez.

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Amor pela seleção brasileira embala Richarlison na Copa – 08/12/2022 – Esporte

Richarlison, 25, tem várias tatuagens pelo corpo. Uma das que mais gosta é de um coração com a bandeira do Brasil, desenhada em seu peito. Simboliza o orgulho que ele tem por defender seu país.

Ele também não é do tipo que esconde suas emoções. Pelo contrário. Fica com os olhos marejados, por exemplo, durante a execução do hino nacional brasileiro antes de cada jogo na Copa do Mundo.

Ele é um dos destaques do time que enfrentará a Croácia nesta sexta-feira (9), às 12h (de Brasília), no estádio Cidade da Educação. Trata-se da realização de um sonho para o jogador. O duelo é válido pelas quartas de final.

Quem convive com Richarlison conta que ele passou dia e noite se tratando de uma lesão para voltar a tempo de disputar o Mundial em alto nível. Com três gols, ele é o artilheiro da equipe na competição.

“Graças a Deus, foi uma lesão leve e ele tinha tanta vontade de participar dessa Copa que ele se recuperou muito rápido”, diz o pai dele, Antônio Marcos de Andrade, 46.

A seleção tem um peso muito grande na vida de Richarlison, assim como o próprio futebol. Com a bola nos pés, ele realiza o sonho que também era de seu pai. “Não deu certo para mim, mas deu certo para o meu filho”, orgulha-se Antônio, que tentou ser jogador.

Para Antônio, a imagem do filho emocionado na hora do hino é um retrato fiel do que ele é no dia a dia e de como ele leva a vida. E revela, ainda, a capacidade de concentração que o atleta tem, pois seu semblante muda em instantes, quando a partida está para começar.

“Ele é um cara de grupo, que conquista as pessoas com esse jeito alegre e humildade. Desde a base, ele sempre foi assim, se destacava por essa determinação, essa raça que ele tem”, afirma o pai dele.

Foi assim que ele conquistou não só a confiança de Tite, como também a admiração dos torcedores do Tottenham, clube que ele defende na Inglaterra.

Lá, ele viveu um dos momentos mais emocionantes de sua vida antes da Copa. Em setembro, o atacante estreou na Champions League e marcou dois gols na vitória sobre o Olympique, por 2 a 0.

Além da grande atuação, viralizou nas redes sociais um momento após a partida, quando ele foi até uma das arquibancadas e abraçou o pai.

“Essa oportunidade de encontrar ele no estádio foi mais um sonho realizado dele. Foi muito importante estarmos presentes. Estávamos sempre presentes, mas a distância, no pensamento, no coração. E naquele dia eu estava lá na Inglaterra junto com ele”, lembra Antônio.

Os dois choraram juntos. “A gente se emocionou porque é um sonho que ele realizou. Uma estreia, com dois gols, foi muito gratificante. Só tenho que agradecer a Deus pelas bênçãos na vida do meu filho”, acrescenta.

O próprio jogador diz que a fama “não mudou nada” para ele em relação a sua vida pessoal, pois se mantém preso à frase que, embora seja um clichê, também um mantra importante para ele: “sempre mantenho os pés no chão”.

Em campo, porém, ele “descumpriu” essa promessa. Mas foi por um bom motivo. Na estreia do Brasil na Copa, contra a Sérvia, ele marcou de voleio o segundo gol da vitória por 2 a 0 –ele também havia aberto o placar.

Foi quando caiu de vez nas graças da torcida, que agora espera mais uma grande atuação dele diante da Croácia, em busca da vaga na semifinal.

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Turistas pagam até R$ 5.200 por experiência no deserto com wi-fi e ar-condicionado – 07/12/2022 – Esporte

Em Al Khor, o verão é longo, escaldante, abafado e árido. Chega a ter temperaturas de 43ºC. O inverno é mais agradável, embora seco e de ventos fortes.

É um cenário perfeito para quem quer experimentar o clima desértico do Qatar.

A cidade já foi um pequeno e isolado povoado, distante cerca de 50 km da capital Doha, que desempenhava um importante papel na indústria de pérolas do país antes de passar a ser explorada pelo turismo.

Foi lá que o Equador venceu a seleção da casa na abertura da Copa do Mundo, no estádio Al Bayt, por 2 a 0.

