Tag: Marrocos

Policiais e torcedores entram em confronto em Paris – 10/12/2022 – Esporte

Policiais e torcedores que comemoravam as vitórias da França e do Marrocos, neste sábado (10), entraram em confronto na avenida Champs-Élysées, em Paris. As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo.

Milhares tomaram a via logo após a partida entre os africanos e os portugueses, que terminou com vitória por 1 a 0 do Marrocos. Elas cantavam, agitavam bandeiras e sopravam cornetas, sob a vigilância da polícia.

Após a vitória da França sobre a Inglaterra, por 2 a 1, mais torcedores tomaram a avenida.

Registros da TV Reuters mostram pessoas atacando lojas e em confronto com a polícia. Fogo também foi visto na avenida de Friedland, próxima à Champs-Élysées.

Presente na Copa do Mundo desde a edição de 1934 –quando o Egito perdeu sua única partida, 4 a 2, para a Hungria, na Itália–, a África nunca havia colocado um representante entre os quatro primeiros colocados.

Marrocos avançou às semifinais com apenas um gol sofrido em cinco partidas na Copa, mostrando força para a campanha mais longa de um país de seu continente.

No outro jogo, Oliver Giroud fez o gol da classificação da França sobre a Inglaterra e colocou a atual campeã mundial mais uma vez nas semifinais.

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Marrocos avança na Copa do Mundo com time multiétnico – 07/12/2022 – Esporte

Filho de migrantes marroquinos, Achraf Hakimi, 24, nasceu na zona industrial de Madri, a capital espanhola. Chegou a ser convidado para defender a seleção da Espanha, mas preferiu atuar pelo país de origem de seus pais.

A escolha se mostrou decisiva na Copa do Mundo de 2022. Foi Hakimi o responsável pela eliminação do time chamado de Fúria no Qatar. Com uma cavadinha, converteu a última cobrança de pênalti na disputa das oitavas de final, na terça-feira (6), em Doha, após empate sem gols.

A opção de Hakimi pela formação de Marrocos é simbólica, por ser no sentido inverso da migração feita por seus pais. Na Copa do Mundo, vários jogadores nascidos ou criados na Europa vestem as camisas dos países de onde saíram seus ascendentes.

Por décadas, as equipes europeias se beneficiaram de saltos de qualidade técnica movidos pelos fluxos migratórios que ajudam a formar equipes multiétnicas.

A França é o melhor exemplo disso. Em 1998, conquistou seu primeiro título mundial com uma geração conhecida como “black, blanc, beur” (negra, branca e árabe).

Zinédine Zidane, o maior astro daquele elenco e carrasco do Brasil na decisão, com dois gols na vitória francesa por 3 a 0, tem ascendência argelina.

A fórmula se repetiu em 2018, na Rússia, onde a França conquistou o bi. Dos 23 convocados, 17 tinham ascendência estrangeira, entre eles novamente o principal nome do time, Kylian Mbappé, filho de um camaronês e de uma argelina.

Na busca pelo tri, o elenco também é globalizado. Cinco titulares que atuaram na estreia contra a Austrália, por exemplo, são filhos de migrantes (Mbappé, os zagueiros Upamecano e Konaté, o volante Tchouameni e o ponta Dembélé).

Das 32 seleções que foram ao Qatar disputar o Mundial, somente quatro não contam com atletas naturalizados: Arábia Saudita, Argentina, Brasil e Coreia do Sul.

Portanto, todas as equipes europeias seguem o exemplo francês com ao menos um naturalizado em seu plantel. Entre as oito seleções classificadas para as quartas de final, só duas, a brasileira e a argentina, não tem atletas com essa característica.

Holanda, Croácia, França, Inglaterra, Marrocos e Portugal (este com três nascidos em território brasileiro: Pepe, Matheus Nunes e Otávio) apostam na formação multiétnica.

Levantamento feito por produtores do podcast espanhol Fútbol Infinito apontou que 137 dos 832 convocados para a Copa (16,4%) foram naturalizados. Desta vez, a seleção que mais conta com jogadores naturalizados na Copa é Marrocos.

Metade do time não nasceu no país, 13 dos 26, incluindo Hakimi. Quando decidiu defender o país de origem de seus pais, ele simplesmente justificou sua decisão dizendo que “era o certo a se fazer”. “Eu simplesmente senti que seria melhor jogar por Marrocos. Conversei com meu agente e com a minha família sobre isso. Tenho orgulho de ser marroquino”, afirmou.

Na adolescência, o lateral jogou nas categorias de base do Real Madrid. Em 2016, com 18 anos, estreou pela equipe B dos madridistas. Um ano depois, chegou ao profissional.