Também é lá um dos locais procurados pelos turistas que viajaram ao país do Mundial para se hospedarem em barracas que tentam reproduzir tendas beduínas, como a Fan Village Al Khor.

A vila oferece hospedagem em tendas rústicas em uma região desértica, mas perto do golfo. Por isso, apesar do clima de deserto, há algumas praias por perto, como Al Farka e Al Thakhira.

São mais de 200 acomodações que começaram a ser construídas em abril, e levaram seis meses para serem finalizadas. O plano da gerência, porém, é que a vila seja permanente e, após o campeonato, aperfeiçoada. Os valores da obra não foram informados.

O espaço é reservado por meio do site administrado pelo Supremo Comitê de Entrega e Legado e, assim como todos os eventos e locais gerenciados por ele, não vende bebidas alcoólicas.

A acomodação, por exemplo, tem uma Fan Zone, mas o espaço não tem cerveja com álcool –assim como o restaurante do local, que oferece culinária internacional.

Os amigos Jasem Yousef, 45, e Mohammad Alqallaf, 37, estão curtindo a acomodação. Eles vieram do Kwait para assistir aos jogos da Copa e optaram pelas tendas para ter uma experiência diferente daquelas oferecidas pelos hotéis da cidade.

A distância não é uma questão. Agendam serviços de carro com duas ou três horas de antecedência quando precisam sair nos horários mais requisitados, como para ir aos estádios.

Gostam da comida e da limpeza e não tem críticas em relação aos serviços da vila.

“É muito bom. Se quiser um hotel, tem um monte em Doha. Aqui são tendas, é uma experiência diferente”, diz Yousef.

A acomodação também tem áreas dedicadas a crianças, com espaço recreativo para brincarem.

Os chineses Michael Zheng, 38, e Judy Lee, 37, moradores da Austrália, são pais da Jolena e do Henry. Eles vieram ao Qatar para passar quatro dias após programarem a viagem desde o início do ano. A família não havia feito um passeio do tipo desde o início da pandemia de coronavírus.

Lee considera único o estilo da acomodação, principalmente por viverem em um local tão diferente. Zheng lembra que a vila não é um hotel e, por isso, oferece uma experiência completamente diferente.

“A equipe é muito boa. É muito paciente”, diz. “E são muito cuidadosos com as crianças”, completa Lee.

Um quarto que comporte uma família de quatro pessoas, com duas crianças, custa, no mínimo, cerca de R$ 3.700 por diária. Se quiser vista para o mar, o preço pode chegar a cerca de R$ 5.200 por diária.

A suíte oferece uma cama king size e duas camas de solteiro, além de armário, um gaveteiro grande, minibar, televisão smart, cofre, ar-condicionado e wi-fi.

As comodidades, de certa forma, tiram grande parte da experiência de isolamento no deserto.

O ar-condicionado, por exemplo, está presente por toda a parte. Dentro das acomodações, chega a ser tão frio que dá para esquecer que ali é um deserto, principalmente se você ligar a TV e conectar seus serviços de streaming, algo que, certamente, não seria possível em uma experiência desértica verdadeiramente autêntica.

Nem era a intenção, afinal, o local é apresentado como uma “luxuosa” hospedagem no deserto.

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‘Não senti nada no tornozelo’, diz Neymar após o jogo

Neymar foi eleito o melhor jogador na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Após o jogo, o camisa 10 disse que não sentiu qualquer incômodo durante o jogo –ele havia ficado duas partidas fora com uma lesão no tornozelo direito.

“Não senti nada no tornozelo, graças a Deus”, disse. Neymar afirmou que gostou da sua atuação, mas que espera mais. “Acho que não posso ficar satisfeito pelo jogo de hoje, e [preciso] seguir crescendo. O destaque de hoje foi o nosso elenco, o time completo, não só um jogador.”

O camisa 10 celebrou ter podido voltar a jogar. “O que a gente queria era jogar bem, e a gente fez isso. E a torcida está de parabéns.”

O atacante treinou com a seleção pela primeira vez após a lesão neste domingo (4), após ficar de fora de dois jogos da fase de grupos.

O treino correr bem era a condição imposta por Tite para que o atacante entrasse na partida com a Coreia. O camisa 10 sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo direito na estreia contra a Sérvia.

Além dele, quem também voltou para o campo nesta segunda foi o lateral direito Danilo.

Segue vetado o lateral esquerdo Alex Sandro. O atleta teve um problema muscular na perna esquerda durante o confronto com os suíços e ainda não se recuperou.