Na equipe principal, no entanto, ele não teve muito espaço. Chegou a dar entrevistas dizendo que o clube não lhe dava as mesmas chances que oferecia a outros garotos. Fora da Espanha, passou por Borussia Dortmund e Inter de Milão antes de virar referência no time do Paris Saint-Germain.

Atualmente, ele não é o único que joga em um grande europeu. Assim como Hakimi, o lateral direito Noussair Mazraoui, 25, é nascido na Europa e filho de pais marroquinos. O lateral direito nasceu na Holanda, onde foi revelado pelo Jong Ajax. Atualmente, pertence ao Bayern.

Já o atacante Hakim Ziyech, 29, também nascido na Holanda, jogou no futebol holandês entre 2012 e 2020, quando se transferiu para o Chelsea, seu atual clube.

Referências da equipe, eles são os principais responsáveis por fazer Marrocos igualar as melhores campanhas de seleções africanas em Copas do Mundo, chegando às quartas de final, como fizeram Camarões (1990) e Senegal (2002).

O sonho do trio que simboliza a formação do plantel marroquino é superar agora essa barreira para chegar à semifinal e manter vivo o objetivo do título. Que, certamente, faria felizes torcedores em Marrocos e em diversos outros países.

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Copa tem duelos dos tradicionais e uma zebra perigosa – 07/12/2022 – PVC

Seis dos oito classificados às quartas de final já disputaram a finalíssima da Copa do Mundo pelo menos uma vez. Brasil x Croácia, Argentina x Holanda, França x Inglaterra são os duelos dos tradicionais. Todos tiveram resultados inesperados, como a derrota da seleção brasileira para Camarões e a dos argentinos para a Arábia Saudita.

Portugal nunca chegou à decisão. O Marrocos é a única zebra.

Foi simbólica a vitória nos pênaltis sobre a Espanha, cinco meses após o massacre de Melilla, cidade autônoma espanhola no norte da África. Em 24 de junho, pelo menos 37 migrantes marroquinos foram mortos. O governo de Madri é acusado de financiar tropas de Rabat para dificultar a entrada de africanos na Europa.

Os marroquinos do norte odeiam mais os espanhóis do que os franceses. Nós, jornalistas, adoramos dizer que Copa do Mundo não é pátria de chuteiras. Não é.

Mas, em alguns casos, não cabe subestimar o sentimento de nação. A Croácia é um desses exemplos, porque declarou sua independência depois de longa guerra, apenas 30 anos atrás.

O lugar onde Modric morava na infância foi ocupado por tropas sérvias. Está na sua na memória e em seu coração.

O Marrocos é o quarto representante da África nas quartas de final e o primeiro árabe. Hakimi nasceu em Madri, cresceu nas divisões de base do Real e decidiu não jogar pela Espanha: “Senti que não era meu lugar. A maneira como eu vivia em casa era diferente, com cultura muçulmana”.

No Qatar, o Marrocos representa os árabes. Uma das maiores festas pela classificação contra a Espanha aconteceu em Melilla.

Não parece fácil o duelo Portugal x Marrocos, e o técnico português, Fernando Santos, alertou sobre isso. Há marroquinos em Doha apostando que seu país chegará às semifinais. Portugal é favorito.

Não custa brincar: da última vez que o pessoal do Marrocos resolveu invadir a Península Ibérica, passou por lá mais de 500 anos. Agora, precisam só de cinco dias e, depois, enfrentar a França, a quem eles realmente odeiam.

Se Portugal avançar, chegará à sua terceira semifinal como o único possível finalista inédito. Com Eusébio, em 1966, chegou em terceiro lugar. Com Cristiano Ronaldo, em 2006, em quarto.

O Brasil esteve na decisão sete vezes, a Argentina em cinco, França e Holanda em três, Inglaterra e Croácia em uma.

Dos oito candidatos restantes, só Argentina, Brasil e Inglaterra tiveram mais posse de bola em todas as partidas. Nesta Copa, isso parece ser, ao mesmo tempo, demonstração de força e risco de cair numa arapuca. Se você quer seu time no ataque, impositivo, ele precisa empurrar o adversário para trás —e isso se faz com seus jogadores na parte da frente do campo. Mas, aqui em Doha, só 37% das partidas são vencidas por quem controla o adversário trocando passes. A Espanha foi quem mais fez isso. Está fora.

Chutar a gol dá mais certo. Contando os empates, 44% das vezes quem ganha é quem finaliza mais. Dos classificados, o Brasil é o melhor nesse quesito. A Alemanha era a primeira colocada nesse critério e também está eliminada.

Nesta Copa, não dá para provar nenhuma teoria com base nas histórias e nas estatísticas. Nem a tese de que seria a Copa das zebras sobreviveu.

A não ser que o Marrocos resolva invadir a Península Ibérica, como os mouros fizeram em 711 d.C.