Foram cinco lesionados somente na fase de grupos. Os que estão definitivamente fora do Mundial são o atacante Gabriel de Jesus e o lateral direito Alex Telles.

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Brasil x Coreia do Sul é adeus do estádio 974, em Doha

Quem acessa o estádio 974 pela estação de metrô Ras Abu Aboud enxerga a mensagem de boas-vindas pintada em um contêiner.

É a 974ª estrutura metálica usada na construção do estádio 974, a arena que representa toda a mensagem que o Qatar deseja passar ao sediar a Copa do Mundo deste ano.

Ele recebeu sete partidas do torneio. A última foi nesta segunda-feira (5), a vitória por 4 a 1 do Brasil sobre a Coreia do Sul, pelas oitavas de final.

Não foi apenas a despedida do torneio. Foi o derradeiro jogo no local. Única do Mundial que não teve divulgado o custo de construção, a arena será 100% desmantelada a partir de 19 de dezembro, dia seguinte ao término da competição.

É o primeiro estádio desmontável usado na Copa do Mundo.

Para ajudar no marketing do evento, foi divulgada a utilização de 974 contêineres na estrutura. Trata-se do código de discagem direta internacional do Qatar. Desenhado pelo estúdio espanhol Fenwick Irribarren, o estádio tentava passar mensagem de sustentabilidade, modernidade, uso inteligente dos recursos e colaboração com países em desenvolvimento.

Todos os estádios construídos ou reformados no Qatar tentam passar, na teoria, uma mensagem. Seja referência à cultura ou à história do país. Alguns resultaram em polêmica involuntária. O Al Janoub, em que o teto simula um véu, causou desconforto na organização da Copa porque começou a ser comparado nas redes sociais com a genitália feminina.

O 974 era, para o Supremo Comitê da Entrega e Legado, responsável por realizar o Mundial, a menina dos olhos.

Os contêineres remetem ao porto próximo. O arrojo do desenho é a modernidade do projeto Qatar 2030, um plano para transformar a nação em um polo turístico, mais influente na geopolítica mundial, e acabar com a imagem de território que apenas extrai petróleo e gás natural.

Na onda da sustentabilidade, o país procura mostrar com o 974 que colabora com o meio ambiente. Edifícios e grandes estruturas são responsáveis por 40% das emissões mundiais de dióxido de carbono.

As peças da arena desmontável serão usadas em uma obra de infraestrutura (talvez até um novo estádio) a ser realizada em outro local. Uma das possibilidades é o Uruguai, caso avance a ideia de o país sul-americano se candidatar para abrigar a Copa de 2030. Outra é um país africano.

Todo esse esforço e o gasto de milhões foram por marketing, imagem, geopolítica e para receber sete partidas.

Apesar do pouco uso, a arena causou furor durante a Copa. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) apresentou reclamação à Fifa (Fededação Internacional de Futebol) por causa do gramado. A entidade concordou que o campo deixou a desejar.

A seleção de Tite não foi a única.

“O campo está muito irregular. A bola fica rápida demais, quica e escapa”, queixou-se o volante argentino Alexis Mac Allister.

Diferentemente dos outros sete estádios usados no Mundial, o 974 não tinha nenhum sistema de refrigeração artificial. Chegou-se à conclusão de que não faria sentido em uma obra a ser desmontada em tão pouco tempo.

A única arena que será preservada integralmente após a competição será o Khalifa International Stadium.

Com uma liga nacional incipiente, o Qatar começou a construção das estruturas para a Copa já com destino certo para os estádios.

Há o que vai se transformar em hotel de luxo (Al Bayt). Outro será reformulado em área com campos menores, clínicas esportivas e diferentes escolas (Lusail). O Cidade da Edução será doado à Universidade do Qatar e usado pela seleção feminina.

Al Janoub ficará como sede do Al Wakrah, time da liga local. O mesmo vale para o Al Rayyan, que será administrado por equipe de mesmo nome. O Al Thumama passará a ser composto por escolas e clínicas esportivas.

Todos, menos o Khalifa, terão a capacidade reduzida ao menos à metade.

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Cristiano Ronaldo deve jogar na Arábia Saudita após a Copa

Cristiano Ronaldo parece ter resolvido seu próximo clube ainda nesta Copa do Mundo. De acordo com o jornal Marca, da Espanha, o craque português jogará no Al-Nassr, da Arábia Saudita. Será um contrato de dois anos e meio e o vínculo será iniciado em janeiro.