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Marrocos troca técnico, resgata astros e brilha na Copa – 06/12/2022 – O Mundo É uma Bola

Último representante do “resto do mundo” (seleções de fora do eixo Europa-América do Sul) vivo na Copa do Mundo do Qatar, Marrocos decidiu fazer uma mudança ousada a menos de três meses do início do Mundial.

No dia 31 de agosto, a Federação Real Marroquina de Futebol (FRMF) anunciou Walid Regragui, 47, como novo treinador da seleção, em substituição ao demitido Vahid Halilhodzic, 70.

O bósnio teve o mérito de classificar Marrocos para a Copa qatariana, feito obtido em março. Assim, pareceu estranha e arriscada a decisão do presidente da FRMF, Fouzi Lekjaa, de fazer a modificação.

O cartola explicou: era necessário mexer porque havia algum tempo detectara problemas de relacionamento entre Halilhodzic e os jogadores da seleção.

Vestiário ruim, sabe ele e sabem todos, é quase certeza de fiasco no futebol.

Nesse contexto, Halilhodzic decidira excluir do time, deixando de convocá-los, atletas de amplo renome, como o meia-atacante Ziyech (do inglês Chelsea), 29, terceiro maior artilheiro de Marrocos na história, e o lateral Mazraoui (do alemão Bayern), 25.

“A seleção nacional não pode ficar sem os marroquinos que jogam ao mais alto nível em todo o mundo, seja por que motivo for”, afirmou Lekjaa em declaração publicada no site da Fifa.

“Nem jogadores nem torcedores entenderam o motivo da exclusão de jogadores que passaram seis ou sete anos na seleção”, prosseguiu o dirigente. “A relação entre os jogadores e a comissão técnica foi negligenciada, assim como a motivação para fazer o melhor. Esse deve ser o foco do treinador”.

Ex-lateral direito da seleção marroquina, Regragui, nascido na França, chegou com a credencial de ter levado o Clube Atlético Wydad ao título da Champions League africana deste ano.

O novo treinador reintegrou os dois craques excluídos, mais o atacante Hamdallah, dono da camisa 9, e recriou um ambiente positivo, como queria o chefe da federação.

Desde que Regragui assumiu, Marrocos está invicto, com cinco vitórias e dois empates, e é uma das gratas surpresas do Mundial no Oriente Médio.

Na fase de grupos, empatou sem gols com a Croácia, atual vice-campeã do mundo e próxima rival do Brasil, e depois derrotou a Bélgica (2 a 0) e o Canadá (2 a 1), classificando-se em primeiro lugar e com somente um gol sofrido.

Para sobrevier na Copa, contudo, talvez só um bom ambiente interno não seja suficiente, já que o adversário desta terça (6), em Al Rayyan, é a poderosa seleção espanhola, que não pretende tropeçar duas vezes seguidas –perdeu sua última partida por 2 a 1 para o Japão.

Ziyech, Mazraoui, mais o lateral Hakimi (colega de Neymar, Messi e Mbappé no PSG), o volante Amrabat e o zagueiro e capitão Saiss, outros expoentes do selecionado africano, precisarão imbuir os companheiros do entusiasmo e do espírito de luta, além de uma alta dose de bom futebol, necessários para domar e suplantar a Fúria.


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Croácia e Marrocos empatam em jogo morno da Copa do Mundo

Croácia e Marrocos empataram em 0x0 pelo primeiro jogo do grupo F da Copa do Mundo de 2022, no Estádio Al Bayt, em Al Khor, no Qatar.

O jogo começou amarrado e continuou assim até o apito final: os times fizeram uma partida sem brilho em sua estreia na Copa.

A atual vice-campeã parou na forte defesa marroquina, que rebateu os 18 cruzamentos croatas e tentou encontrar um chance no erro do adversário.

Mas o time africano não ficou totalmente recuado, até tentava sair para marcar em linha mais alta, procurando um passe errado dos adversários para o veloz Boufal aproveitar em contra-ataque, ou mesmo arriscava armar algo através do meia Ziyech.

Quando a bola estava em seus pés, no entanto, os marroquinos pareciam não saber bem o que fazer. Não que os croatas estivessem em dia inspirado: o meio de campo composto por Modrić, Brozović e Kovacić trocou passes inofensivos durante a maior parte do jogo.

A equipe europeia foi paciente e conseguiu construir a grande chance do jogo no final do primeiro tempo: após cruzamento de Sosa, a bola caiu nos pés de Vlasić, que deu só um toque, já na pequena área. O goleiro Bounou fez grande defesa, que manteve o placar zerado.

O segundo tempo seguiu na mesma toada. Marrocos encontrou uma chance após bola rebatida na zaga croata, mas sem ângulo, o que facilitou a defesa de Livaković . O compilado de melhores momentos parou aos 64 minutos de jogo, numa cobrança venenosa de Hakimi, promissor lateral do PSG.

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