O jornal acrescenta que haverá muito dinheiro envolvido na negociação, com a possibilidade de a receita do jogador chegar a 200 milhões de euros (R$ 1,09 bilhão) por ano, entre salário e acordos de publicidade. O vínculo seria finalizado em 2025, quando CR7 já teria 40 anos.

Cristiano começou a Copa do Mundo em litígio com o Manchester United após declarações explosivas à TV britânica. O vínculo foi encerrado antes do primeiro jogo de Portugal e foi dito que ele esperava ter foco total na competição, até para tentar fechar com um clube no nível de Champions League.

As especulações, porém, ganharam força na última semana e parecem ter se concretizado. O técnico da seleção, Fernando Santos, foi questionado sobre isso em coletiva na manhã desta segunda (5).

“Não sei, não falei com ele sobre isso. Falei com os jogadores, mas não tem nada a ver com essa questão. Nem sabia, soube agora há pouco. É uma decisão dele, uma questão dele, que está completamente focado no Mundial, em ajudar a equipe”, resumiu o técnico.

A idade também é um fator que pesa contra o jogador. Apesar de continuar acumulando marcas importantes, como ter se tornado no Qatar o primeiro jogador a marcar em cinco edições diferentes de Copas do Mundo, ele vai completar 38 anos em 5 de fevereiro.

Por isso, os mais recentes clubes que tiveram seu nome de alguma forma especulado como possível destino do craque são de mercados alternativos ou com alguma ligação com eles.

Seu nome também estava especulado no Newcastle, que também tem dinheiro vindo dos saudistas, pois foi comprado, em setembro de 2021, pelo fundo soberano controlado pela família real da Arábia Saudita por R$ 2,2 bilhões à época.

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Copa: Richarlison faz golaço e Brasil estreia com vitória

Quando a bola subiu ao ar aos 28 do segundo tempo, Richarlison já sabia o que fazer e começou a ajeitar o corpo. Décimos de segundo mais tarde, ele protagonizaria o mais belo gol já marcado pela seleção brasileira em uma estreia de Copa do Mundo.

O atacante acertou um voleio 11 minutos depois de ter aberto o placar em lance de oportunismo, ao aproveitar rebote na área. Por causa dele, o Brasil derrotou a Sérvia por 2 a 0 nesta quinta-feira (24), no estádio de Lusail, no Qatar.

A partir do momento em que o camisa 9 colocou o Brasil na frente no placar, uma partida complicada se transformou em um massacre. Serviu para contrariar o histórico recente.

A última vez que a seleção havia tido um primeiro jogo sossegado no torneio foi em 1994. O placar de 2 a 0 sobre a Rússia não mostrou o domínio absoluto que o time de Carlos Alberto Parreira teve naquela partida. Depois disso, sofreu contra a Escócia (2 a 1 em 1998), Turquia (2 a 1 com o pênalti inexistente em 2002), Croácia (1 a 0 em 2006), Coreia do Norte (2 a 1 em 2010), Croácia (3 a 1 em 2014 com pênalti que não houve) e Suíça (empate em 1 a 1 em 2018).

A vitória em Lusail evitou que o Brasil igualasse o recorde negativo de 1978, quando chegou a duas estreias consecutivas de Mundial sem vencer.

A seleção sul-americana criou todas as poucas jogadas de perigo no primeiro tempo. Mas foram tão escassas e nenhuma clara. A torcida verde e amarela, que começou empolgada, murchou a partir dos 30 minutos. Apesar das tentativas de atuar em velocidade pelas pontas, com Vinicius Junior e Raphinha, foi com passes rasteiros de Thiago Silva e Casemiro, pelo meio do sistema de marcação sérvio, que a equipe de Tite conseguiu entrar na área.

A dificuldade de criar aconteceu apesar de o treinador ter feito uma opção mais ofensiva. Lucas Paquetá foi o escolhido para o meio-campo em vez de Fred. O volante do Manchester United também sabe sair para o jogo e chegar ao ataque, mas o jogador do Newcastle (ambos da Inglaterra) tem mais características de ataque.

O plano dos europeus era conseguir, de alguma forma, fazer a bola chegar a Tadic, o meia mais habilidoso. Sua função seria fazer o cruzamento par Mitrovic, forte no jogo aéreo. Isso não aconteceu nenhuma vez na partida.

A Sérvia se defendeu com tamanha sofreguidão que seu treinador Dragan Stojkovic vibrou com punhos cerrados quando seus jogadores conseguiram atrapalhar a saída de bola brasileira.

A ironia é que o irascível Stojkovic, quando jogador, tenha sido um armador clássico, cerebral, um dos maiores nomes da antiga Iugoslávia.

As dúvidas que o Brasil mostrou no primeiro tempo desapareceram após o intervalo. A pressão imposta aos sérvios esbarrava ora no goleiro Vanja Milinkovic-Savic, ora na trave, como aconteceu em chute de Alex Sandro.

Apesar do domínio, havia tensão no ar. Raphinha não se encontrou em campo e acabou substituído. Neymar teve partida inconstante e saiu machucado de campo. No banco, cobriu o rosto com a camisa enquanto recebia tratamento no tornozelo direito.

Richarlison chegou a preocupar a comissão técnica ao sofrer lesão em partida do Tottenham no mês passado. Ele disse nunca ter tido preocupações de que não iria para a Copa. Quando Neymar foi questionado pela postagem de uma foto em que usava shorts da seleção com seis estrelas, foi o camisa 9 quem saiu em sua defesa. Era uma referência a um possível hexa no Qatar.

Por causa de Richarlison a partida se tornou tão fácil que a partir dos 10 minutos finais o estádio começou a esvaziar. Ninguém via como possível uma reação da Sérvia. A estreia brasileira com vitória era um fato consumado.

Nem o artilheiro estava mais em campo, substituído por Gabriel Jesus.

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Suíça usa ‘lei do ex’ para derrotar Camarões

Ao completar cruzamento para o gol aos 4 minutos do segundo, Breel Embolo não comemorou. Os jogadores do banco suíço explodiram com o lance que dava vantagem à equipe na estreia na Copa do Mundo. Os companheiros correram para abraçá-lo. Mas o artilheiro de 25 anos permaneceu imóvel.

Foi o lance que definiu a vitória da Suíça por 1 a 0 sobre Camarões nesta quinta-feira (25), no estádio Al Janoub, em Al Wakrah. Era a estreia das duas seleções no Qatar.

Principal nome do futebol suíço, Embolo nasceu em Yaoundé, capital camaronesa.

Depois da separação dos seus pais, ele se mudou com a mãe para a França quando tinha cinco anos. Foi morar na Suíça no ano seguinte e recebeu a cidadania do país em 2014.

A Suíça costuma levar seleções multiculturais para a Copa do Mundo. Isso pode causar polêmica. O atacante Xherdan Shaqiri é de Kosovo, mesma ascendência do meia Granit Xhaka, que também tem sangue albanês. A dupla causou confusão em 2018 ao comemorar gol contra a Sérvia. Os dois fizeram gesto que lembrava uma águia de duas cabeças, símbolo que está na bandeira da Albânia.

Kosovo declarou independência da Sérvia em 2008 e a disputa ainda inflama tensões na região. Acabaram multados pela Fifa.

Suíça e Sérvia estão no Grupo G do Mundial deste ano e voltam a se enfrentar na última rodada, no próximo dia 2.

Suíços costumam formar uma seleção pouco usual no torneio. Em 2018 pararam o Brasil no empate em 1 a 1 (e as seleções medem forças na segunda-feira, 28) e passou com moral para as oitavas de final. Foram eliminados por uma Suécia que parecia longe do seu melhor futebol. Em 2006, caíram de novo nas oitavas sem sofrer nenhum gol durante toda a Copa do Mundo.

Nos Estados Unidos, em 1994, fizeram 4 a 1 na Romênia, que seria sensação do torneio, mas não viram a cor da bola contra a Espanha, de novo nas oitavas de final.

Camarões teve um desempenho em campo melhor do que se poderia esperar. Era a seleção africana mais desacreditada. Pressionou a Suíça em diferentes momentos da partida e teve chances para marcar. Trata-se da seleção que se classificou de maneira inesperada ao fazer gol contra a Argélia, fora de casa, no último lance da prorrogação nas eliminatórias do continente.

A Suíça tem a mesma base que eliminou a campeã mundial França, nas oitavas de final da Eurocopa do ano passado.

O gol de Embolo foi o um dos raros momentos em que o Al Janoub foi barulhento no início da tarde desta quinta-feira (no horário do Qatar, a partida começou às 13h). Com capacidade para 40 mil pessoas, o estádio tinha vários locais com cadeiras vazias e parecia ter recebido apenas metade da sua ocupação. Apesar disso, o público divulgado foi quase total: 39 mil pessoas.

Havia pouco clima de Mundial. Apenas dois setores, um ocupado por camaroneses e outro por suíços, tentaram animar o público na primeira arena finalizada para receber o evento. Construção que causou controvérsia também, por um motivo inusitado.

Desenhado pela arquiteta iraquiana Zara Hadid, a inspiração para o formato do teto foi de um veleiro típico da região. Mas, quando começaram comparações nas redes sociais com a genitália feminina, houve constrangimento nas autoridades qatarianas.

Se a Suíça tem como próximo adversário o Brasil, Camarões precisará obter um bom resultado diante da Sérvia, também na próxima segunda-feira, para continuar com chances de classificação.

Nos minutos finais os africanos não conseguiram sequer empurrar a seleção ao empate. Apenas quando foram anunciados os seis minutos de acréscimo, os suíços começaram a cantar. Durou 30 segundos.

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Japão x Alemanha: nova zebra e protesto contra a Fifa

Desde a conquista da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Alemanha só venceu um dos quatro jogos que fez em Mundiais. Na Rússia, teve a pior campanha de sua história, eliminada na primeira fase, com duas derrotas e uma vitória. Nesta quarta-feira (23), estreou no Qatar com mais um revés, diante do Japão, de virada, por 2 a 1.

Antes de a zebra passear em Doha, a partida já estava marcada pelo maior protesto em favor da igualdade de gênero e em apoio à comunidade LGBTQIA+ durante este Mundial, quando os onze jogadores alemães posaram para a foto oficial com a mão na boca, num gesto contra a censura.

Foi a resposta do elenco alemão ao veto da Fifa ao uso da braçadeira com as cores do arco-íris e a inscrição One Love (Um amor), que seria utilizada pelo capitão Manuel Neuer.

No estádio Khalifa, o goleiro usou o adereço oficial da entidade máxima do futebol, com a frase “no discrimination” (não à discriminação).

Quando a bola rolou, as duas equipes protagonizaram um bom jogo. E parecia que os alemães dariam eco ao protesto com uma vitória.

Gündoğan, de pênalti, abriu o placar aos 31 minutos de jogo, após falta cometida pelo goleiro Shuichi Gonda em cima do lateral David Raum. No segundo tempo, ele também quase ampliou, mas acertou a trave.

Antes de virar do avesso, o duelo teve, ainda, dois gols anulados por impedimento, um do japonês Maeda e outro do alemão Kai Havertz, aos 8 e aos 49 minutos da etapa inicial, respectivamente.

Depois do intervalo, os alemães continuaram apertando os japoneses, mas não acharam mais o caminho do gol. E ainda começaram a deixar espaços na defesa. Aos 30 minutos, Ritsu Doan deixou tudo igual. Oito minutos depois, foi a vez de Takuma Asano marcar um bonito gol, para decretar a virada.

Ele recebeu um lançamento nas costas da defesa, invadiu a área e venceu Neuer com um chute forte. Presentes em bom número no estádio Khalifa, os japoneses foram ao delírio com a vitória, em uma festa parecida com a dos sauditas, que, na terça-feira (22), também foram surpreendidos com um triunfo sobre a Argentina, por 2 a 1 –também tendo feito gol de pênalti e também com tentos anulados.

A zebra na estreia dos tetracampeões mundiais, porém, não ofuscou o protesto da Alemanha, que escancarou a insatisfação das seleções europeias contra a Fifa.

Sete países do continente (Inglaterra, Alemanha, Holanda, País de Gales, Dinamarca, Bélgica e Suíça) pretendiam usar a braçadeira One Love, mas foram alertados de que isso levaria os jogadores a serem punidos com cartão amarelo. No Mundial, com dois cartões acumulados um atleta já deve cumprir suspensão.

“Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição na qual poderiam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões”, disseram os países em nota conjunta.

A seleção belga pretendia, ainda, usar uma camisa predominante branca, mas com cores do arco-íris espalhadas pelo uniforme, com a inscrição “Love” (amor) na gola. Isso também foi proibido.

As federações criticaram a inflexibilidade da Fifa sobre os gestos em favor da igualdade de gênero. A Dinamarca, por exemplo, ameaça se desfiliar da entidade. Antes da partida com o Japão, o presidente da Federação Alemã, Bernd Neuendorf, disse que os jogadores do país estavam “desapontados” com a proibição.

Nesta quarta (23), o veto à braçadeira era o principal assunto na capa do Bild, um dos principais jornais da Alemanha. Em resposta à situação, a cadeia de supermercados Rewe, uma das maiores patrocinadoras da seleção alemã, informou que vai romper o contrato.

“A atitude escandalosa da Fifa é, para mim, absolutamente inaceitável como CEO de uma empresa diversificada e como torcedor de futebol”, disse Lionel Souque, CEO da Rewe.

No Qatar, a homossexualidade é crime. Manifestações de afeto em público entre homens e mulheres também são proibidas. Desde o anúncio de que o país seria a sede do Mundial, a questão foi motivo de preocupação.

A ONG para Humans Rights Watch denuncia que a Polícia da nação do Oriente Médio deteve arbitrariamente e praticou abusos contra migrantes da comunidade LGBTQIA+.

Já durante o Mundial, antes do jogo entre Argentina e Arábia Saudita em Lusail, autoridades locais tomaram uma bandeira do estado de Pernambuco, levada ao estádio por um grupo de brasileiros. Segundo testemunhos que estavam no local, os agentes pensaram que se tratava de uma bandeira de apoio à comunidade LGBTQIA+ por também ter as cores do arco-íris.

Em entrevista à Folha no início de 2020, o secretário-geral do Supremo Comitê da Entrega e do Legado, Hassan Al Thawadi, pediu que as pessoas que viessem ao país estivessem abertas a se adaptar à cultura local.

Na véspera da abertura da Copa, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, causou polêmica ao comentar sobre os casos de discriminação no Qatar. Primeiro, ele chamou de “hipocrisia” dos países europeus as críticas direcionadas à nação do Oriente Médio.

Depois, em sua fala que causou mais revolta, ele comparou a discriminação que teria sofrido na infância por ser um itálo-suíço ruivo com a discriminação sofrida por gays e deficientes.

“Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador migrante”, falou. “Claro que não sou qatariano, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas sinto vontade, porque sei o que significa ser discriminado”, acrescentou.

A fala do dirigente, no entanto, contradiz a postura da entidade que mais uma veta uma ação em defesa da igualdade.

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‘A gente não fez nada de mais’, diz meia da Arábia Saudita

A surpreendente vitória por 2 a 1, de virada, da Arábia Saudita sobre a Argentina de Messi, na estreia de ambas as seleções pela Copa do Mundo, impressionou o mundo do futebol. Os atletas sauditas, porém, não demonstraram grande empolgação e, após o jogo, tentaram tratar aquele resultado como normal.

O meia Abdulelah Al-Malki afirmou que a vitória contra uma das favoritas ao título, em um jogo que marcou a estreia do camisa 10 argentino em sua última Copa, não exigiu preparação especial. “A gente não fez nada de mais. Realizamos a mesma preparação de sempre.”

Em um tom de voz monocórdico, o atacante Saleh Alshehri tratou de deixar claro que o objetivo de seu país é avançar. “Nós ainda temos duas partidas pela frente. Espero que a gente possa passar e ir para as oitavas.”

Perguntado se a vitória sobre a Argentina era especial, disse que sim e que vencer a “favorita ao título da Copa” é um “grande impulso”.

Porém, perguntado se acreditava que poderia vencer, retomou o discurso blasé. “Honestamente, nós acreditávamos em nós mesmos. Não interessa qual o oponente”, disse.

Na segunda parte da entrevista, ele, que jogou em Portugal, respondeu em português. “Estamos muito felizes por este jogo, ganhamos de um grande time. Agora temos três pontos e faltam dois jogos.”

O discurso para a imprensa, porém, destoou do que foi visto no vestiário da seleção após a partida. Vídeo postado nas redes sociais mostrou uma grande festa.

A Argentina abriu o placar no primeiro tempo, com pênalti convertido por Messi, e teve ainda três gols anulados com ajuda do VAR. Na segunda etapa, com direto a golaço de Salem Aldawsari, a Arábia Saudita virou e garantiu a vitória.

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